Autor: Velvet
Editora: Novo Século
Páginas: 228
ISBN: 9788576798828
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Ariel Renée Vaughn percorreu um longo caminho desde sua infância, onde vivia em uma casa apertada com outras cinco crianças órfãs, todas abrigadas em um lar temporário, já que sua mãe havia entregado-a para a adoção depois do parto, mas a garota nunca fora adotada. Ariel passou sua infância mudando de casa, sempre em lares temporários, até ir parar na casa da sra. Grant, uma viúva com grande coração, que encorajou a garota a estudar muito e obter boas notas, pois só assim conseguiria ser aceita em uma boa faculdade e conseguiria um bom emprego. Foi o que Ariel fez, e com a bolsa de estudos que conseguiu na Columbia University estudou Direito, sendo recrutada pela Yales Gilcrest meses antes da sua formatura. Agora Ariel era uma das três mulheres associadas à Yates Gilcrest, uma das líderes entre as firmas de advocacia de Nova York, com escritórios em cada grande cidade do mundo. Com um gordo salário, um apartamento luxuoso e um dos juízes mais poderosos da cidade como amante, Ariel sentia-se inquieta, como se algo faltasse na sua vida, mas não sabia dizer o quê.
Ariel e Preston Hendricks estavam juntos há anos e mantinham um relacionamento sério, mas há muito tempo as coisas haviam esfriado. Preston era como um sapato velho: confortável. Os dois tinham estabilidade financeira e respeito na comunidade legal, além disso, formavam o tipo de casal perfeito para as fotos. Hendricks logo tentaria a sorte na carreira política e Ariel estaria ao seu lado rumo a Washington.
Como havia completado trinta anos há alguns anos, sua mãe a pressionava para se casar com Preston e ter uma família. A sra. Grant sabia o quanto isso era importante para Ariel: estabilizar-se e ter uma família, um homem com quem contar e ser a mãe que sua mãe biológica não foi.
Apesar de quinze anos mais velho, no início do relacionamento Preston tinha um apetite sexual por Ariel insaciável. Ele, divorciado e com a vida amorosa estagnada e Ariel, jovem, com um corpo exuberante e cheio de curvas, formavam uma dupla explosiva. Mas com o passar do tempo o foco de Preston se transferiu dos desejos sexuais para os objetivos políticos.
Além da vida sexual que havia esfriado, Preston nunca estava disponível para sair com Ariel. Em em evento beneficente que ocorreria logo, Ariel recusava-se a comparecer sem um acompanhante e logo ligou para sua melhor amiga, Meri Renick, viúva e sem filhos para sustentar, gastara milhares de dólares até recuperar seu rosto de trinta anos de idade e um corpo adequado às feições. Podia-se ver Meri frequentemente em um restaurante elegante jantando com um ou dois bonitões, ou caminhando pela Madison Avenue com um acompanhante de cada lado.
As duas se conheciam há dez anos e Ariel ainda se espantava com a liberdade com que Meri contava os detalhes de suas experiências sexuais. Com quase cinquenta anos, ela fazia mais sexo que muitas mulheres de vinte. O conselho de Meri para a falta de companhia de Ariel era simples: utilizar o serviço de acompanhantes que a própria Meri usava.
"- Acredite em mim, você não vai ser a única mulher na sala com um acompanhante de aluguel. Na verdade, vou levar um dos meus antigos. E como sempre, vou criar uma persona impressionante para ele, e ninguém vai perceber nada. Sugiro que faça o mesmo". (p. 19)
Quando Ariel estava prestes a se encontrar com o tal acompanhante, sentia-se extremamente nervosa. Nunca havia saído nem mesmo em um encontro às cegas e ir encontrar um desconhecido para uma noite na cidade era praticamente incompreensível para ela. Quase pensou em desistir quando o carro parou e Ariel se deparou com o homem mais atraente que já vira.
"Devia ter um metro e noventa e cinco de altura, era marrom como chocolate, tinha a cabeça raspada e um cavanhaque desenhado que emoldurava os traços esculpidos perfeitamente. Mesmo através do smoking feito sob medida, Ariel conseguia ver que ele era forte, com músculos definidos e ombros largos como os de um zagueiro". (p. 23)
Mason Anthony, o acompanhante, seria apresentado como um amigo da família que está na cidade para participar de uma conferência médica. Uma ótima escolha, disse Mason, que cursava o terceiro ano de Medicina na Columbia e trabalhava como acompanhante para poder pagar a faculdade, o que deixou Ariel em dúvida.
