Título: Axolotle Atropelado
Autor: Helene Hegemann
Editora: Intrínseca
Páginas: 208
ISBN: 9788580570588
Comprar: Comparar preços
"Tenho dezesseis anos e no momento não estou em condições de fazer nada além de, apesar do cansaço colossal, querer estabelecer relações que não tenham nada a ver com a sociedade que desempenho o papel de aluna depressiva. Estou em Berlim. Trata-se das minhas paranoias."
Existem autores que em seus livros não estão tão preocupados com a história em si ou os personagens mas sim com as sensações que desejam despertar no leitor. Li alguns trechos de No Caminho de Swan, de Marcel Proust, e fui inundada por diversos tipos de sensações. Pequenas coisas acabavam sendo tão detalhadas, de forma tão pessoal e profunda, que fui carregada pelos sentimentos do autor. Se bem que não posso falar muito da obra, li pouquíssimos trechos dela.
Outros autores, como Lolita Pille (Hell e Bubble Gum) e Bukowski (Fabulário geral do delírio cotidiano, Pulp e O amor é um cão dos diabos), parecem vomitar suas palavras nas páginas de seus livros, sem "papas na língua", tornando a leitura alucinante.
Mas por que eu estou escrevendo isso? Porque em primeiro lugar a autora de Axolotle Atropelado pareceu querer causar um mal estar no leitor, mas isso ficou só na intenção. Em segundo lugar, a autora possui uma narrativa extremamente cansativa devido a sua alta velocidade, é uma logorreia sem fim. Helene parece ter um monte de idéias na cabeça e de uma só vez resolve jogá-las para o leitor. O resultado é um texto sem sentido, exagerado e forçado. Aliás, Helene parece se esforçar muito para dar um ar intelectual ao seu livro, filosofando e filosofando... sobre o nada.
Muitas vezes não dá para saber qual o personagem que está falando, eles também não tem nenhuma profundidade, são insossos, apesar de seus discursos pseudo-intelectuais.
Talvez o livro de Helene tenha acertado em um ponto: trata de uma jovem de 16 anos, escrevendo em seu diário e contando sobre seus dias em Berlim, usando drogas, matando aula, autodestruindo-se etc., mostrando todo o vazio de uma geração, afinal não é só a personagem Mifti que se sente assim. Aqueles que passam por sua vida são bem mais velhos que ela e se encontram no mesmo buraco, no mesmo vazio, com o mesmo discurso na ponta da língua: "não somos compreendidos", "crescer é horrível".
Podemos encontrar esse tipo de história em diversos livros, pois faz parte da juventude (os questionamentos, a sensação de desamparo, onipotência e falta de compreensão), mas elas sempre podem ser muito bem melhores exploradas e ricas.
Antes de ler o livro havia lido sobre ele e a autora em uma revista e apesar do que li, ainda tinha vontade de conferir o livro. Helene Hegemann de apenas 17 anos virou sensação na Alemanha com a publicação do seu primeiro livro (lá com o nome de Axolotl Roadkill), no entanto foi acusada de plágio e logo negou as acusações. Quando as provas surgiram (na verdade o livro é uma coleção de vários textos de blogs que Helene simplesmente juntou e publicou em seu nome) ela disse que a colagem de textos não é plágio. Depois da garota admitir que havia usado textos que encontrou na internet, ainda se manteve firme, dizendo que a originalidade não existe. Apesar disso, o livro acabou sendo indicado para um prêmio em um dos maiores festivais de literatura da Europa e foi finalista do prêmio literário da Feira do Livro de Leipzig, em 2010.
Na edição lançada pela Intrínseca há no final do livro Referências onde são citados blogs, fontes da internet, fontes particulares (como e-mails), filmes etc.
Afff... eu bem imaginei que não gostaria desse livro... o nome muito doido... e pelo visto a "estória" ainda mais maluca... e que frieza da cidadã copiou sem culpa e ainda fala de falta de originalidade... aham... ao menos escritores tentam criar algo original, mesmo que tendam a parecer com um escritor anterior... se todos pensassem como essa Helene não teríamos mais livros. Aff
ResponderExcluirLi sobre o livro em uma revista e apesar de falar em plágio até que elogiava o livro. Mas... é muito cara de pau mesmo. Eu esperava algo do livro, mas foi decepcionante, acho que só a última página valeu (e eu tenho essa mania de não conseguir largar um livro pela metade ou no início). Estava lendo sobre a Helene e parece que ela ficou toda metida e tal (olha a fofoca, rs), dizendo que plágio é normal.
ExcluirEmbora a critica ñ seja nada apreciativa eu quero ler só pra ver se é tão ruim assim.
ResponderExcluirDepois me conta o que você achou! Eu não consigo largar um livro pela metade, mesmo sendo ruim, rs.
Excluir