"Quando comecei a escrever este conto, pretendia, acima de tudo, relatar uma história sobre alguém que tinha na música a sua única e grande paixão. Assim, em jeito de fábula, comecei a idealizar essa melodia orgânica como algo transcendente, algo místico, mas também algo negro e visceral.
Lembrei-me logo do Flautista de Hamelin e dos encantadores de serpentes. Mas eu tinha em mente trabalhar mais duas idéias que já me acompanhavam há algum tempo. Comecei, então, a pensar num denominador comum aos três contos: Anjos. Por que não? Claro, desde que não assumissem aquele caráter aparentemente benévolo que normalmente lhes é atribuído. Afinal, são seres transcendentes, místicos, negros, viscerais e, às vezes... orgânicos. Além disso, estava aí um tema que de alguma forma sempre me agradou.
E assim, um pouco acidentalmente, Anjos e Outras Armadilhas acabou por ser uma única história constituída por um trio de contos aparentemente isolados...".
Pedro Pires, que nasceu em Portugal, mistura imagem e poesia em Anjos e Outras Armadilhas em uma história cativante cheia de cores noturnas. A escrita e as ilustrações, que também são de Pedro nos conquistam , deixando-nos inebriados.
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