A noite transcorreu maravilhosamente bem e ninguém havia suspeitado da verdade. Quando Mason foi embora, entregou para Ariel um cartão de papel preto e brilhante com o desenho de uma porta e mais nada, do outro lado do cartão via-se um número de telefone gravado em letras vermelhas.
Meri queria saber de todos os detalhes sobre o encontro com o acompanhante, mas Ariel deixou-a frustrada, dizendo que não aconteceu nada além do combinado. Mas mostrou-lhe o cartão que Mason lhe entregou.
"Ao ver o cartão preto e brilhante, Meri não conteve um sorriso luminoso.
- Ah, sim, a Black Door.
Ariel observava a expressão de Meri, e agora estava mais curiosa que nunca.
- O que é a Black Door?
- A pergunta deveria ser, "o que não é a Black Door" - Meri respondeu, levantando uma sobrancelha perfeitamente arqueada". (p. 42)
Meri explicou para Ariel que a Black Door tratava-se de uma boate destinada para o público feminino. Só para associadas e nem todas as mulheres eram aceitas, deveriam ser indicadas. Eles investigavam seu passado para ter certeza de que não era uma policial disfarçada, depois submetiam cada membro a um exame de sangue para garantir que todas são saudáveis. Todas as sócias eram livres para ousar e usavam uma máscara personalizada para garantir o anonimato.
"- Guarde em lugar seguro para o caso de uma emergência sexual.
Ariel deixou o cartão sobre a mesa.
- Não preciso disso. Preston volta hoje à noite para atender às minhas emergências - Ariel anunciou orgulhosa. Nunca o traíra durante o longo relacionamento e não pretendia começar agora". (p. 44)
Ariel estava animada com a volta de Preston e caprichou na produção e no jantar, mas mesmo com tudo planejado Preston não tardou em devorar o jantar (sem dar tempo de Ariel preparar a mesa), deitar no sofá e começar a roncar.
Para se redimir por ter dormido no sofá Preston convidou Ariel para passar o fim de semana em Washington. Ele ligara dizendo que queria compensá-la com um fim de semana cheio de jantares à luz de velas e muito sexo. Ariel queria desesperadamente reviver a estagnada vida amorosa do casal e planejava tirar proveito máximo daquelas quarenta e oito horas em que estariam juntos.
Quando a limusine preta de Preston chegou ao prédio de Ariel e ela desceu toda contente, deparou-se com um Preston irritado que mal olhava para ela, reclamando do seu atraso e com uma jovem e atraente desconhecida no banco de trás. Preston apresentou a mulher: Michele Richards, sua nova assistente, contratada para ajudá-lo em sua iminente indicação à Suprema Corte.
Ariel pensou que Michele os acompanharia apenas até o aeroporto, mas quando o motorista passou direto pela saída do aeroporto Ariel perguntou à Preston o que estava acontecendo: eles iriam de carro, pois Michele achou que poderiam trabalhar mais no carro.
Quando chegaram no hotel, Michele se instalou em um quarto no mesmo andar e Ariel pensou que poderia ter, finalmente, algum momento a sós com Preston, mas o juiz estava muito ocupado enviando documentos importantes por fax para o governador, além disso, avisou Ariel que teria de se preparar para as reuniões que Michele marcou para o fim de semana. Apesar de ter prometido um final de semana romântico, e de início era mesmo, pois só tinha uma reunião com o senador, Michele conseguira programar vários almoços.
Mesmo se desculpando, Ariel ficou furiosa e se sentia um estorvo. Resolveu voltar para Nova York, odiava se sentir negligenciada, era a mesma sensação que tinha quando a mãe de criação passava mais tempo com uma nova criança que havia entrado na família, em vez de ficar com ela. Parte de Ariel, aquela parte madura e profissional, entendia a ambição de Preston, mas a outra parte, a criança insegura que nunca a abandonara, queria a atenção integral do amado.
Logo quando chegou em seu apartamento o telefone estava tocando, torcia que fosse Preston, pedindo desculpas, mas era Meri. A amiga percebeu que Ariel estava desanimada e ela contou tudo sobre o final de semana fracassado e sobre como Preston não tinha mais tempo para ela. Meri sabia o que a amiga deveria fazer: associar-se à Black Door. Mas Ariel não queria trair Preston, apesar de toda sua frustração sexual. Então Meri lhe aconselhou a só visitar o local e dar uma olhada nos colírios, afinal Preston parecia estar banqueteando os olhos com a nova assistente. Mas passar por todo aquele processo de triagem, especialmente com Preston tentando chegar à Suprema Corte... seria muito arriscado. Por isso Meri teve a idéia de lhe emprestar a sua própria máscara.
