Alma?


Título: Alma?

Autor: Gail Carriger
Editora: Valentina
Páginas: 308
ISBN: 9788565859042

Alexia Tarabotti enfrenta uma série de atribulações sociais, quiproquós e saias justas (embora compridíssimas) em plena sociedade vitoriana. Em primeiro lugar, ela não tem alma. Em segundo, é solteirona e filha de italiano, que, ainda por cima, está morto. Em terceiro, acaba sendo atacada sem a menor educação por um vampiro, o que foge a todas as regras de etiqueta. 

A srta. Alexia Tarabotti não estava se divertindo nem um pouco naquele baile. Embora esses bailes fossem apenas uma distração para solteironas, o que incluía Alexia, ela não era o tipo de mulher que via graça neles. Para se livrar de todo aquele tédio e mediocridade, Alexia resolve ir para seu refúgio favorito: a biblioteca. Ela apenas não contava se deparar com um vampiro, muito mal educado por sinal, que tentou atacá-la. 

Oras, Alexia nascera sem alma e qualquer vampiro de boa linhagem sabia que deveria evitar uma dama assim a qualquer custo. Com suas presas prontas para entrar em ação o vampiro tocou em Alexia e logo se surpreendeu: ficou inerte enquanto suas presas haviam sumido de repente. Claro que a srta. Tarabotti não ficou surpresa: a ausência de alma tinha o poder de neutralizar as forças sobrenaturais. Mas será que aquele sujeito nem se dera ao trabalho de checar a lista oficial de aberrações de Londres? 

Logo que o vampiro se afastou de Alexia suas presas retornaram e ele tentou um novo ataque: ultrajante! Nenhum vampiro tentara mordê-la em sua vida e aquele sujeito a estava irritando. A srta. Tarabotti não gostava de violência, mas se viu obrigada a agarrar o tal vampiro e empurrá-lo, que se estatelou no chão justamente em cima de uma torta de melado, torta que Alexia estava ansiando comer inteirinha. Como quase nunca saía sem a sua sombrinha, usou-a para golpear o vampiro. 

"Ela própria a idealizara: preta, componentes de bronze, ponteira de prata em forma de cápsula, babados e amores-perfeitos de cetim, de tom roxo, com bordado aqui e ali". (p. 10)

No meio da luta e tentando se salvar, já que o vampiro percebeu que não iria conseguir mordê-la mas poderia enforcá-la, Alexia o matou sem querer. 

No entanto, ficou pasma com a confissão do vampiro. Os sobrenaturais, fossem eles vampiros, lobisomens ou fantasmas, só existiam devido a superabundância de almas. A maioria destes seres sabia que havia outros como ela, que nasciam totalmente sem alma. O renomado Departamento de Arquivos Sobrenaturais (DAS), um setor de Administração Civil de Sua Majestade, denominava seu tipo de preternatural. Os vampiros usavam nomes bem menos lisonjeiros, já que haviam sido caçados pelos preternaturais. Por isso, qualquer vampiro digno de respeito tinha a obrigação de reconhecer o toque de um preternatural. Mas aquele vampiro, agora morto, não fazia idéia de nada disso. 

Pior que um vampiro mal educado e mal informado era a presença de Lorde Maccon naquela biblioteca. 

"Por quê, srta. Tarabotti, sempre que eu chego para resolver uma desordem numa biblioteca, a senhorita está envolvida?" (p. 15) 

Lorde Maccon, o quarto Conde de Woosley e Alfa dos lobisomens da região (além de maravilhosamente lindo) chegou acompanhado pelo seu Beta, o professor Lyall, muito mais agradável que o carrancudo Alfa, que aprendera a ser paciente no convívio com a sociedade refinada, mas a srta. Tarabotti parecia lhe trazer à tona seus piores instintos animais. 

Assumindo a expressão de dirigente do DAS, fez com que Alexia contasse o que ocorrera na biblioteca. O Conde fez Alexia perceber o quanto aquela situação era delicada: se não fosse comprovado que agira em legítima defesa, poderia ser acusada de assassinato. 

Mas aquela situação também era estranha, afinal não se viam por aí vampiros esfomeados. Vampiros viviam em colmeias e podiam tomar alguns goles de vários zangões (futuros vampiros) pertencentes a ele ou à sua colmeia ou ainda pagar e recorrer às prostitutas de sangue nas docas (eles estavam no século XIX, por favor, ninguém atacava sem a autorização do outro!) e até mesmo os lobisomens, que perdiam o autocontrole nas noites de lua cheia, eram trancafiados e mantinham por perto seus zeladores (futuros lobisomens). É claro que nem sempre zangões ou zeladores transformavam-se, havia a questão da quantidade de alma que essa pessoa poderia ter e isso iria interferir no sucesso (ou fracasso) de sua transformação, além disso, muitos deles apenas queriam se manter como zangões e zeladores, nada mais. 

Lorde Maccon imaginou que aquilo só poderia significar uma coisa: alguma abelha-rainha estava fazendo metamorfoses deliberadamente fora das normas do DAS. O conde tentaria manter o nome de Alexia fora de tudo aquilo, mas a srta. Tarabotti sabia que podia ser útil. 

"- Agente secreta? A senhorita? Tão sutil quanto um elefante numa loja de cristais". (p. 26)

Na manhã seguinte os jornais já falavam sobre o terrível incidente do baile, felizmente o nome de Alexia não fora revelado. Seria um transtorno ter que explicar para a sua família tudo. Sua condição de não ter alma era mantida em segredo, seus parentes próximos e os membros dos círculos sociais que frequentava não percebiam nada, apenas a encaravam como uma solteirona, cuja situação desfavorável devia-se claramente a um misto de personalidade forte, compleição escura e traços faciais marcantes. Além disso, sua mão, a senhora Loontwill (sobrenome que adquirira após se casar de novo), era propensa a ataques de histeria e fazê-la se confrontar com a verdadeira identidade da filha e com um vampiro morto podia ser uma receita perfeita para o desastre.

Sua família, formada por sua mãe, seu padastro e suas duas irmãs (do segundo casamento) Felicity e Evylin, era do tipo especializada nas atitudes inconvenientes e tolas. Suas irmãs eram presença constante nos jornais, tanto pela elegância quanto por terem reunido à sua volta um número considerável de admiradores. Toda a família adorava aquela atenção, menos, é claro, a srta. Tarabotti, tão diferente de suas meias-irmãs. 

O jornal trazia uma novidade: um novo clube seria aberto na cidade, voltado para intelectuais, filósofos, cientistas etc. Alexia ficou interessada no Clube Hypocras, um local onde poderia encontrar pessoas com quem conversar, afinal só tinha uma amiga, a srta. Ivy Hisselpenny, que não sabia sobre o estado da amiga e possuía um péssimo gosto para chapéus. Apesar de tudo, era bom passear com Ivy e em circunstâncias normais, uma jovem solteira, de boa estirpe, jamais passearia pelo parque sem a presença de mulheres mais velhas, mas essas regras não se aplicavam à Alexia. 

