Sinal e Ruído já teve muitas vidas, começou como uma HQ de duas páginas chamada "Whipe Out" (Destrua), encomendada para a revista The Face, que possuía o estilo austero de Neville Brody. Dave McKean recortou um texto de um artigo sobre hackers e fez com ele uma colagem praticamente aleatória e criou um monólogo fragmentado e repetitivo sobre um fundo estático.
Mais tarde a revista encomendou uma história em quadrinhos para ser publicada em capítulos. Foi quando McKean conversou com Neil Gaiman. McKean possuía algumas anotações sobre a biografia de Sergei Eisenstein, um dos mais importantes cineastas soviéticos, com o intuito de fazer uma história sobre o fim da sua vida. Já Neil tinha um fascínio enorme sobre os fatos e mitos que cercavam o ano de 999 d.C. Esse foi o ponto de partida. Um ano depois, a editora Victor Gollancz quis publicar a história completa em um único volume. Nesta versão, novos capítulos foram adicionados.
O projeto acabou se transformando também em uma peça teatral e ganhou uma versão radiofônica, transmitida em 1996. No ano de 2000 foi lançado um CD com a versão radiofônica pelo selo musical Feral.
Aqui no Brasil, a Conrad lançou uma edição especial revisada pelos autores e ampliada com novos desenhos e textos.
Sinal e Ruído é um dos primeiros trabalhos conjuntos de Neil e McKean, sendo considerado a obra-prima deles.
Com roteiro de Neil Gaiman e arte e design de Dave McKean, Sinal e Ruído conta a história de um diretor de cinema em Londres que descobre que está com câncer e possui pouco tempo de vida. Ele estava prestes a iniciar a produção do que viria a ser o seu maior filme: a história de um vilarejo na Europa Central durante os últimos minutos do ano de 999 d.C., aguardando a vinda do apocalipse. O roteiro, agora, jamais será filmado.
Apesar disso, ele continua trabalhando na produção, só que em sua mente, fazendo um filme que ninguém jamais verá.
Finalizando, concordo com Jonathan Carrol na introdução da edição original em que ele diz: "A única objeção que tenho ao trabalho desses dois homens é que eles são tão bons no que fazem que muitas vezes me pego só lendo e não olhando, ou então o contrário. Isso é uma injustiça, porque uma história como Sinal e Ruído exige que o leitor apreenda tudo de uma vez antes de seguir adiante. Todas as palavras impactantes e ominosas, todas as imagens sem precedentes, que são uma espécie de hieróglifos atuais".
O livro está em promoção no Submarino, de R$ 49,90 por 14,90.
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