"Ariel relutava um pouco, mas a tensão sexual acumulada realmente era grande, grande demais para recusar a oferta generosa da amiga. Ver uma sala cheia de homens sexy era, provavelmente, tudo de que precisava para reduzir seu fogo até Preston voltar a prestar atenção nela". (p. 69)
Ariel não conseguia acreditar na tensão sexual que pairava no ar, todos ali pareciam estar tocando alguém, menos ela. Mesmo não sendo uma puritana, seus padrões não podiam ser comparados aos da Black Door. Ariel esperava encontrar um local completamente diferente daquele, uma decoração moderna mas ao mesmo tempo decadente, no lugar disso, deparou-se com sofás de estofamento escarlate e seda dourada, com uma variedade de almofadas decorativas espalhadas pelo ambiente. Do teto pendia um lustre de cristal de seis camadas com suaves lâmpadas ocres, no centro do salão havia uma fonte ornamentada que jorrava uma vodca bastante gelada, em torno dela várias mulheres mascaradas e vestidas com pouquíssimas roupas interagiam com alguns homens, os chamados servidores.
O segundo andar era bem mais escuro, iluminado pelo azul índigo. O som era de um jazz hipnótico e o carpete grosso abafava o barulho dos saltos. Uma grande janela panorâmica recortada em uma parede interna mostrava do outro lado uma cama king size e um trio: tratava-se de um espelho unilateral, quem estava de fora podia ver o espetáculo, quem estava do lado de dentro não via ninguém, aquela era a Sala do Voyeurismo.
Ariel estava passando por uma sobrecarga sensorial, insinuações sexuais estavam em todos os lugares para onde olhava. Quando estava prestes a ir embora e descia os estreitos degraus, um homem usando uma máscara de couro preto com ônix brilhante adornando as têmporas se aproximou. Havia algo de diferente nele, Ariel logo notou. Sua atitude era discreta e ele se movia em silêncio e com determinação. Seu traje diferia muito dos outros homens: ele vestia uma calça jeans preta e uma camiseta branca, enquanto os outros se exibiam em shorts e fio dental, com o peito nu.
"- Talvez eu o encontre novamente na próxima vez. - Agora o que sabia que a Black Door tinha a oferecer, sabia sem nenhuma dúvida que voltaria como participante ativa, não como uma frígida espectadora". (p. 77)
A sra. Grant liga mais uma vez dizendo para filha que quer vê-la casada antes de deixar este mundo, o que deixa Ariel se sentido extremamente culpada. Ela realmente queria ter uma família, a família que nunca teve e sabia que Preston era um dos caras bons. Precisava sentir seus braços em volta dela antes que voltasse à Black Door e fizesse algo pelo qual se arrependeria.
Ariel queria se desculpar com Preston por ter ido embora tão repentinamente de Washington e foi até sua casa, mas quem a recebeu foi um Preston irritado e uma Michele com roupas claramente elaboradas para seduzir. Ariel estava paranoica, atribuindo o fato da recente perda de interesse sexual de Preston à sua nova assistente.
Ariel sabia que voltaria à Black Door, mesmo que fosse para experimentar a energia que havia sentido com o servidor da máscara preta. Ela precisava de uma boa dose de autoestima e ele serviria perfeitamente para isso.
"Ariel se levantou para encarar o sedutor. Seus joelhos se dobraram quando ela viu a máscara de couro preto e ônix. Nenhum dos dois disse nada, apenas ficaram ali parados, olhando nos olhos um do outro pelas frestas das máscaras. Era como se, em transe, pudessem ler a mente um do outro. Ela não sabia quem era esse homem, mas, quem quer que fosse, ele não tinha apenas o seu corpo, mas capturava também sua mente com o olhar intenso." (p. 103)
Enquanto isso, o homem da máscara preta revia em pensamento os breves momentos em que estivera com a mulher da máscara vermelha, sem saber de que se tratava de Ariel. Ele não conhecia essa mulher, mas apenas a sua lembrança acelerava sua respiração. De alguma forma ela tocara seus sentidos.
Preston recebeu uma ligação do senador e ele lhe dizia que não existia nenhuma dificuldade em garantir sua nomeação, mas Preston deveria estar preparado para o Comitê Judiciário que iria analisar não só a sua vida profissional, mas pessoal também, minuciosamente. O senador garantiu que eles querem um candidato completo com uma vida doméstica estável e apesar de estar comprometido com Ariel, não estava casado com ela.