"A sra. Loontwill nem se dera ao trabalho de oferecer um baile de debutante à filha mais velha ou de apresentá-la de forma apropriada à sociedade. "Minha querida", dissera, à época, em tom de profunda condescendência, "com esse seu nariz e essa sua cor de pele, nem adianta gastarmos dinheiro. Tenho de pensar nas suas irmãs". Portanto, a srta. Tarabotti, que não era nem tão morena nem tão nariguda assim, tinha sido colocada para escanteio aos quinze anos". (p. 34)

Mas a vida de Alexia estava prestes à mudar. Um convite feito pela abelha-rainha da Colmeia de Westminster, Condessa Nadasdy, lhe revela algumas coisas. Os encontros com seu amigo, Lorde Akeldama, um vampiro um tanto extravagante, ajuda-a entender algumas coisas, mas Alexia está longe de descobrir o que está acontecendo, enquanto é perseguida por uma estranha criatura amedrontadora, algo não totalmente humano, liso, pálido e sem manchas, cicatrizes e pelos. Seus olhos eram escuros e estranhamente vazios, inexpressivos e sua boca estava repleta de quadrados brancos e retos. Para sua surpresa, seu toque não parava a coisa

Vampiros iam desaparecendo e outros iam surgindo, como aquele que tentou atacar Alexia e o professor Lyall descobre que lobisomens também estão desaparecendo. 

A srta. Tarabotti irá trocar muitas idéias com Lorde Maccon sobre o que poderá estar ocorrendo e como ela é uma mulher sem papas na língua mas muito inteligente e impulsiva, ajuda com ótimos argumentos, mas também não perde tempo em se meter em enrascadas. Lorde Maccon não aguenta a tagarelice de Alexia e sua impulsividade, mas o lobisomem também é cabeça dura, no entanto, não pode negar que Alexia realmente está ajudando. 

"O que havia de errado com ele naquele dia? Não suportava Alexia Tarabotti, embora seus adoráveis olhos de tom castanho brilhassem quando sorria, ela cheirasse bem e tivesse um belo físico". (p. 68)

Alma?, de Gail Carriger, é o primeiro volume da série steampunk O Protetorado da Sombrinha. Um livro delicioso de se ler, com ótimas doses de humor, romance e mistério. Em meio a anquinhas, tortas, chá, vampiros, lobisomens, temos uma narrativa empolgante e ótimas descrições acerca dos ambientes e detalhes incríveis sobre a moda da época. 

Os personagens são muito bem elaborados e acabei me apegando a vários deles: Alexia é ótima, uma mulher forte e que, sem papas na língua, torna-se muito engraçada, Lorde Maccon é um delicioso lobisomem mal-humorado que veio da Escócia e não entende muito bem as mulheres, Lorde Akeldama é um fofo, um vampiro todo pomposo e extravagante, no estilo rococó, Floote é o mordomo leal da família Loontwill, apesar de ser mais leal à Alexia, pois era mordomo quando seu pai ainda estava vivo e apesar de Floote não falar muito, ele ajuda bastante Alexia e espero que o mordomo tenha bastante participação nos próximos volumes (acho que ele guarda um segredo) e, por fim, o professor Lyall, um homem sensato que precisa aturar as mudanças de humor de Lorde Maccon e lhe dar conselhos amorosos. 

Em entrevista a autora disse que, dentre outros, inspirou-se em Jane Austen e dá para perceber isso muito bem na família de Alexia. Apesar de como a tratam, algumas cenas acabam sendo hilárias. 

O livro é um convite maravilhoso para o mundo sobrenatural e para quem procura romance, aventura, mistério e estranhas tecnologias. 

O segundo volume da série será publicado aqui no Brasil no segundo semestre desse ano. \o/

Parceria: autora Anna Leão

Oi, gente! Estou muito feliz em apresentar a nova autora parceira do blog: Anna Leão!

A autora


Anna é formada em Comunicação Social e se dedicou muito à arte, como o teatro e a dança. Nesta última também se profissionalizou, dentro da dança contemporânea, dança do ventre e dança-terapia. Cursou a Escola de Dança de Angel Vianna, no Rio.

Mãe de duas meninas, dedica-se cada vez mais à sua escrita. Anna é colunista do site Templo de Avalon, idealizadora do blog Metamorfose e já colaborou com seus artigos para o jornal impresso, carioca, Por do Sol. 

A autora possui três trabalhos publicados em livro. Em dezembro de 2008, Anna teve algumas de suas poesias selecionas para a antologia Letras no Brasil - X, da Taba Cultural.

Em 2009 lançou o primeiro livro da trilogia A Rainha da Floresta. Em abril de 2011 foi a vez do segundo volume, A Rainha da Floresta e a Deusa da Terra. Enquanto escrevia o terceiro volume da saga, a autora recebeu o convite da MODO para lançar a obra completa em um único volume. O convite foi aceito e seu livro será lançado na Bienal do Rio de Janeiro em 2013.

O gosto pela escrita vem desde pequena. Anna diz que para ela essa é a melhor forma de se expressar: forma pela qual ela pode soltar sua imaginação e mergulhar em outros mundos. No entanto, nem só de sonho vive a autora. Anna afirma se conhecer melhor quando escreve e passar valores e aprendizados.

Anna tem outros interesses na vida, que a acompanham desde jovem, como a magia e a espiritualidade. Estudou astrologia e várias doutrinas espirituais, mas foi no paganismo, em Lughnadash de 2005, que Anna se sentiu em casa. Ela segue e estuda o paganismo celta, buscando e vivenciando suas origens e ensinamentos. E procura sempre deixar claro que nada faz sentido se não vem de dentro. 

A obra

A Rainha da Floresta



A Rainha da Floresta é um gostoso convite para o mundo da magia. Nele o leitor conhece a história de Anaís, a princesa herdeira do Reino das Joias, que se descobre uma bruxa no dia do seu noivado. Obrigada a fugir do reino ela refugia-se na Floresta da Lua, vítima de uma antiga maldição que secou a floresta, transformando-a num lugar sombrio e sem magia. Anaís é a única que pode quebrar a maldição. Na Floresta da Lua, a princesa inicia uma inesperada aventura, estuda magia e trava encontros marcantes, como com o sombrio Grande Mago. Vivencia uma emocionante jornada indo do Reino da Terra ao Reino do Céu e conhece a magia do verdadeiro amor. Porém, nem tudo são flores, e todo o seu poder é posto à prova quando uma luta é travada entre ela e a enigmática Friúza, em meio a mais uma invasão da floresta pelos soldados do Reino das Joias.

A obra é a reunião da trilogia que neste volume único está dividida em três Tomos: A Floresta da Lua, A Deusa da Terra e O Casamento Sagrado.

Uma história que mostra a importância de sermos nós mesmos e de encontrarmos nosso lugar no mundo.

Uma história que vai mexer com a sua imaginação!



Editora recebe contos fantásticos para publicação em coletânea literária (Participe!)

