Título: Bios
Autor: Luiza Salazar
Editora: Underworld
Páginas: 325
ISBN: 9788564025158
A característica que eu mais gosto nos livros de gênero distópico é a base para essas histórias, quer dizer, elas estão intimamente ligadas com a nossa realidade apesar de se passarem no futuro, próximo ou não. Ao ler um livro desse gênero você está descortinando o presente, indo fundo em suas entranhas, chegando à análises críticas e um futuro aterrador, que promete (ou não) uma pontinha de esperança.
Bios é claramente uma distopia e vasculhando os subgêneros da ficção científica, mais precisamente o cyberpunk, encontrei um termo em que acredito que Bios se encaixa perfeitamente: biopunk.
Diferentemente do cyberpunk, onde a base é a tecnologia da informação (internet, por exemplo), o biopunk tem base na biologia sintética. No biopunk os indivíduos mudam seus corpos, alteram suas percepções, ampliam suas capacidades etc., através da engenharia genética (lembrei da série Feios, de Scott Westerfeld), enquanto que na abordagem cyberpunk os indivíduos alteram seus corpos através de cyberware, um tipo de tecnologia que funciona como interface entre computadores/máquinas e o sistema nervoso central humano (como Matrix, por exemplo, ou o incrível e fantástico anime Serial Experiments Lain).
E... eu devo ter me prolongado muito, mas acabei me empolgado. É claro que o cyberpunk e o biopunk não envolvem só isso, mas eu vou parar por aqui e iniciar a resenha, afinal não sou nenhuma especialista também (mas confesso que vou estudar mais), rs.
Vamos lá...
Bios é o segundo livro da autora publicado pela Editora Underworld (o primeiro foi Os Sete Selos). Fiquei encantada com a capa e a diagramação é perfeita. Outra coisa que gostei bastante: o livro é dividido em três partes e em cada parte há uma frase do autor Albert Camus, do qual gosto muito (A Peste é um livro maravilhoso e recomendo muito!).
No início do livro já ficamos sabendo sobre o Instituto. O ano é 2018 e os cientistas do Instituto para Pesquisa Genética obtiveram seu primeiro sucesso em criar vida artificial. Apesar de ser um organismo pequeno, acreditam que em pouco tempo poderão criar novos órgãos para a cura de doenças graves. É claro que neste momento a comunidade religiosa se rebela, mas o Instituto está se tornando poderoso, pois em 2021, após três anos da primeira criação de vida artificial humana com o Projeto Bio o Instituto está criando poderosas vacinas e expandindo seu terreno.
Logo as rebeliões iniciam e o Instituto anuncia a criação de um exército de elite (para proteger a população). O governo, aqui, já está perdendo o seu poder.
Finalmente, em 2022, o exército do Instituto trabalha no Programa de Remanejamento de Humano, pois acredita-se que humanos e bios não podem viver em conjunto, sendo assim, colônias são construídas.
Engraçado pensar que isso não é tão absurdo, não é?
Depois das notícias que nos são apresentadas somos levados até um local pós-apocalíptico: não existe um prédio ou casa em pé, apenas tijolos amontoados, poeira e fogo. Uma garota acorda com uma forte dor de cabeça, ela não sabe onde está ou quem é, tem apenas uma mochila consigo com um conteúdo que ela desconhece e não a ajuda em nada: pacotes de carne seca, seringas, pílulas de cores diferentes e uma pistola automática.
Assustada, encontra um prédio antigo e lá tenta descansar um pouco, atordoada com a sua incapacidade de lembrar de qualquer coisa e com fortes dores no corpo. É acordada com barulhos de passos e vozes e acaba se deparando com um rapaz e uma menina, ambos procurando por comida. Liam e Poppy são irmãos e ficam assustados com a garota que segura a arma e a aponta para eles. Quando os dois olham para sua mochila vêem o nome Liz escrito e depois de conversarem acabam levando Liz com eles para a Área 2, afinal ela é uma garota indefesa e sem memória que corre perigo se continuar nas ruas.
Claro que Liz não é muito bem vinda na Área 2, uma espécie de alojamento onde humanos resistentes ao Instituto sobrevivem com muito pouco. Eles são refugiados em um mundo onde ser humano é um crime. Liz não sabe de nada disso, não se lembra das duas guerras que dizimaram diversos seres humanos, não sabe que o Instituto está caçando os humanos remanescentes sob o pretexto de quê são selvagens e instintivos demais, não podendo viver em liberdade dessa forma.
Liz começa sua rotina na Área 2, trabalhando na limpeza, na área médica e com Otto, na sala de armas, um dos poucos humanos que conseguiu sobreviver às guerras e que costuma trabalhar nu. Otto é um personagem muito divertido e traz leveza à história. Liz acaba se saindo maravilhosamente bem em tudo o que faz, especialmente quando se trata de armas e luta.
Enquanto interage com as pessoas que acabou de conhecer e conhece o mundo em que vivem, começa a sofrer com fortes dores de cabeça e fragmentos de sua memória retornam como flashes desconcertantes. O que vou escrever aqui não é um spoiler, pois além de estar na cara, é logo mostrado no início do livro: Liz lembra quem é, e ela é um bio. Pior, ela fazia parte do exército de elite do Instituto, não só fazia parte, mas era a general de seu grupo, a melhor de todos e suas lembranças irão torturá-la.