Preston nunca pensara em se casar novamente e embora amasse Ariel, não planejava outro casamento tão cedo, talvez nunca. Seu primeiro casamento não fora feliz mas será que estava disposto a abrir mão de sua liberdade para assegurar a indicação? Talvez o senador tivesse razão: ter como esposa uma advogada de renome fortaleceria suas chances de garantir a indicação. Quanto mais pensava na idéia, Preston tornava-se disposto a se casar novamente, especialmente se ter uma mulher ao seu lado significava apresentar uma imagem mais forte. Mas sabia que havia se afastado de Ariel ultimamente e precisaria persuadi-la de que o pedido de casamento era sincero.
"O relacionamento estava em piores condições do que havia imaginado, e seria necessário mais que um jantar romântico e algumas palavras doces para reconquistar Ariel. Mas não a deixaria dissuadi-lo de sua missão. Ser um juiz da Suprema Corte era seu sonho desde que conseguia se lembrar, e um pequeno problema - ser solteiro - não arruinaria seu projeto tão bem traçado". (p. 111)
Ariel não sabia dizer quem havia substituído o verdadeiro Preston, ele estava mudado, persegui-a para saírem juntos. Saíram e ele pediu desculpas por sua ausência, disse-lhe que ela era a pessoa mais importante em sua vida e a pediu em casamento. Aquilo a pegou de surpresa e Ariel precisava pensar: de um lado pesava a voz de sua mãe de criação, dizendo para ela aceitar, do outro lado pensava no encontro com o sr. Máscara Negra.
Ariel amava Preston, mas ter se relacionado com o homem misterioso na Black Door fez com que ela questionasse se realmente estava pronta para dormir com um homem só o resto da vida. Tantos pensamentos conflitantes passavam por sua cabeça! Mas, por fim, aceitou o pedido.
Infelizmente, na festa de noivado Preston comportou-se como de costume, trancou-se na biblioteca para cuidar de assuntos relacionados a sua indicação e deixou Ariel sozinha em meio aos convidados. Mesmo querendo acreditar que as coisas seriam diferentes, sabia que sempre seria um apêndice.
"- O que aconteceu? - perguntou para si mesmo. - Ah, merda - resmungou ao olhar para baixo e ver a máscara caída no chão. - Acho que ela não gostou da minha cara". (p. 169)
Ariel agora sabia da identidade do homem da máscara de couro preta com ônix e agarrava-se a um fio de esperança: sua máscara havia permanecido no lugar. Restava apenas uma dúvida: por quanto tempo conseguiria guardar esse segredo?
Proibida, de Velvet, é o primeiro volume da série The Black Door e é o primeiro livro realmente erótico que leio. Apesar de já ter lido os quatro volumes da série Irmãos Sullivan, de Bella Andre, considero-os bem light e mais românticos. Proibida é um livro cheio de luxúria e sedução, além de mistério e uma dose de suspense. O tipo de livro que arranca suspiros e possui uma narrativa envolvente, que prende o leitor pela história (nem tanto pelos personagens, apesar de Meri ser uma personagem divertida e completamente despudorada).
A autora tenta identificar o passado de Ariel em suas atitudes na vida adulta, mas às vezes isso parece um pouco forçado. Ariel é uma personagem neutra na minha opinião, não dá para odiá-la, ela não é a "mocinha" recatada que de repente se vê em um mundo louco e cheio de prazeres, mas também não dá para amá-la, pois torna-se indecisa muitas vezes e toma algumas atitudes um pouco sem sentido de vez em quando.
O final me deixou de queixo caído, algo que eu realmente não esperava. Gostei da leitura e acredito que a série irá agradar, pois a Black Door é uma caixinha de surpresas.
Já foram lançados quatro livros da série (Proibida é o primeiro aqui no Brasil), mas o segundo livro (Seduction) não é uma sequência, é uma história completamente diferente, com um dos personagens não principais de Proibida aparecendo. O terceiro livro (Betrayal) volta com a história de Ariel e o quarto livro (Naughty) traz outra história bem diferente.
Apesar de quinze anos mais velho, no início do relacionamento Preston tinha um apetite sexual por Ariel insaciável. Ele, divorciado e com a vida amorosa estagnada e Ariel, jovem, com um corpo exuberante e cheio de curvas, formavam uma dupla explosiva. Mas com o passar do tempo o foco de Preston se transferiu dos desejos sexuais para os objetivos políticos.