Até 30 de abril, a Andross Editora estará recebendo contos fantásticos de novos escritores para publicação no livro 
"Sonhos Lúcidos".

Não é de hoje que o ser humano busca fugir de sua realidade pacata para mundos existentes somente em sua imaginação. Pois agora novos escritores poderão contar histórias fantásticas, vividas dentro de suas mentes. A Andross Editora está recebendo contos de escritores em início de carreira para publicação no livro “Sonhos Lúcidos", a ser lançado em outubro de 2013, no evento Livros em Pauta, em São Paulo. 


"Nossa intenção é publicar os mais diversos tipos de histórias fantásticas", diz o escritor Alex Mir, organizador do livro. 

Qualquer pessoa pode participar. Basta acessar o site www.andross.com.br, ler o regulamento de participação e submeter seu texto à avaliação. As inscrições vão até 30 de abril de 2013. 

SINOPSE: "De onde tiram as ideias para suas obras os escritores de fantasia, horror e ficção científica? Têm eles mentes criativas ou simplesmente sonham acordados? Nas páginas deste livro, o inimaginável ganha formas insólitas, capazes de maravilhar até mesmo o leitor mais incrédulo." 

SERVIÇO:
Livro: "Sonhos Lúcidos – Contos Fantásticos"
Organização: Alex Mir
Envio do texto: até 30/04/2013
Lançamento: 10/2013 (no evento Livros em Pauta)
Regulamento: no site www.andross.com.br
Realização: Andross Editora

Divulgando #8

Festa dos Mil!


Início: 23/03/2013
Término: 30/04/2013

Para participar clique aqui

Campanha - Ninfetâmina: Rumo aos 1000 likes!


Para participar clique aqui!

De cem em cem


Não é um sorteio mas uma iniciativa muito bacana do autor parceiro Salustiano Luiz de Souza. Para cada 100 pessoas que curtirem a página do livro O Eterno Barnes, um livro será doado à biblioteca de uma escola. 

Curta a página aqui!

Saiba como ter seu sorteio, promoção ou concurso cultural divulgado no blog aqui.

A Grande Rainha



Título: A Grande Rainha
Autor: Sérgio Roberto de Paulo
Editora: Novo Século/Novos Talentos da Literatura Brasileira
Páginas: 368 
ISBN: 9788576798415 

Antes de contar a história de Aara, preciso fazer uma apresentação à vocês sobre esse mundo fantástico que irei mostrar-lhes (clique no nome dos personagens e nas criaturas para conhecer mais sobre eles (algumas informações podem ter spoilers, mas que nem estão no primeiro volume)).

Há muito, muito tempo, chegava-se à era da renovação. Os Espíritos elevados não podiam ser contidos e, assim, o Grande Senhor da Luz decidiu partir com os Espíritos. Esta era a era do perdão também. Sendo assim, decidiu deixar na administração do mundo, Mitrax, o Caído, libertando-o e dizendo: "Não mais se apiede dos homens, se não quiser reincidir na ruína". Naquele dia partiu, seguido por trinta milhões de emanações elevadas, mas antes disso, o Senhor repartiu a Luz em forma de cristais, entregando cada um aos jovens espíritos. O cristal laranja foi destinado aos gnomos, o verde aos elfos, o azul às ondinas e o vermelho às salamandras. Aos magos, os únicos espíritos elevados que permaneceram, deixou o cristal amarelo. E, por fim, a Mitrax, o Príncipe dos Homens, deixou o cristal negro, para que ele e seu séquito fossem os regentes do mundo dos mortos. Eras se passaram depois disso e foi quando Mitrax cometeu o mesmo erro pela segunda vez: apiedou-se dos homens. Ensinou-os, então, novamente e a humanidade progrediu rapidamente, tanto na ciência como na arte da guerra. Esquecendo-se das palavras do Senhor da Luz, Mitrax desejou não mais ser apenas o condutor dos mortos, mas também o senhor absoluto dos homens. A raça dos gigantes ressurgiu no mundo, com o contato do séquito de Mitrax com as filhas dos homens e as guerras se espalharam pelo globo. Surgiu, então, Alionor, o Primeiro Grande Rei, que derrotou Mitrax e construiu a Grande Muralha, separando o mundo dos homens do mundo dos gigantes. Mitrax ganhou força novamente, mas antes que pudesse reunir seus exércitos, surgiu Anahar, a Segunda Grande Rainha, que, em um combate mortal, arremessou o Príncipe dos Homens na garganta profunda formada abaixo das jovens Montanhas de Fogo de Piriatheas. Anahar pereceu junto a ele e essas histórias são demasiada antigas...

*

Aara, uma garota de 16 anos, vivia na Vila com seu padrasto, um homem beberrão e briguento, que surrava Aara por motivo algum. Apesar disso, Aara não era uma garota amarga. Gostava de estar no campo, entre as plantações, colhendo folhas, ramos e raízes que lhe interessavam para preparar misturas que ajudavam os outros moradores da Vila de suas enfermidades. Sua madrasta havia morrido e Aara trabalhava na estalagem de sua tia. Em um dia de trabalho aparentemente comum, uma figura sinistra encontrava-se sentada em uma mesa do salão. O homem era alto e magro e vestia roupas negras desbotadas. Quando foi atendido por Aara, o homem a agarrou e a advertiu, dizendo que a vida de ninguém daquela Vila valia nada e que em breve todos estariam mortos.

Atordoada, a tia mandou-a para casa, mas não foi isso que a garota fez. Aara iria seguir aquele sujeito quando se deparou com um X feito com carvão na parede. O homem já estava longe, rumando para o norte... No dia seguinte Aara ouviu um grupo de mercadores conversando sobre um bando de cavaleiros mal-encarados, uns cem talvez, a uma hora da Vila. A garota logo foi à torre e viu um grande exército de cavaleiros que se formara nos campos ao norte. Aara saiu correndo para o prédio da prefeitura e falou com Quasetudo, o secretário da prefeitura, para cortar as cordas que sustentavam a ponte oeste. Apesar de ser uma simples garota, tanto Quasetudo quanto os moradores da Vila tinham plena confiança e respeito por Aara e por isso o secretário pegou um facão e rumou em direção ao oeste.

Aara saiu correndo e pegou algumas coisas em sua casa além do cavalo do padrasto. Chegando a ponte, ateou fogo nela, rezando para que o vento mudasse de direção e, sem perceber, foi o que aconteceu, o vento passou a soprar do sul para o norte e o fogo se espalhou rapidamente. Os cavaleiros chegaram e muitos ficaram tontos, caindo com cavalo e tudo dentro do rio. Outros cavaleiros tentavam atravessar a ponte, que acabou ruindo, levando mais uma centena deles. Diante da confusão, Aara correu para dentro da floresta, perseguida pelos cavaleiros furiosos. Assim que eles avançavam algo extraordinário aconteceu novamente: uma névoa branca surgiu, passando através de Aara e o que a garota conseguiu ouvir foram os gritos de dor dos cavaleiros, que caíam em agonia no chão.

