Título: Os Sete
Autor: André Vianco
Editora: Novo Século
Páginas: 380
ISBN: 8587791052
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Última resenha do ano! E de um livro que eu gostei muito! Já havia lido alguns contos de André Vianco em antologias e fiquei muito empolgada com a leitura de Os Sete. Um livro fantástico, para quem gosta de vampiros com V maiúsculo.
Apesar de no início ter me atrapalhado na leitura com o tamanho da fonte e o espaçamento pequenos, logo consegui deixar que isso não fosse um empecilho durante o restante da leitura. Alguns personagens também não são muito elaborados mas o que mais atrai no livro é a história: sangue, cabeças sendo arrancadas, mortos-vivos e muita ação. Mas o livro não fica só nisso, Os Sete não é só uma história sangrenta com tripas saindo pra lá e pra cá. O que realmente envolve o leitor são, pelo menos o que me envolveu, os vampiros e a extrema curiosidade para onde a história iria.
André Vianco possui uma narrativa ótima, que te prende do início ao fim, não deixa "ponto sem nó" e consegue deixar imagens impregnadas em nossa mente sem ser extremamente detalhista.
Tiago e César, grandes amigos, moravam na pacata cidade litorânea de Amarração, próxima de Porto Alegre. Os dois já haviam feito parte de um grupo de sete pestinhas: César, Tiago e seu irmão gêmeo Tadeu, Sabrina, irmã mais velha de Tiago, Olavo, Jéferson e Eliana. Ficaram conhecidos como os sete de Amarração, mas da velha turma haviam sobrado apenas os dois e Olavo, que trabalhava no IML local. Tiago e César trabalhavam na prefeitura da cidade e nos finais de semana praticavam mergulho, coisa que adoravam. Sabrina havia se casado e se mudado para Osasco, Tadeu morreu com 18 anos, afogado. Eliana mudara-se para Porto Alegre, era estudante de História na USPA e já trabalhava na universidade. Jeférson? Até agora não tinha me perguntado por que ele não surgiu no livro.
Tiago e César estavam empolgadíssimos, em um de seus mergulhos haviam encontrado um navio naufragado. Um navio já conhecido por outros moradores da região que o consideravam apenas um monte de madeira inútil. Mas para César e Tiago não, averiguando o navio tiveram quase certeza que ele não poderia ser deste século. Os dois também tinham esperanças de encontrar algo valioso por lá, já haviam ganho algum dinheiro através de suas excursões, encontrando imagens de santos.
Os dois conseguem alugar um equipamento de fotografia e filmagem para sua nova excursão, pretendem levar o material para sua amiga Eliana, para que ela possa avaliar o valor do achado e se ele é tão antigo quanto os dois pensam: o navio, na verdade, assemelha-se muito com um galeão ou uma caravela. Isso poderia render uma boa grana.
Olavo junta-se aos dois amigos no mergulho para descobrirem o que existe no galeão. As madeiras estavam podres, os alçapões trancados com grossas correntes, na porta de acesso ao interior do navio havia madeiras pregadas e todas as escotilhas e portinholas estavam seladas. Encontraram uma estreita abertura e ao entrarem no navio ele parecia completamente vazio. Felizmente alguns tesouros começaram a surgir: imagens de santos, moedas e, curiosamente, uma grande caixa, sem abertura alguma. Feita de metal, a caixa estava completamente lacrada. Com poucos minutos de oxigênio sobrando, subiram, enfrentando algumas dificuldades.
Foram assistir ao vídeo que fizeram de sua excursão e nele viram algo que não haviam percebido antes: havia algo escrito na caixa, mas não conseguiram identificar claramente, seria inferno ou inverno?
"Haviam encontrado algo valioso. Algo que lhes traria lucro.
Haviam encontrado algo maldito, também. Algo que lhes traria a morte". (p. 15)
Foram ao encontro de Eliana com a fita e as moedas. Eliana vibrou com o que os amigos encontraram: tratava-se de uma caravela e as moedas eram de bronze, com Dom Manuel estampado nelas, o que faria ser a caravela de mais de mil e quinhentos. Analisando o vídeo e utilizando-se de um computador, conseguiu decifrar a palavra, não era inferno e sim inverno.
Os três homens querem uma parte em dinheiro, pois são os descobridores da caravela, para levar os estudiosos até ela. Os três receberam o dinheiro e os estudiosos da USPA rumaram até o local da caravela para iniciar seus estudos. O pequeno posto de monitoramento e apoio foi montado na casa de Tiago e como descobridores eles poderiam ficar por dentro do que os estudiosos estavam fazendo.
A caravela estava com a estrutura muito comprometida, mas o intento do grupo da USPA era de amarrar a caravela e fixar balões para trazê-la à superfície. Mas ela não subia exatamente devido a caixa, que foi capturada para poderem continuar com os procedimentos.