Além da vida sexual que havia esfriado, Preston nunca estava disponível para sair com Ariel. Em em evento beneficente que ocorreria logo, Ariel recusava-se a comparecer sem um acompanhante e logo ligou para sua melhor amiga, Meri Renick, viúva e sem filhos para sustentar, gastara milhares de dólares até recuperar seu rosto de trinta anos de idade e um corpo adequado às feições. Podia-se ver Meri frequentemente em um restaurante elegante jantando com um ou dois bonitões, ou caminhando pela Madison Avenue com um acompanhante de cada lado.
As duas se conheciam há dez anos e Ariel ainda se espantava com a liberdade com que Meri contava os detalhes de suas experiências sexuais. Com quase cinquenta anos, ela fazia mais sexo que muitas mulheres de vinte. O conselho de Meri para a falta de companhia de Ariel era simples: utilizar o serviço de acompanhantes que a própria Meri usava.
"- Acredite em mim, você não vai ser a única mulher na sala com um acompanhante de aluguel. Na verdade, vou levar um dos meus antigos. E como sempre, vou criar uma persona impressionante para ele, e ninguém vai perceber nada. Sugiro que faça o mesmo". (p. 19)
Quando Ariel estava prestes a se encontrar com o tal acompanhante, sentia-se extremamente nervosa. Nunca havia saído nem mesmo em um encontro às cegas e ir encontrar um desconhecido para uma noite na cidade era praticamente incompreensível para ela. Quase pensou em desistir quando o carro parou e Ariel se deparou com o homem mais atraente que já vira.
"Devia ter um metro e noventa e cinco de altura, era marrom como chocolate, tinha a cabeça raspada e um cavanhaque desenhado que emoldurava os traços esculpidos perfeitamente. Mesmo através do smoking feito sob medida, Ariel conseguia ver que ele era forte, com músculos definidos e ombros largos como os de um zagueiro". (p. 23)
Mason Anthony, o acompanhante, seria apresentado como um amigo da família que está na cidade para participar de uma conferência médica. Uma ótima escolha, disse Mason, que cursava o terceiro ano de Medicina na Columbia e trabalhava como acompanhante para poder pagar a faculdade, o que deixou Ariel em dúvida.
A noite transcorreu maravilhosamente bem e ninguém havia suspeitado da verdade. Quando Mason foi embora, entregou para Ariel um cartão de papel preto e brilhante com o desenho de uma porta e mais nada, do outro lado do cartão via-se um número de telefone gravado em letras vermelhas.
Meri queria saber de todos os detalhes sobre o encontro com o acompanhante, mas Ariel deixou-a frustrada, dizendo que não aconteceu nada além do combinado. Mas mostrou-lhe o cartão que Mason lhe entregou.
"Ao ver o cartão preto e brilhante, Meri não conteve um sorriso luminoso.
- Ah, sim, a Black Door.
Ariel observava a expressão de Meri, e agora estava mais curiosa que nunca.
- O que é a Black Door?
- A pergunta deveria ser, "o que não é a Black Door" - Meri respondeu, levantando uma sobrancelha perfeitamente arqueada". (p. 42)
Meri explicou para Ariel que a Black Door tratava-se de uma boate destinada para o público feminino. Só para associadas e nem todas as mulheres eram aceitas, deveriam ser indicadas. Eles investigavam seu passado para ter certeza de que não era uma policial disfarçada, depois submetiam cada membro a um exame de sangue para garantir que todas são saudáveis. Todas as sócias eram livres para ousar e usavam uma máscara personalizada para garantir o anonimato.
"- Guarde em lugar seguro para o caso de uma emergência sexual.
Ariel deixou o cartão sobre a mesa.
- Não preciso disso. Preston volta hoje à noite para atender às minhas emergências - Ariel anunciou orgulhosa. Nunca o traíra durante o longo relacionamento e não pretendia começar agora". (p. 44)
Ariel estava animada com a volta de Preston e caprichou na produção e no jantar, mas mesmo com tudo planejado Preston não tardou em devorar o jantar (sem dar tempo de Ariel preparar a mesa), deitar no sofá e começar a roncar.
Para se redimir por ter dormido no sofá Preston convidou Ariel para passar o fim de semana em Washington. Ele ligara dizendo que queria compensá-la com um fim de semana cheio de jantares à luz de velas e muito sexo. Ariel queria desesperadamente reviver a estagnada vida amorosa do casal e planejava tirar proveito máximo daquelas quarenta e oito horas em que estariam juntos.