Rumando ao leste, encontrou duas crianças, Theobaldo Brenor, um garoto de 10 anos e Lianor Brenor, uma garota um pouco mais nova que Aara. Ela contou sua aventura aos dois que ficaram espantados com o relato sobre a nuvem de gás.

"- Eram os sombrios. Dizem que são almas de crianças de Beliária que foram mortas no passado por Mitrax. Mas... ninguém nunca sobreviveu ao ataque dessas criaturas!" (p. 28)

Aara não sabia como explicar o que acontecera mas queria chegar a Beliária e avisar ao rei sobre o que estava acontecendo na Vila. As crianças iriam levá-la até lá, afinal eram filhos do rei, mas assim que começaram sua caminhada uma enorme rede caiu sobre eles e um bando de homenzinhos baixos, barbudos e usando gorros os cercou.

Suas mãos e seus pés foram amarrados e os três prisioneiros foram levados até a aldeia dos gnomos: um local simples em algazarra total e o que mais chamou a atenção de Aara foi a fonte no centro da aldeia, bela e cheia de insígnias, que terminava em um patamar e sobre ele descansava um cristal transparente.

O rei Gdu, o Grande, foi chamado e estava felicíssimo pelo resgate que iria conseguir com o príncipe e a princesa. No entanto, a terra tremeu, assim como o vale, e os gnomos saíram correndo em disparada para todos os lados: tratavam-se de mnerópios, minhocas gigantes que chegavam a 30 metros de comprimento. Os gnomos lutavam, mas quando um mnerópio aproximou-se de Lianor tentando engoli-la, Aara gritou, fazendo com que os vermes imediatamente parassem e, quanto mais gritava, o cristal, ora transparente, rescendia com uma luz ofuscante e agora resplandecia dele uma luz alaranjada constante.

"- Diante de ti, ó Grande Rainha, ajoelha Gdu, o Grande, rei de todos os gnomos!
(...)
- Não sou nenhuma rainha...
(...)
- Preciso apenas ver o rei... e pedir proteção para a minha terra que está sendo atacada!
- Vosso desejo é uma ordem, Grande Rainha - respondeu Gdu". (p. 32)

Chegaram à Beliária e todos foram recebidos por Aldebaran, mago e tutor das crianças. Gdu contou-lhe sobre a reativação do cristal laranja, o que deixou o mago irritado, ele não acreditava que uma simples garota toda suja e trêmula pudesse ser a Terceira. Gdu, insistente como sempre, cobrou do mago que tratasse de testar Aara e a coroasse. Incrédulo, porém, ordenou que Aara fosse levada às aias do palácio.

Após a chegada de Aara, um alvoroço tomava conta do palácio. Não demorou para que os membros do Conselho de Brenor, do qual Aldebaran fazia parte, se reunissem.

Aldebaram não queria correr o risco de entregar o destino daquela nação nas mãos de uma mera aventureira, mesmo que tudo o que ocorrera até agora tenha sido da maneira como Bethelguelse havia profetizado. Mas não seriam apenas boatos? Aldebaram não iria testá-la ainda, a garota poderia acertar ao acaso, então ele iria observá-la.

Enquanto isso, Aara era conduzida para um quarto luxuoso e recebera roupas limpas da finada rainha. Ela nunca havia sido tratada assim e apesar de saber que não era nenhuma rainha, tinha a sensação de que as coisas não voltariam a ser as mesmas.

Theobaldo e Lianor já nutriam carinho por Aara, mas estavam extremamente tristes pela condição do pai. O rei estava muito doente, já inconsciente. Aara suplicou para ver o rei Elendar e pediu três dias a Aldebaran, nestes três dias cuidaria do rei dia e noite, e Aldebaran aceitou. O rei melhorou e logo conversava com Aldebaran sobre a possibilidade de Mitrax estar organizando os seus exércitos.

Sabendo sobre os feitos de Aara o rei ordenou que o teste fosse realizado. O teste consistia na escolha de um objeto e quatro foram mostrados para Aara: a espada de Alinor, um cálice que, diziam, quando colocada água dentro ela adquiria propriedades maravilhosas, a coroa de Anahar e o cajado de Sirius. Aara percebeu que nenhum daqueles objetos poderia lhe ser útil, apenas o cálice de barro, pois possuía dificuldades em amassar as folhas e grãos que colhia e ele poderia lhe servir como um pilão. Apanhou o cálice e diante de sua decisão a expressão de todos mudou, menos a de Aldebaran.

"- Uma das profecias de Betelguelse dizia que a Terceira seria a Rainha de Copas! O primeiro, Alionor, foi o Rei de Espadas e a Segunda, Anahar, a Rainha de Ouros". (p. 56)

O rei Elendar ajoelhou-se perante Aara, Aldebaran dizia que aquele teste não provava nada e Gdu discutia com o mago, enquanto Aara saía correndo, dizendo não querer ser a Grande Rainha. Naquele momento ela era apenas uma garota de dezesseis anos que queria voltar para casa.

Continuou no castelo e Aldebaram recusava-se a coroá-la, coisa que apenas magos poderiam fazer. Coroada, Elendar se tornaria um rei secundário, mas não se importava com isso, acreditava que Aara era a Rainha de Copas. Durante esses dias, Aara brincava com os filhos do rei e descobriu algo maravilhoso: a biblioteca do palácio, onde passava horas. Também conversava com Gdu, seu maior fã e grande contador de histórias.

A aparente paz logo foi interrompida com a notícia de Marmórea estar cercada. Aldebaran e o rei logo perceberam o plano de Mitrax: reunir os cristais. E, se conseguisse, tudo estaria perdido. Além disso, o filho mais velho do rei encontrava-se em Marmórea e logo Beliária estava agitada, indo ao socorro do príncipe Rostald.

Aara permaneceu no castelo e durante a noite sonhou com Isabel, a falecida rainha. No sonho a rainha pedia-lhe para ir atrás do rei e, se algo acontecesse, que acolhesse os seus filhos.

Saiu apressadamente do palácio com um velho cavalo, apenas não contava que alguém observou-a se distanciar. No caminho para Marmórea encontrou Aldebaran, a pessoa que a havia notado sair do palácio. Encontraram o rei e seu exército e Aara permaneceu lá.

O Quinto Exército de Mitrax estava sendo liderado por Tipreus e estavam em maior número. Aara havia provado duas vezes que sabia manejar uma espada muito bem, mesmo que nunca tenha treinado e recebeu de Aldebaran a espada de Alionor. O exército estava pronto para a batalha e quando a luta iniciou ouve um enorme estrondo e podia-se ouvir o riso de Tipreus. Aara lutava bravamente, com Gdu e Aldebaran protegendo-a. O príncipe surgiu com o seu exército e mais homens entraram na batalha. Aara viu quando um gigante vestido todo de preto aproximou-se, montado em uma coisa cheia de chifres e pernas: o general Tipreus feriu o rei e tentou atacá-la, mas Aara conseguiu atingir o general, não com um golpe mortal, mas que o fez soltar um grito medonho e terrível, fazendo parar ambos os exércitos. Tipreus montou em sua besta e fugiu e o exército inimigo, convencido da derrota, o seguiu.

