Funny Girl


Título: Funny Girl
Autor: Nick Hornby
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 424
ISBN: 9788535925562

O ano é 1964 e Barbara Parker quer, mais do que tudo, sair de sua cidade e ir para a televisão fazer as pessoas rirem, assim como sua heroína Lucille Ball, que mudara a vida da garota através do programa I Love Lucy, fazendo até mesmo com que Barbara se afastasse de todo mundo: dos amigos, da família, das outras garotas do trabalho na seção de cosméticos da R.H.O. Hills. 

"Às vezes ela sentia que era um pouco como ser religioso. Barbara levava tão a sério ver comédia na tevê que as pessoas achavam aquilo um pouco esquisito, de modo que acabou parando de falar no assunto". (p. 18)

A loira de seios fartos e cintura fina que chama a atenção por onde passa quer chamar a atenção das pessoas por um motivo bem diferente do que sua boa aparência e ganhar o concurso de Miss Blackpool está muito longe dos seus objetivos, o que faz com que Barbara vá embora para Londres, arranje uma colega de quarto e um emprego em uma loja de departamento e sobreviva de sopa em latas e torrada. 

No entanto, sua sorte logo muda quando conhece um agente ao acaso, muda de nome para Sophie Straw e é bem sucedida em um teste para uma sitcom da BBC. 

A partir desse momento seu sonho se torna real e Barbara passa a conviver com a equipe de Barbara (e Jim), série sobre um casal oposto um do outro e se torna uma estrela na Inglaterra. 

Se parece que contei quase toda a história aqui para vocês, calma, nem cheguei na página 100 do livro. Mais do que contar sobre a trajetória de Barbara/Sophie ao mundo do entretenimento e da fama, Funny Girl leva ao leitor a história de jovens que estão perseguindo cada um os seus sonhos e descobrindo nas relações uns com os outros suas próprias identidades e talentos.

Nick Hornby criou personagens autênticos que carregam dilemas, sonhos, frustrações e desejos que tornam a história mais rica e comovente. Acompanhamos Sophie, que é uma garota ousada e desembaraçada, divertida e decidida; Dennis, produtor e diretor do programa, procedente de uma universidade de elite, que vive num casamento insípido e sua mulher não possui um pingo de humor e é claro que não vê com bons olhos o trabalho do marido; Tony e Bill são os roteiristas e amigos de longa data, obcecados por comédia, os dois vivem dilemas em suas vidas e escondem algo do passado deles; por fim, Clive, o ator bonitão que interpreta Jim e que se vê relegado a segundo plano, com Sophie com todas as tiradas e no papel principal. 

Funny Girl fala sobre juventude e sobre envelhecer, sobre amadurecer e se encontrar, ou se perder e continuar buscando, porque não existe uma linha reta imaginária que nos guia. Fala sobre as habilidades que criamos e o talento que descobrimos, as mudanças que ocorrem com o tempo e as perspectivas que modificam. Tudo isso ambientado na década de 1960, talvez de forma mais caricatural do que fiel, mas ainda assim de uma maneira incrível, capaz de encantar o leitor e levantar diversos assuntos referentes a época. 

Funny Girl não é só engraçado, mas também inteligente, criativo e bonito, e oferece uma leitura prazerosa e repleta de momentos especiais. Ainda possui diversas fotografias de locais que os personagens frequentam e personalidades da época com as quais os personagens esbarram, dando a história uma atmosfera bem realista.

2 comentários:

  1. só li o clássico Alta Fidelidade do Hornby, mas um dia em breve lerei outro (que meu irmão tem).
    gostei da sua resenha. e como eu gosto do tema amadurecimento, então acho que irei gostar de ler esse livro.

    mudando de assunto: você mora em São Vicente também?
    primeira vez que encontro blog literário daqui, por isso vou tentar vir sempre aqui para prestigiar.
    e te adicionei no skoob, ok?

    Shadai Vieira

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    1. Sempre quis ler Hornby e esse acabou sendo o primeiro, gostei bastante e se você gosta do tema amadurecimento, acho que Funny Girl vai agradar.

      Moro sim, espero que tenha curtido o blog. E já está adicionado no Skoob. (:

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