Azul É A Cor Mais Quente



Título: Azul É A Cor Mais Quente
Autor: Julie Maroh

Editora: Martins Fontes
Páginas: 164
ISBN: 9788580631258

Dando uma fuçada no Filmow na semana passada descobri um filme que iria estrear hoje e que o título e a sinopse me deixaram bem interessada para assistir. Fui pesquisar um pouquinho mais e descobri que havia uma graphic novel e que o filme havia sido baseado livremente nela. Claro que fiquei louquinha para lê-la e quando a encontrei na Martins Fontes tive que trazê-la para casa. (x 

Azul É A Cor Mais Quente foi escrito e ilustrado pela francesa Julie Maroh que começou a trabalhar em Le bleu est une couleur chaude quando tinha 19 anos (hoje ela tem 28) e levou 5 anos para terminá-lo. A graphic novel foi publicada na França em 2010 e recebeu diversos prêmios. 

Fiquei bastante emocionada ao ler Azul É A Cor Mais Quente. Com um traço marcante, que dá grande expressividade aos personagens e uma história tocante, Julie consegue transformar sua obra ficcional em algo completamente real.

A história se passa na França e Clémentine é uma adolescente que fica intrigada quando vê na rua uma garota um pouco mais velha de cabelos azuis andando pela rua abraçada com outra garota. A garota e o azul preenchem seus pensamentos sem que Clémentine entenda o que está acontecendo. Para que ela se sinta ainda mais perdida, percebe que não consegue continuar com o seu namorado e sente dúvidas com relação a sua sexualidade, no entanto, quer ser apenas "normal". 

A vida de Cleméntine acabará mudando completamente quando conhecer Emma, a garota de cabelos azuis, que irá mostrar-lhe todas as facetas do desejo, fazendo Clémentine descobrir a si mesma, e ajudá-la a enfrentar o enorme preconceito que as cerca. 

Uma história linda e sensível, ilustrada e escrita de forma incrível. 

Já perguntaram diversas vezes para Julie Maroh se sua graphic novel é autobiográfica. A ilustradora e escritora disse que não. 

"Azul não é autobiográfico. Essa é a principal pergunta que todos me fazem usualmente, e recentemente eu tive que enfrentar um jornalista que basicamente insinuou que eu estava mentindo para ele quando respondi "não" para essa pergunta. E isso me deixa brava porque... OK, eu sou lésbica, mas isso não significa que toda vez que eu escrevo uma história com personagens lésbicas elas serão inspiradas em mim. Eu acho essa ideia realmente triste e atualmente... alarmante.

Meu processo como escritora é mais como o de um ator. Eu determino a personalidade de um personagem, deixo que habitem em mim e esqueço de mim ao mesmo tempo, assim eu posso entendê-los e expressá-los melhor no papel.

Mas o fato de ser uma ficção não significa que não possa ser realista. Sim, todos os personagens e eventos são ficcionais, de qualquer maneira... pelo o que eu sei e escuto de pessoas homossexuais, uma grande parte de nós passa pelas mesmas etapas e dificuldades quando nos damos conta que somos homossexuais e devemos nos mostrar."*


O filme, que teve sua estreia hoje no Brasil com o mesmo título da graphic novel (título original: La Vie d'Adèle), foi vencedor do Palma de Ouro no Festival de Cannes em maio. Dirigido pelo franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, com Adèle Exarchopoulos no papel de Clémentine (que no filme ficou com o nome de Adèle) e Léa Seydoux no papel de Emma e com quase 3 horas de duração, o longa recebeu diversas críticas, positivas e negativas e a cena de sexo com duração de sete minutos entre as protagonistas acabou fazendo o filme ser até mesmo banido em uma cidade dos Estados Unidos (aqui no Brasil ele foi classificado para maiores de 18 anos). 

10 comentários:

  1. Eu não sabia que tinha o livro. Recentemente eu vi o trailer do filme e fiquei bem curiosa pra conferir.
    A história em si vale bastante a pena ser conferida, super curiosa pra poder assistir.
    Beijos.

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  2. Nunca tinha ouvido falar do filme e não me vejo muito interessada em vê-lo. :/ Mas com certeza é um filme que causará um forte impacto!
    Legal você ter descoberto que foi baseado em uma graphic novel, vai te ajudar a avaliar melhor o filme se você for vê-lo!
    Beijos

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  3. Oi Paula, eu não me interessei nem pela graphic novel, nem pelo filme. A ilustração me soou estranha, pensei em vampiros, não sei bem o motivo.
    Esse cartaz do filme, parece que a garota de batom está sugando a alma da que tem os cabelos azuis.
    Com o teor é de imaginar que choveu crítica de todos os lados, importante que apesar de ainda ser censurado, está ficando mais fácil veicular esse tipo de material, com sorte daqui a alguns anos esse preconceito tenha diminuído bastante, pq duvido que suma de vez. =(

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  4. Olá Paula, tudo bem??
    Não conhecia este graphic novel e realmente adorei conhecer um pouco mais sobre o assunto e sobre o lançamento do filme. Achei uma historia super linda, para se tratar de um assunto tão atual ...Com certeza vou querer conferir!!

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  5. Gente com cabelo azul já chama a atenção (acho lindo então eu olho mesmo, disfarçadamente, mas olho) e ainda mais abraçada com uma outra pessoa do mesmo sexo (vejo direto e pra mim é normal, mas chama a atenção, sim), está certa Clémentine de ficar intrigada!
    Btw, uma amiga minha foi ver ontem este filme e disse que amou, e lendo isso eu fiquei curiosa pra ver/ler. Verei se encontro pra baixar o graphic novel. Beijos

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  6. Oie não conhecia esse graphic novel é interessante mais confesso que não despertou meu interesse!

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  7. Vi algo vagamente sobre esse graphic novel mas não me interessei muito porém gostei de conhecer um pouco mais sobre ele agora e saber que virou filme. Com certeza recebeu muitas criticas negativas, não seria diferente na sociedade em que vivemos. Adoraria ler e ver o filme de verdade.
    beijos
    the-universe-of-books.blogspot.com.br

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  8. É a primeira vez que ouço falar tanto no livro como no filme. Mas de qualquer forma, achei o enredo super interessante, e a vontade de ler (antes de ver o filme, é claro) FICOU MUITO GRANDE!

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  9. Sabia que ia ter o filme e fiquei logo querendo assistir, mas não sabia que tinha um livro também. Não sabia que tinha uma cena de sexo de 7 min. e muito menos que era tão grande assim, mas isso não me incomodou e eu ainda quero assistir. Esse filme/livro parece ser tão quente quanto o nome diz :p
    Quando eu assistir o filme, vou ver se vale a pena ler o livro.
    Beijos!

    http://temponaoperdido.wordpress.com/

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  10. Não sabia da existência deste graphic e nem da autora. O filme até já vi no cartaz, mas não me interessou muito. Mais a obra da autora, vou procurar por ela. Pois gosto muito deste estilo diferente pra ler. Beijos.

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