Aldebaran e Aara começam a conversar bastante e os feitos de Aara já estão sendo espalhados pela cidade: a restauração do poder do cristal laranja, a cura do rei Elendar em Beliária e, agora, a recuperação de um sem número de soldados (quando a batalha chegou ao final, muitos morreram e muitos outros ficaram feridos. Elendar e o príncipe morreram e Aara cuidou sem parar dos feridos com suas ervas) do reino e a derrota do soldado mitraxiano.

Dentre tantos feitos, algo despertou Aldebaran, que perguntou a Aara se ela o aceitava como seu mago. Além de coroá-la ele deveria instruí-la nos Doze Ensinamentos Sagrados, no entanto, desses, ela só poderia aprender onze, o último era reservado apenas para os magos.

"- E o Décimo Segundo é sobre os nomes das estrelas, não é?
Aldebaran fechou os olhos.
- Sua perspicácia às vezes me desespera...
- Sei que é um assunto proibido. Não vou tocar mais nesse assunto... pelo menos vou tentar!" (p. 119)

Aara sabia que não tinha escolha, Aldebaran lhe explicou que das duas vezes anteriores que surgiu um Grande Rei, Mitrax estava retornando à ativa e se Aara não assumisse o trono, todas as pessoas do reino seriam mortas ou escravizadas, no entanto, com relação aos Ensinamentos, ela poderia optar se queria ou não ser iniciada neles, especialmente por não se tratarem apenas de ensinamentos teóricos, mas também envolverem provas perigosas e dolorosas.

Mas Aara queria aprender e sabia serem imprescindíveis tais ensinamentos.

"- Sim, Aara. Existe um item muito importante do Primeiro Ensinamento que é a chamada "Mecânica dos Sonhos". Deixe-me explicar em termos gerais, pois não temos tempo de continuar muito ainda com esse exercício de maiêutica: a realidade é tecida pelos sonhos de muitos sonhadores que se situam em mundos diferentes do nosso. Em alguns momentos de nossa existência, muitos estão nos sonhando ao mesmo tempo, em outros momentos, poucos, e, em outros ainda, ninguém nos sonha. E é nesses momentos específicos que somos mais livres para realizar alguma coisa. Há uma luta entre o destino tecido consciente ou inconscientemente pelos nossos sonhadores e a terrível aleatoriedade além de qualquer princípio de bem". (p. 123)

Aara logo é coroada quando descobre-se que o primeiro e o segundo exércitos de Mitrax rumam para o norte, liderados pelos generais Amazarak e Akibeel, anjos caídos. Aldebaran apenas não contava que o inimigo estava tão perto e atordoado chama a rainha para que se vista com uma roupa de guerra. O mago estava desesperançoso, pois constatou que quem liderava o exército era Meissa.

"- Meissa é a mais poderosa entre os magos. Seu poder somente é superado pelos anjos... e não temos nenhum ao nosso lado. E ela é imortal. Dizem que... - Então, parou, estava agitado, seu peito arfava. Teve de tomar fôlego para continuar: - Dizem que ela... que ela copulou com o cristal negro. E, desde então, não pode mais morrer, embora não viva realmente... - Então, abaixou a cabeça e concluiu: - Acho que estamos perdidos!" (p. 226)

Aara possuía o respeito de muitos, mas Mitrax já seduzira muitos para seu caminho. Haveriam traidores? E Meissa, sendo imortal, poderia ser derrotada? Com tudo acontecendo tão depressa a Grande Rainha nem pudera passar por todos os ensinamentos...

A Grande Rainha é o primeiro volume de A Saga de Mitrax, de Sérgio Roberto de Paulo. Sei que a resenha ficou grande, mas prometo que aqui não está presente nem um terço da história. Fiz a resenha assim, longa, para poder apresentar para vocês esse mundo mágico pelo qual me encantei. Uma história fantástica, com personagens fortes, misteriosos, adoráveis e divertidos. Não queria fechar o livro, só queria ler mais e espero que o próximo volume da saga seja lançado logo!

A narrativa em terceira pessoa é extramente bem elaborada, assim como a história, e concisa. A história aborda diversos acontecimentos, existem vários diálogos e vários personagens, mas pela narrativa precisa o leitor não fica perdido, além disso, o autor destaca na história os acontecimentos mais importantes, não se prolongando em detalhes que poderiam tornar a narrativa enfadonha.

As descrições dos locais são maravilhosas, é como abrir a janela e se ver diante de um mundo mágico e totalmente diferente do que já se viu.

Aara é uma garota com apenas dezesseis anos, mas uma personagem muito forte, inteligente, bondosa e cativante. Aldebaran não me agradou de início para depois se tornar um dos personagens mais queridos. Seus diálogos com Aara são inteligentes e abordam diversos assuntos: filosofia, teologia etc. Gdu é divertidíssimo, adora contar histórias e azucrinar Aldebaran.

A Grande Rainha revela um mundo extraordinário, rico em vários sentidos. É um livro imperdível para os fãs de literatura fantástica!

Bate-papo com Noble Smith e Concurso Cultural

Noble Smith, autor de A Sabedoria do Condado, publicado pela Editora Novo Conceito irá participar de um bate-papo ao vivo a partir das 16:00 no dia 28/03 nesta página.


Envie suas perguntas (aqui) e concorra a 1 réplica da Ferroada e 50 Folhas de Lothlórien. Serão selecionadas 51 perguntas para o bate-papo e a melhor pergunta irá ganhar uma réplica da Ferroada. Os autores das outras 50 perguntas selecionadas ganharão uma Folha de Lothlórien. 


O concurso cultural é válido entre os dias 23/03 e 28/03 até o final do bate-papo. Os ganhadores serão comunicados através do e-mail cadastrado na promoção.

Confirme sua presença na página oficial do evento no Google Plus.

Divulgando #7

Promoção de Aniversário: Red Luna - A Biblioteca do Czar


Início: 18/03/2013
Término: 18/04/2013

Para participar clique aqui!

Promoção na Fan Page de Entre Dois Mundos


Término: 22/04/2013

Leia as regras aqui e participe!

Promoção dos lançamentos da autora Adriana Vargas


Término: 10/04/2013

Leia as regras aqui e participe!

Saiba como ter seu sorteio, promoção ou concurso cultural divulgado no blog aqui.

Uma Questão de Confiança


Título: Uma Questão de Confiança

Autor: Louise Millar
Editora: Novo Conceito
Páginas: 384
ISBN: 9788581631936


Callie vive ao norte de Londres, em um subúrbio tranquilo, com Rae, sua filha de cinco anos. Antes do nascimento de Rae, Callie levava uma vida bem diferente, como uma reconhecida engenheira de som, mas largou o trabalho e o local onde vivia para poder tomar conta de sua filha, que havia nascido com um problema cardíaco. Para Callie é difícil se manter como mãe solteira, já que o pai de Rae, Tom, um cameraman da vida selvagem talentoso, que vive viajando de um lugar para o outro, não está presente na vida da filha como Callie gostaria. O mundo parece pesar em seus ombros e não ajuda em nada ter vizinhos tão estranhamente hostis, até mesmo com Rae, que não consegue fazer amizade com as outras crianças. 