"Todo o time imaginava encontrar algo de bom dentro da caixa. Esperavam por todo tipo de tesouro. Escrito, material, religioso, revelador... mas ninguém esperava por algo tão umbrífero, tão funesto. Ninguém contava com uma piada do diabo". (p. 23)
Todos se aproximaram da caixa, nela havia entalhadas sete palavras: Lobo, Tempestade, Inverno, Gentil, Espelho, Acordador e Sétimo. Haviam símbolos entalhados também e um texto escrito em três línguas: português, espanhol e inglês.
"Nobres homens de bem, jamais ouseis profanar este túmulo maldito. Aqui estão sepultados demônios viciados no mal e aqui devem permanecer eternamente. Que o Santo Deus e o Santo Papa vos protejam". (p. 27)
Os estudiosos nem deram bola para o aviso, sabiam que o povo português era bem supersticioso naquela época.
A caixa era enorme e pesava 800 quilos, foram necessárias duas serras elétricas para abri-la. Encontraram sete corpos, homens, alguns nus e outros cobertos com restos de tecidos. Tinham formato humano, não eram demônios, os rostos estavam sulcados e faltavam-lhes os olhos. A pele tinha adquirido um tom marrom e estava completamente colada aos ossos, em alguns pontos nem pele havia, somente a ossatura exposta.
Delvechio, professor de Eliana, acreditava que aquilo teria a ver com bruxaria, mas não bruxaria de verdade. A Inquisição portuguesa deveria ter acusado os pobres homens.
No tumulto para ver aqueles corpos, Eliana acabou se cortando em umas das serras e tonta apoiou-se na caixa...
Os corpos foram colocados em macas metálicas e biólogos viriam fazer alguns exames. Todos estavam animados, apesar do frio que repentinamente tomava conta da sala.
"Os olhos daquele cadáver não estavam fundos como os dos outros, mas estivera. A pele... a pele também estava modificada. (...) Era como se o corpo houvesse se regenerado dezenas de anos. (...) Aparecera um nariz!". (p. 36)
O frio era de enlouquecer. E mais enlouquecedor ainda era o morto-vivo recém-desperto.
O ser voltou-se para o vidro onde todos estavam vendo sua transformação/regeneração e disse que voltaria para pegar Eliana, com um forte sotaque lusitano. Antes de sair do laboratório improvisado, o ser pegou outro (todos ainda mantinham a mesma aparência) e o levou consigo.
"Maldito demônio. Por temer-te fui preso e amaldiçoado mil vezes". (p. 59)
Pelo frio em pleno verão que estava fazendo (começara até mesmo a nevar!), resolveram que aquele ser seria Inverno. Levando os outros corpos para Porto Alegre e deixando um de isca caso Inverno voltasse, Delvechio tem certeza que se tratam de aliens, enquanto Tiago não pensa duas vezes, foge com Eliana.
Inverno volta e desperta o outro ser, enquanto os outros estão observando por trás do vidro. Inverno trás sangue na boca e no estômago e despeja na boca do outro ser, que se regenera e não são capturados.
Os dois fogem, querem vingança, querem Eliana, querem o caos, querem os seus irmãos. Apesar do tom sombrio que envolve a história não dá para não rir dos dois vampiros portugueses se maravilhando com as novidades que a tecnologia trouxe. Não sabem em que ano estão e acreditam que os brasileiros são bruxos poderosíssimos com seus insetos gigantescos (helicópteros), serpentes de ferro (trem) etc.
Uau, que livro!
Gosto de livros de vampiros, vampiros mesmo, com V maiúsculo, como você disse rs'
ResponderExcluirNevando no verão? O.o bem que podia acontecer aqui hahahah
Eu tinha um amigo que li muito os livros do Andre Vianco e dizia ser muito bom. Eu nunca levei muito a sério até ver sua resenha. kkkkkkkkk
ResponderExcluirAcho que realmente vou procurar pra ler.
beijos
Nunca li nenhum livro do andré vianco mas pela sua resenha me interessei bastante por esse. A história parece que prende muito o leitor. Gostei bastante.
ResponderExcluirBjs
Joyce
entrepaginasesonhos.blogspot.com.br
Li esse livro e gostei bastante, como sempre o malvado, Guilherme é o meu favorito. Todos os vampiros com seus poderes, a expectativa q Miguel cria.durante a história. Foi o primeiro livro do Andre Vianco q eu li e gostei bastante.
ResponderExcluirJa tinha ouvido falar a respeito do livro mais não me chamou tanta atenção assim!
ResponderExcluirxoxo
Simplesmente amo esse escritor. Os vampiros tem q ser maus mesmo! Já li o Vampiro-Rei e achei perfeito. Estou louco pra ler o dois, mas ainda ñ comprei. Os Sete tmb é muito bom.
ResponderExcluirAinda não tive a oportunidade de ler nada do André Vianco, mas ele é uma das prioridades na minha lista de autores nacionais, eu já li tanto sobre vampiros que enjoei, mas com certeza faria uma exceção para os vampiros criados pelo Vianco, além deles seguirem a linha dos vampiros tradicionais (aqueles que são maus) eles também tem algumas características originais pelo o que eu consegui descobrir da trama.
ResponderExcluirAbraços.
http://viciadoemlivrosefilmes.blogspot.com/