Quando a limusine preta de Preston chegou ao prédio de Ariel e ela desceu toda contente, deparou-se com um Preston irritado que mal olhava para ela, reclamando do seu atraso e com uma jovem e atraente desconhecida no banco de trás. Preston apresentou a mulher: Michele Richards, sua nova assistente, contratada para ajudá-lo em sua iminente indicação à Suprema Corte.
Ariel pensou que Michele os acompanharia apenas até o aeroporto, mas quando o motorista passou direto pela saída do aeroporto Ariel perguntou à Preston o que estava acontecendo: eles iriam de carro, pois Michele achou que poderiam trabalhar mais no carro.
Quando chegaram no hotel, Michele se instalou em um quarto no mesmo andar e Ariel pensou que poderia ter, finalmente, algum momento a sós com Preston, mas o juiz estava muito ocupado enviando documentos importantes por fax para o governador, além disso, avisou Ariel que teria de se preparar para as reuniões que Michele marcou para o fim de semana. Apesar de ter prometido um final de semana romântico, e de início era mesmo, pois só tinha uma reunião com o senador, Michele conseguira programar vários almoços.
Mesmo se desculpando, Ariel ficou furiosa e se sentia um estorvo. Resolveu voltar para Nova York, odiava se sentir negligenciada, era a mesma sensação que tinha quando a mãe de criação passava mais tempo com uma nova criança que havia entrado na família, em vez de ficar com ela. Parte de Ariel, aquela parte madura e profissional, entendia a ambição de Preston, mas a outra parte, a criança insegura que nunca a abandonara, queria a atenção integral do amado.
Logo quando chegou em seu apartamento o telefone estava tocando, torcia que fosse Preston, pedindo desculpas, mas era Meri. A amiga percebeu que Ariel estava desanimada e ela contou tudo sobre o final de semana fracassado e sobre como Preston não tinha mais tempo para ela. Meri sabia o que a amiga deveria fazer: associar-se à Black Door. Mas Ariel não queria trair Preston, apesar de toda sua frustração sexual. Então Meri lhe aconselhou a só visitar o local e dar uma olhada nos colírios, afinal Preston parecia estar banqueteando os olhos com a nova assistente. Mas passar por todo aquele processo de triagem, especialmente com Preston tentando chegar à Suprema Corte... seria muito arriscado. Por isso Meri teve a idéia de lhe emprestar a sua própria máscara.
"Ariel relutava um pouco, mas a tensão sexual acumulada realmente era grande, grande demais para recusar a oferta generosa da amiga. Ver uma sala cheia de homens sexy era, provavelmente, tudo de que precisava para reduzir seu fogo até Preston voltar a prestar atenção nela". (p. 69)
Ariel não conseguia acreditar na tensão sexual que pairava no ar, todos ali pareciam estar tocando alguém, menos ela. Mesmo não sendo uma puritana, seus padrões não podiam ser comparados aos da Black Door. Ariel esperava encontrar um local completamente diferente daquele, uma decoração moderna mas ao mesmo tempo decadente, no lugar disso, deparou-se com sofás de estofamento escarlate e seda dourada, com uma variedade de almofadas decorativas espalhadas pelo ambiente. Do teto pendia um lustre de cristal de seis camadas com suaves lâmpadas ocres, no centro do salão havia uma fonte ornamentada que jorrava uma vodca bastante gelada, em torno dela várias mulheres mascaradas e vestidas com pouquíssimas roupas interagiam com alguns homens, os chamados servidores.
O segundo andar era bem mais escuro, iluminado pelo azul índigo. O som era de um jazz hipnótico e o carpete grosso abafava o barulho dos saltos. Uma grande janela panorâmica recortada em uma parede interna mostrava do outro lado uma cama king size e um trio: tratava-se de um espelho unilateral, quem estava de fora podia ver o espetáculo, quem estava do lado de dentro não via ninguém, aquela era a Sala do Voyeurismo.
Ariel estava passando por uma sobrecarga sensorial, insinuações sexuais estavam em todos os lugares para onde olhava. Quando estava prestes a ir embora e descia os estreitos degraus, um homem usando uma máscara de couro preto com ônix brilhante adornando as têmporas se aproximou. Havia algo de diferente nele, Ariel logo notou. Sua atitude era discreta e ele se movia em silêncio e com determinação. Seu traje diferia muito dos outros homens: ele vestia uma calça jeans preta e uma camiseta branca, enquanto os outros se exibiam em shorts e fio dental, com o peito nu.