Sua única amiga era Suzy, que morava do outro lado da rua, com seus três filhos e seu marido, Jez. As duas conheciam-se há dois anos, desde que Callie se mudara para Churchill Road. Mas Callie sentia-se mal, sabendo que com exceções de bebês e crianças, elas não tinham nada em comum. A amizade entre as duas mulheres não era uma escolha, mas uma carência: a estrangeira americana em Londres e a mãe solitária. Mas Suzy não parecia perceber isso e para piorar as coisas, Suzy preenchia os dias vazios com Callie, pagando-lhe as saídas, já que a amiga não tinha condições de arcar com nada disso. Era difícil ver também o quanto Suzy se esforçava tanto pelas crianças e por Rae, até mesmo por Callie. 

O marido de Suzy tinha um negócio que prosperava, apesar de Suzy nunca ter se interessado realmente no que Jez fazia. Sua casa valia uma fortuna e Suzy sempre contava para Callie como as coisas iam bem entre o casal. Apesar disso, Suzy sentia falta do Colorado. Mas o que ela não contava à Callie era a constante luta que travava consigo mesma por viver uma ilusão. Jez sempre fora um mistério, mesmo antes de se tornar seu marido. Vivia enfurnado no escritório, deixando Suzy encarregada de cuidar dos filhos. Ele também a rejeitava como mulher e ainda por cima era mal vista pelo sogro. Mas para ela, tudo o que importava era a segurança de seus filhos. 

Assim que Callie consegue seu emprego de volta, sabendo que não pode ficar enfurnada em casa (afinal, já se passaram cinco anos!) e mesmo com receio de ficar longe de Rae, ela sabe que precisa mudar alguns aspectos da sua vida: não depender do dinheiro de Tom, conhecer novas pessoas, tornar-se um pouco mais independente de Suzy. Rae não ficaria sozinha, passaria mais tempo na escola, para as atividades extras. Além disso, Suzy prometeu ficar de olho em Rae, assim como Callie cuidara tantas vezes de seus filhos, afinal, os vizinhos servem para isso, ajudam um ao outro quando necessário. E falando em vizinhos, um casal acabara de se mudar para uma casa ao lado da de Suzy. 

Debs, com 48 anos, estava morando pela primeira vez com um homem, coisa com a qual ainda estava se acostumando. Ela não queria ser incomodada pelos vizinhos, e depois de receber uma visita de boas-vindas de Callie e Rae, resolveu que não atenderia mais a porta. Sua casa ficava grudada a casa de Suzy e Debs não suportava qualquer tipo de barulho. Uma criança chorava em um quarto, um secador de cabelo era ligado no banheiro etc., ela só queria se livrar daquele tormento. Debs também tinha dificuldade para pegar no sono, apesar dos remédios que tomava, parecia que o fantasma da garota Daisy Poplar voltara a visitá-la. Uma mulher estranha e taciturna, que mesmo com o conselho do marido de não voltar a trabalhar com crianças depois do que aconteceu, resolveu voltar a trabalhar como professora na mesma escola onde Rae e os filhos de Suzy estudavam. 

Callie havia ficado presa no trabalho e pedira a Suzy para buscar Rae. Com o seu filho doente, Suzy ligara para a escola para que a professora de Rae, Debs, a levasse para casa, lembrando-a de que a garota possuía uma coordenação motora ruim e precisava ser segurada pela mão. Callie recebe um telefonema de Suzy dizendo que Rae havia caído na rua e machucado a perna, o que faz com que Callie fique em pânico, pedindo para a amiga levar a garota para o hospital e contatar o cardiologista. 

Callie está tensa, muito chateada com a amiga, mas reconhece que Suzy estava com o filho doente. No entanto, quando a polícia é chamada e Debs interrogada, ela não se lembra se Suzy pediu para que Debs segurasse a mão da criança, na verdade, Debs não consegue lembrar do acidente, deixando-a extremamente ansiosa e fazendo-a tomar atitudes estranhas. 

Cria-se, então, uma tensão entre a amizade de Callie e Suzy. Em quem confiar agora? Especialmente quando uma mulher suspeita está morando na mesma rua que elas. 

Uma Questão de Confiança é um livro com uma história perturbadora, um suspense psicológico de tirar o fôlego e arrepiar, focando nas mães e suas vidas. Enquanto lia o livro senti como se estivesse assistindo a um filme de suspense, quase roendo as unhas. Louise Millar consegue explorar o dia a dia de pessoa comuns que vivem dilemas e conflitos, mas que por trás trazem segredos obscuros.

A narrativa é maravilhosa, com um enredo muito bem elaborado e um clímax de tirar o fôlego! Os capítulos são intercalados, narrados em primeira pessoa por Callie e em terceira pessoa por Suzy e Debs. 

Os personagens são muito bem elaborados e para quem gosta de conflitos psicológicos e suspense, Uma Questão de Confiança é altamente recomendado.

Lançamentos do mês de março - Novo Século


Proibida - The Black Door (Velvet)



Entre o importante trabalho como sócia de uma firma de advocacia e o relacionamento com um dos solteiros mais cobiçados de Nova York, Ariel Vaughn parece ter tudo. Mas o sexo com o juiz Preston Hendricks havia esfriado consideravelmente. Por meio de um atraente acompanhante da Black Door – uma boate de elite que satisfaz os desejos carnais de algumas das mulheres mais ricas de Nova York – ela se encanta com um mundo de tentação irrestrita. Dentro da Black Door, máscaras elaboradas escondem as identidades do mundo real e o sexo é mais selvagem do que Ariel jamais conseguiu imaginar. Porém, as coisas fogem do controle e sua vida sexual entra em conflito com a real. Ela vai conseguir abrir mão de prazeres ilimitados? E quando ela descobrir a chocante identidade do homem mascarado, com quem viveu suas noites mais intensas, será capaz se afastar de lá?


A Noite Maldita - As Crônicas do Fim do Mundo (André Vianco)


Quando metade dos seres humanos adormece inexplicavelmente, o que surge é um cenário apocalíptico: prédios em chamas, falta de eletricidade e pessoas desesperadas correndo sem rumo pelas ruas. Nada mais funciona como de costume, e os hospitais ficam lotados com vítimas do que parece ser uma terrível epidemia. Porém, tudo piora quando uma parte dos "adormecidos" desperta com uma sede incontrolável de sangue. Inicia-se então uma guerra de proporções nunca antes registradas, entre humanos e vampiros, naquela que, para sempre, seria chamada de A noite maldita. Ambientado em diversas cidades do Brasil, o livro leva o leitor a um mundo caótico e sombrio, onde a luta pela sobrevivência é constante e qualquer descuido pode ser fatal. Conheça a origem da aclamada saga "O Vampiro-Rei" e descubra como as batalhas entre humanos e vampiros começaram.