Além de saber que já havia sido uma assassina perigosa e astuta, está com medo da reação de seus novos amigos, pois pela primeira vez na vida Liz sente-se livre. Mas humanos e bios podem viver juntos? E seu instinto assassino? Faz parte da sua natureza bio ou não? Afinal, ela pode ter sentimentos como os humanos?
Liz também tem um segredo, algo que ouviu no Instituto mas que não faz idéia do que possa ser. No entanto, o Instituto fará de tudo para encontrá-la e enterrar esse segredo, nem que ela precise ir junto, pois este segredo pode ser a chave para a esperança.
Só tenho uma crítica: a revisão. Existem vários erros que passaram despercebidos mas que não prejudicaram a leitura.
Logo terá sorteio do livro aqui no blog! ^^
Quando eu vi a capa desse livro, que é linda eu já sabia que essa história seria boa.
ResponderExcluirMais não imaginava que era tão boa assim. Sabe quando você fica com vontade de saber mais e mais da história? Pois é fiquei assim com relação a esse livro.
Nunca li nenhum livro assim e pela sua resenha me bateu uma super vontade de ler ele.
Amei a história e tenho certeza que o final e surpreendente.
Muito bom mesmo a resenha!
Bjos....
gente coitada da liz, espero que de tudo certo ra ela, afinal o povo ta atrás da coitada xp
ResponderExcluirodeio ver erros nos livros ;w;
Vc já tinha falado sobre bios, mas ainda não tinha feito a resenha, gostei da capa, não o tenho então vou participar da promo, no começo vc falou de feios, eu li por acaso e confesso que gostei..
ResponderExcluirAs vezes eu gosto de pensarno futuro, não em como eu vou estar daki a sei lá, 5 anos, mas assim como nos livros, um futuroo longe, depois que eu morrer.. sei lá as pessoas vão poder ser do jeito que querem, carros vão voar..
Essa questão de modificações genéticas, super humanos, ou cura de doenças graves, me interessei bastante.
E vc me deixou super curiosa no final.. qual é o segredo??
agora vou ter que ler pra saber.
Primeiramente, a capa é demais! Gostei da sua exlicação de biopunk... acredito que o clássico "Admirável Mundo Novo", do Huxley, também se encaixe nesse aspecto.
ResponderExcluirLegal ela fazer referência a "A Peste", tb adoro esse livro!
Essa história parece ser ótima mesmo, digna de cinema até... Gstaria de ler.
abraços,
Luciana
Folhas de Sonhos artesanatos
Ai ainda tenho medo dessa capa, ficou tão realista (?) que me arrepia.
ResponderExcluirMas eu gostei bastante da resenha e a capa pode passar despercebida, só não encarar demais. Huuum quer dizer que os irmãos acolheram uma inimiga, tadinha imagino a consciência dela perturbando.
Pior que não é algo estranho de imaginar... a ciência anda tão avançada.
Só espero que acabe tudo bem entre ela e os novos amigos. Que eles até surtem um pouco caso ela conte ou descubram por si, mas que acabem por perdoar ela.
Acho que viver livre vai dar uma renovada na Liz.
Adorei.
Nossa, assim que vi a capa, levei um susto..
ResponderExcluirAchei realmente impactante...
Gosto do seu blog pq voce sempre posta livros diferentes e que podem ser uma uma ótima surpresa!!!
Não li nenhum dos livros que voce citou.. mais livros para eu começar a caçar...rs
bjinhooos
Nossa a capa me deu um medo danado.
ResponderExcluirvida artificial? parece um tema bem interessante, porém terei que ler o primeiro livro
Também gosto desse tipo de história, que envolve o futuro e tal.
ResponderExcluirQue doidera, colonias! Fico pensando se isso acontecesse O.o
Eu comprei o livro no Promo Livros Nacionais e adorei a capa, sinopse e tudo.
ResponderExcluirSua resenha é maravilhosa, só aumentou meu anseio para lê-lo.
Em Camundo, da Editora, eu também percebi falhas na revisão =/ Tipo, as letras ficavam assim em algumas partes: Meunome éDouglas (tudo junto).
Abraços e espero gostar do livro tanto quando você.
Que livro lindo. Estou doida para ler Setes Selos também. Eu também concordo com você que distopia é um mundo fantástico onde o futuro não é tão impossível de acontecer, é uma ficção que poderia ser verdade. Eu adoro!
ResponderExcluirbjs
Joyce
http://entrepaginasesonhos.blogspot.com.br/
Eu nunca tinha escutado falar desse livro, mais fiquei chocada com a capa. Meo Deus quanto detalhe nessa capa, perfeito demais. E o enredo muito bom também.
ResponderExcluirbeijos
Nossa,Parabéns ao Blog pela divulgação de autores do gênero distópico, só em pensar que o cenário da história pode se passar em nossa realidade apesar de se passarem no futuro, próximo ou não já mexem com nossa imaginação e idéias também.
ResponderExcluirAdorei a capa ela me lembra a capa do livro "coisas frágeis" eo gênero distópico ta em alta...esse livro parece ser bem diferente dos outros gostei bastante da estoria
ResponderExcluirxoxo