"- Talvez eu o encontre novamente na próxima vez. - Agora o que sabia que a Black Door tinha a oferecer, sabia sem nenhuma dúvida que voltaria como participante ativa, não como uma frígida espectadora". (p. 77)
A sra. Grant liga mais uma vez dizendo para filha que quer vê-la casada antes de deixar este mundo, o que deixa Ariel se sentido extremamente culpada. Ela realmente queria ter uma família, a família que nunca teve e sabia que Preston era um dos caras bons. Precisava sentir seus braços em volta dela antes que voltasse à Black Door e fizesse algo pelo qual se arrependeria.
Ariel queria se desculpar com Preston por ter ido embora tão repentinamente de Washington e foi até sua casa, mas quem a recebeu foi um Preston irritado e uma Michele com roupas claramente elaboradas para seduzir. Ariel estava paranoica, atribuindo o fato da recente perda de interesse sexual de Preston à sua nova assistente.
Ariel sabia que voltaria à Black Door, mesmo que fosse para experimentar a energia que havia sentido com o servidor da máscara preta. Ela precisava de uma boa dose de autoestima e ele serviria perfeitamente para isso.
"Ariel se levantou para encarar o sedutor. Seus joelhos se dobraram quando ela viu a máscara de couro preto e ônix. Nenhum dos dois disse nada, apenas ficaram ali parados, olhando nos olhos um do outro pelas frestas das máscaras. Era como se, em transe, pudessem ler a mente um do outro. Ela não sabia quem era esse homem, mas, quem quer que fosse, ele não tinha apenas o seu corpo, mas capturava também sua mente com o olhar intenso." (p. 103)
Enquanto isso, o homem da máscara preta revia em pensamento os breves momentos em que estivera com a mulher da máscara vermelha, sem saber de que se tratava de Ariel. Ele não conhecia essa mulher, mas apenas a sua lembrança acelerava sua respiração. De alguma forma ela tocara seus sentidos.
Preston recebeu uma ligação do senador e ele lhe dizia que não existia nenhuma dificuldade em garantir sua nomeação, mas Preston deveria estar preparado para o Comitê Judiciário que iria analisar não só a sua vida profissional, mas pessoal também, minuciosamente. O senador garantiu que eles querem um candidato completo com uma vida doméstica estável e apesar de estar comprometido com Ariel, não estava casado com ela.
Preston nunca pensara em se casar novamente e embora amasse Ariel, não planejava outro casamento tão cedo, talvez nunca. Seu primeiro casamento não fora feliz mas será que estava disposto a abrir mão de sua liberdade para assegurar a indicação? Talvez o senador tivesse razão: ter como esposa uma advogada de renome fortaleceria suas chances de garantir a indicação. Quanto mais pensava na idéia, Preston tornava-se disposto a se casar novamente, especialmente se ter uma mulher ao seu lado significava apresentar uma imagem mais forte. Mas sabia que havia se afastado de Ariel ultimamente e precisaria persuadi-la de que o pedido de casamento era sincero.
"O relacionamento estava em piores condições do que havia imaginado, e seria necessário mais que um jantar romântico e algumas palavras doces para reconquistar Ariel. Mas não a deixaria dissuadi-lo de sua missão. Ser um juiz da Suprema Corte era seu sonho desde que conseguia se lembrar, e um pequeno problema - ser solteiro - não arruinaria seu projeto tão bem traçado". (p. 111)
Ariel não sabia dizer quem havia substituído o verdadeiro Preston, ele estava mudado, persegui-a para saírem juntos. Saíram e ele pediu desculpas por sua ausência, disse-lhe que ela era a pessoa mais importante em sua vida e a pediu em casamento. Aquilo a pegou de surpresa e Ariel precisava pensar: de um lado pesava a voz de sua mãe de criação, dizendo para ela aceitar, do outro lado pensava no encontro com o sr. Máscara Negra.
Ariel amava Preston, mas ter se relacionado com o homem misterioso na Black Door fez com que ela questionasse se realmente estava pronta para dormir com um homem só o resto da vida. Tantos pensamentos conflitantes passavam por sua cabeça! Mas, por fim, aceitou o pedido.
Infelizmente, na festa de noivado Preston comportou-se como de costume, trancou-se na biblioteca para cuidar de assuntos relacionados a sua indicação e deixou Ariel sozinha em meio aos convidados. Mesmo querendo acreditar que as coisas seriam diferentes, sabia que sempre seria um apêndice.