Um Milhão de Sóis (Beth Revis) - Segundo livro da série Através do Universo


Descubra os segredos que Godspeed esconde nessa eletrizante sequência de Através do Universo. Já se passaram três meses desde que Amy foi desconectada. A vida como ela conhecia chegou ao fim. E para onde quer que ela olhe, enxerga apenas as paredes da nave espacial Godspeed. Mas ainda pode haver esperança. Elder assumiu a liderança da nave e - finalmente se vê livre para agir de acordo com seus desejos: sem mais Phydus, sem mais mentiras. Quando Elder descobre os terríveis segredos da nave, ele e Amy correm em busca da verdade por trás da vida em Godspeed. Eles precisam se unir para desvendar um grande mistério, posto em ação centenas de anos antes. Seu sucesso ou fracasso determinará o destino dos 2.298 passageiros. Porém, a cada passo, a jornada se torna ainda mais perigosa, a nave, cada vez mais caótica, e o amor entre eles, mais impossível de se concretizar.


O Domínio do Lobo (Patricia Brigss) - Segundo livro da série Alfa e Ômega


Depois de se transformar em lobisomem, Anna Latham não fazia ideia do quanto sua vida se tornaria complicada... e perigosa, já que acabaria se tornando a companheira de Charles Cornick, o filho do líder de todos os lobisomens da América do Norte, Bran. Anna e Charles são convocados para uma importante reunião, que pode mudar o destino de sua espécie. Bran acredita que é chegada a hora de os lobisomens do mundo revelarem sua existência à humanidade. Porém, o mais temido lobisomem Alfa da Europa se coloca radicalmente contra o plano, e ele parece não ser o único a ter esta opinião. Quando Anna é atacada por vampiros, num tipo de ofensiva mágica que apenas um lobisomem poderia executar, ela e Charles resolvem combinar seus poderes para descobrirem quem estaria por trás disso tudo... ainda que isso lhes custe suas vidas.


Inverno de Cinzas (Adriana Brazil) - Segundo livro da série Foi Assim que te Amei


No segundo livro da série "Foi Assim que te Amei", Inverno de Cinzas, Helen depara-se com o momento mais crítico da sua vida. Nada diferente do forte inverno que está sobre o país naquele ano. Tristeza, solidão, ressentimentos, lágrimas e dor, sopram as folhas deixadas pelo Outono de sonhos que Helen viveu, trazendo o frio da estação ao seu interior. O cinza que cobre seus dias a leva para uma profunda depressão. Ela encontra nos amigos, na família e na fé a força para continuar. Ela desabafa seus sentimentos na sua agenda, colocando suas emoções sufocadas pela saudade, como um inverno sem cores, onde tudo ao seu redor, está completamente frio, cinza e sem vida.


O Escaravelho (Catherine Fisher) - Terceiro volume da Trilogia O Oráculo


A loucura impera em Duas Terras. O general Argelin se autoproclama rei, e, em seu reinado de terror, passa a destruir sistematicamente todos os seus inimigos: humanos... e deuses. Mas quem, entre os mortais, terá poderes para silenciar um deus? Alexos, o garoto que deveria governar, não tem poderes para resistir. Mirany, a jovem sacerdotisa, permanece escondida. Seth e o Chacal se esforçam para reunir um pequeno grupo de resistência, sem que atraiam a atenção de Argelin... ou do misterioso e sinistro poder que ele agora controla, sob o signo do escaravelho. Sua última esperança reside além do deserto, além das tumbas, no Submundo, onde nada além da morte os aguarda. Mirany pode guiá-los em sua jornada na direção da morte, atravessando os Nove Portões. Mas terá ela poderes para trazê-los de volta?


O Grito Vermelho (Bruno Godoi) 


Horror. Drama Psicológico. Suspense Sobrenatural. Um crime: doze corpos encontrados em uma região mística do norte da Mongólia. Um agente especial francês que batalha contra seus mais íntimos inimigos: os próprios pesadelos. Um assassino letal e misterioso que cruza o caminho das investigações do governo francês e do Vaticano e põe em risco a segurança dos agentes e dos padres. Segredos são aos poucos apresentados e revelam as angústias e os pecados impressos nos homens. O Grito Vermelho: o lamento silencioso da alma...









Luar de Sangue (Dione Maria Souto da Rosa)


Três sacerdotisas celtas impetuosas. Somente uma é guardiã de uma relíquia sagrada. Caminhos que se cruzam perante a traição e a busca pelo poder, acarretando a morte. Destinos que se encontram em tempos futuros, trazendo revelações. Vampiros obcecados, cruéis e temperamentais digladiam-se pela conquista do Condado. Para conquistar o cargo do rei, precisam gerar filhos com sacerdotisas. A paixão de uma das sacerdotisas por um vampiro dá luz à gêmeos, os quais se tornarão vampiros. Mesmo obrigados a respeitar o pacto de territorialidade imposto por sacerdotes druidas, o descumprem e engendram os mais ardilosos planos para deterem o controle dos demais vampiros. Anne, uma heroína sem memória, sofrerá muito. Sem saber quem verdadeiramente personifica, é raptada por um dos gêmeos vampiros. Ela precisará lutar por sua sobrevivência enquanto tenta recuperar sua memória e se livrar do temperamental vampiro.


Sacramento (Felipe Cangussu Novais)


Não leia este livro se não estiver disposto a passar a madrugada imerso no rio de suas palavras. Deixe-o para quem deseja se entregar à sua trama como um apaixonado, à fluidez dessa obra envolvente e um tanto... original. Leitor, deixe-me apresentar: Essa é a história de William, o amigo que todo suicida precisa. De Anderson, o psicopata do bem. Marina, a mulher que amou demais. E Johnny Sacramento, o homem que (quase) morreu três vezes.


Jesse Chesnutt e o Mistério do Planeta T12 (Leonardo Faig)


MILTON, FLÓRIDA, 20 DE ABRIL DE 2012. Uma data fatídica na vida de muitas pessoas. Dentre elas, os membros da família Kirk, que subitamente sofrem ataques de pessoas que, infectadas por um misterioso vírus, se tornaram criaturas agressivas. Sedentos por sangue, os infectados invadem casas, destroem lojas e causam o caos na cidade. Jesse é um dos sobreviventes desse aterrador acontecimento e consegue fugir das criaturas. No caminho, encontra Kevin e Brian, também determinados a sobreviver, e juntos, munidos de armas e de uma Ferrari, partem em busca de respostas e de uma possível cura. Porém, estes acontecimentos podem ser o estopim de algo muito maior que está por vir. E o misterioso planeta T12 pode ser a grande chave para desvendar esse terrível vírus.


Nora - O Começo (Géssica Soares)


Nora tem dons e uma inteligência notável, mas que são sufocados pela displicência do povoado onde vive. Filha adotiva e possuidora de uma aparência nada comum, não consegue viver amigavelmente com os demais. A não ser com Pietro, seu único amigo, e com o senhor Filipino, o carteiro e viajante da redondeza. Além deles, encontra consolo nos livros, já que vive sob as imposições da Igreja. Repentinamente, Nora terá de acompanhar Filipino em uma de suas viagens, e nela descobrirá muito de sua origem, pois ele, o velho misterioso, apresentará à singela garota o mundo que a espera...




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Lançamentos do mês de abril - Novo Conceito

Jardim de Inverno (Kristin Hannah)



Meredith e Nina Whiston são tão diferentes quanto duas irmãs podem ser. Uma ficou em casa para cuidar dos filhos e da família. A outra seguiu seus sonhos e viajou o mundo para tornar-se uma fotojornalista famosa. No entanto, com a doença de seu amado pai, as irmãs encontram-se novamente, agora ao lado de sua fria mãe, Anya, que, mesmo nesta situação, não consegue oferecer qualquer conforto às filhas.

A verdade é que Anya tem um motivo muito forte para ser assim distante: uma comovente história de amor que se estende por mais de 65 anos entre a gelada Leningrado da Segunda Guerra e o não menos frio Alasca. Para cumprir uma promessa ao pai em seu leito de morte, as irmãs Whiston deverão se esforçar e fazer com que a mãe lhes conte esta extraordinária história.

Meredith e Nina vão, finalmente, conhecer o passado secreto de sua mãe e descobrir uma verdade tão terrível que abalará o alicerce de sua família… E mudará tudo o que elas pensam que são.

"Difícil não rir um tanto e chorar ainda mais com a história de mãe e filhas que se descobrem no último momento." – Publishers Weekly

A história que sua mãe conta é como nenhuma outra já ouvida por elas antes — uma história de amor cativante e misteriosa que dura mais de sessenta anos e parte da Leningrad congelada e devastada pela guerra até o Alasca, nos dias atuais. A obessão de Nina por esconder a verdade as levará a uma inesperada jornada ao passado de sua mãe, onde descobrirão um segredo tão chocante, que abala a estrutura da família e muda quem elas acreditam ser.

Liberta-me (Tahereh Mafi)


Liberta-me é o segundo livro da trilogia de Tahereh Mafi. Se no primeiro, Estilhaça-me, importava garantir a sobrevivência e fugir das atrocidades do Restabelecimento, em Liberta-me é possível sentir toda a sensibilidade e tristeza que emanam do coração da heroína, Juliette.

Abandonada à própria sorte, impossibilitada de tocar qualquer ser humano, Juliette vai procurar entender os movimentos de seu coração, a maneira como seus sentimentos se confundem e até onde ela pode realmente ir para ter o controle de sua própria vida. Uma metáfora para a vida de jovens de todas as idades que também enfrentam uma espécie de distopia moderna, em que dúvidas e medos caminham lado a lado com a esperança, o desejo e o amor.

A bela escrita de Tahereh Mafi está de volta ainda mais vigorosa e extasiante.

O Poder da Energia (Brendon Burchard)


O Poder da Energia, de Brendon Burchard, nos convida a pensar grande e a transcender as ideias a que nos acostumamos, enquanto, ao mesmo tempo, aprendemos a comandar nossa própria consciência. Convida-nos a uma existência muito mais planejada, onde o controle sobre o prazer e sobre a dor estará em nossas mãos.

E como é possível apoderar-se assim da vida? Podemos escolher entre seguir nossos impulsos, ou dirigir a nossa atenção e atividade a um estado mais elevado de motivação. Podemos deixar que a vida nos leve, ou tomar as rédeas de nossa história até que possamos realmente desfrutá-la.

Para encontrar um propósito na experiência humana e ultrapassar qualquer circunstância limitadora, O Poder da Energia o levará a se conectar a algo maior que as coisas do dia a dia; algo que vai conduzi-lo do mundano ao mágico, de uma vida inepta à plenitude.

Sangue na Neve (Lisa Gardner)


A policial Tessa Leoni matou seu marido, Brian Darby, em legítima defesa. A arma do crime está à vista de todos e os hematomas no corpo de Tessa confirmam a ocorrência. A policial também não fez questão de fugir, ou de arrumar qualquer justificativa para explicar aquele corpo estendido no chão da cozinha, portanto, aparentemente, o que a investigadora D.D. Warren tem à sua frente é o desfecho de uma briga doméstica. Um caso simples.

No entanto, ao abrir o inquérito, D.D. terá uma surpresa: este não é o primeiro homicídio de Tessa Leoni e — afinal — onde está a filhinha de seis anos da policial? Será que a policial Leoni realmente atirou em seu marido para matá-lo? Uma mãe seria capaz de prejudicar intencionalmente sua filha?

D.D. Warren, a experiente detetive que acredita que desvendar um caso é como mergulhar na vida do criminoso, enfrentará mais uma investigação que a levará a uma busca frenética por uma criança desaparecida enquanto tenta encaixar as peças de um mistério familiar que a levará a quebrar os muros do corporativismo policial.

Simplesmente Ana (Marina Carvalho)


Imagine que você descobre que seu pai é um rei. Isso mesmo, um rei de verdade em um país no sudeste da Europa. E o rei quer levá-la com ele para assumir seu verdadeiro lugar de herdeira e futura rainha…

Foi o que aconteceu com Ana. Pega de surpresa pela informação de sua origem real, Ana agora vai ter que decidir entre ficar no Brasil ou mudar-se para Krósvia e viver em um país distante tendo como companhia somente o pai, os criados e o insuportável Alex.

Mudar-se para Krósvia pode ser tentador — deve ser ótimo viver em um lugar como aquele e, quem sabe, vir a tornar-se rainha —, mas ela sabe que não pode contar com o pai o tempo todo, afinal ele é um rei bastante ocupado. E sabe também que Alex, o rapaz que é praticamente seu tutor em Krósvia, não fará nenhuma gentileza para que ela se sinta melhor naquele país estrangeiro.

A não ser… A não ser que Alex não seja esta pessoa tão irascível e que príncipes encantados existam.

Simplesmente Ana é assim: um livro divertido, capaz de nos fazer sonhar, mas que — ao mesmo tempo — nos lembra das provas que temos que passar para chegar à vida adulta.

A Livraria 24 Horas do Mr. Penumbra (Robin Sloan)


A recessão econômica obriga Clay Jannon, um web-designer desempregado, a aceitar trabalho em uma livraria 24 horas. A livraria do Mr. Penumbra — um homenzinho estranho com cara de gnomo.

Tão singular quanto seu proprietário é a livraria onde só um pequeno grupo de clientes aparece. E sempre que aparece é para se enfurnar, junto do proprietário, nos cantos mais obscuros da loja, e apreciar um misterioso conjunto de livros a que Clay Jannon foi proibido de ler.

Mas Jannon é curioso…

*

Qual dos lançamentos vocês estão ansiosos para ler? Eu, particularmente, estou com muita vontade de ler a sequência de Estilhaça-me (a capa de Liberta-me tem dado o que falar!) e Sangue na Neve, da autora Lisa Gardner (gostei muito de seu livro Viva Para Contar).