"- O que aconteceu? - perguntou para si mesmo. - Ah, merda - resmungou ao olhar para baixo e ver a máscara caída no chão. - Acho que ela não gostou da minha cara". (p. 169)
Ariel agora sabia da identidade do homem da máscara de couro preta com ônix e agarrava-se a um fio de esperança: sua máscara havia permanecido no lugar. Restava apenas uma dúvida: por quanto tempo conseguiria guardar esse segredo?
Proibida, de Velvet, é o primeiro volume da série The Black Door e é o primeiro livro realmente erótico que leio. Apesar de já ter lido os quatro volumes da série Irmãos Sullivan, de Bella Andre, considero-os bem light e mais românticos. Proibida é um livro cheio de luxúria e sedução, além de mistério e uma dose de suspense. O tipo de livro que arranca suspiros e possui uma narrativa envolvente, que prende o leitor pela história (nem tanto pelos personagens, apesar de Meri ser uma personagem divertida e completamente despudorada).
A autora tenta identificar o passado de Ariel em suas atitudes na vida adulta, mas às vezes isso parece um pouco forçado. Ariel é uma personagem neutra na minha opinião, não dá para odiá-la, ela não é a "mocinha" recatada que de repente se vê em um mundo louco e cheio de prazeres, mas também não dá para amá-la, pois torna-se indecisa muitas vezes e toma algumas atitudes um pouco sem sentido de vez em quando.
O final me deixou de queixo caído, algo que eu realmente não esperava. Gostei da leitura e acredito que a série irá agradar, pois a Black Door é uma caixinha de surpresas.
Já foram lançados quatro livros da série (Proibida é o primeiro aqui no Brasil), mas o segundo livro (Seduction) não é uma sequência, é uma história completamente diferente, com um dos personagens não principais de Proibida aparecendo. O terceiro livro (Betrayal) volta com a história de Ariel e o quarto livro (Naughty) traz outra história bem diferente.
Oi, tudo bom?
ResponderExcluirA capa desse livro é linda. Depois de 50Tons, desanimei com livros eróticos, mas se você diz que ele é bem melhor, me anima para procurar comprar!
Passando pra te avisar que meu blog, em parceria com a autora FML Pepper e outros 3 blogs, está sorteando um KINDLE!
Vai perder?
Beijos
Endless Poem
gosto de livros que a gente nao sabe o que esperar do final :)
ResponderExcluirNão gosto muito de ler series por não gostar de esperar continuações, mas eu me interessei por essa. Parece muito legal, nunca li um livro erotico, e também nunca me interessei pelo gênero, mas esse livro me chamou a atenção. Gostei da sua resenha!
ResponderExcluirEu comecei a ler o livro, mas depois abandonei!
ResponderExcluirGostei da resenha e vou voltar a lê-lo. Acho q eu criei muita expectativa em torno do livro!!!
Oie! Eu realmente não curto livros eróticos, então não me interessei pelo livro. :/ Sua resenha ficou bastante detalhada, gostei bastante. Com certeza vai deixar os que gostam do gênero com bastante vontade de ler o livro!
ResponderExcluirAté gostei da proposta, mas essa de que vai ter um livro antes da continuação da história dela, já me freou.
ResponderExcluirE tenho uma leve suspeita sobre o tal mascarado.
Uma série que eu posso passar sem.
Mas gostei bastante de ler sua opinião sobre ela.
A capa é linda. =)
Estou louca para ler esse livro. Adorooo os livros do gênero, nunca me canso. hahaha! Espero poder ler o quanto antes.
ResponderExcluirBeijos
Queria ler esse livro, é bem bom. E até se não for eu gostei e queria ver como é.
ResponderExcluirA história interessa.
Não sei se curto muito livros eróticos, tive umas decepções, por isso creio que não seria uma leitura desejada. Mas, como você disse que foi umas das melhores desse gênero que você leu, acho que eu posso dar uma chance, gostei muito da resenha e da capa :p
ResponderExcluirEu gosto desta onda de livros eroticos, tinha um publico adulto carente..rs.
ResponderExcluirNossa que enredo, o que mais gostei foi perceber por sua resenha que mesmo sendo um livro erotico ele tem uma historia, gosto quando isto acontece, pois é normal livros eroticos so ter pegação e não ter um enredo bom,
beijos.
Não curto esse estilo.
ResponderExcluirParece que todos os livros com essa temática são séries.
Quando sai o terceiro livro no Brasil?????
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