Laços Inseparáveis

Título: Laços Inseparáveis

Autor: Emily Giffin

Editora: Novo Conceito

Páginas: 448

ISBN: 9788563219473

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Laços Inseparáveis é lindo, um livro que emociona e nos toca. Emily Giffin sabe como encantar os leitores e nos prender em sua narrativa divertida, leve e emocionante. Os personagens são um outro pedaço que transformam a obra em algo único. O livro não trata de um "felizes para sempre" (isso não é um spoiler), o que me agradou muito, mas sobre a descoberta de si mesmo e o lugar ao qual pertencemos e, para isso, os personagens precisam visitar seu passado e analisar e enfrentar seu futuro para concluir um capítulo que os guie para o futuro. 

Marian tem 36 anos, mora em Nova York, realizou seu grande sonho de se tornar uma produtora executiva com uma série de televisão que criou e namora com o lindo, charmoso e riquíssimo Peter, não que Marian não seja rica. Seu pai é um grande advogado e sua mãe uma dona de casa. Ela sempre teve luxos desde pequena. Além disso seu seriado era considerado um sucesso moderado, especialmente para um programa de meia temporada e sendo Peter o novo CEO, basicamente o seu chefe, ninguém poderia acusá-la de estar usando-o para subir em sua carreira. 

Após dois anos de namoro com Peter, Marian queria se casar e formar uma família, mas seu namorado não tocava no assunto. Marian estava frustrada pensando em seu relacionamento estagnado e depois de uma briga com Peter resolve ir para casa antes que o encontro termine.

"Eu sei o que dizem sobre segredos. Sei tudo o que se diz a respeito. Que eles podem assombrar e perseguir você. Que podem envenenar relacionamentos e dividir famílias. Que, no final, somente a verdade pode libertar. Talvez este seja o caso para algumas pessoas e alguns segredos. No entanto, eu realmente acreditava que era a exceção para tais regras e nunca, nem uma vez sequer, deixei transparecer a menor menção deste segredo de duas décadas para ninguém. Nem para meus amigos mais próximos nos momentos de embriaguez, ou para o meu namorado, Peter, nos nossos momentos mais íntimos. Meu pai não sabia nada sobre isso - e eu nem conversava sobre o assunto com minha mãe, a única pessoa que estava lá quando tudo aconteceu". (p. 13)

Em casa o interfone de seu apartamento toca, deve ser Peter, Marian imagina, mas não é. 

"- Você é Marian Caldwell?

(...)

- Acho que você é minha mãe". (p. 27)

Kirby, esse é o seu nome, e ela é adotada. Ela sempre soube disso, seus pais sempre contaram como foi emocionante para eles receber aquele telefonema no dia 1º de abril anunciando seu nascimento e que ela seria deles em 72 horas. Kirby vive em St. Louis, com Lynn e Art Rose e sua irmã, Charlotte, gerada de surpresa logo depois que Kirby foi adotada. Apesar de saber de sua história, Kirby nunca teve curiosidade em conhecer seus pais biológicos e ela nunca se sentiu rejeitada por eles não terem ficado com ela. Mas com o passar dos anos Kirby ficou curiosa e intrigada: como seriam seus pais biológicos? 

As coisas pioraram no Ensino Médio, quando Kirby sentia-se perdida e parecia não possuir uma identidade real: onde ela se encaixava? A única coisa que conseguia deixar Kirby feliz era música. Ouvir, cantar, escrever e tocar bateria.

"Ainda insistia comigo mesma que eu não tinha interesse em encontrá-la, mas estava começando a acreditar, também, que eu nunca poderia realmente me conhecer por inteiro até fazer isso". (p. 45) 

Ela sabia que seus pais amavam as duas filhas igualmente, mas Kirby se sentia um peixe fora d'água, não era parecida com nenhum deles. Eles eram alegres, expansivos, enquanto ela era uma pessoa difícil e mal-humorada. Será, pensava Kirby, que a raiz dos seus problemas eram seus pais biológicos? Kirby resolve encontrar seus pais mesmo sabendo que poderia se frustrar ainda mais, porque agora em sua mente pairava a pergunta: por que ela não me quis?

Kirby passa poucos dias na casa de Marian, mas a visita não traz aquilo que Kirby queria. Marian está apavorada e ao mesmo tempo feliz, mas não sabe como agir, sua filha de 18 anos está em sua casa e ela não consegue conversar sobre algo sério, a presença de Kirby só a faz lembrar de Conrad, o garoto que a engravidou no último ano do colégio. Os dois nunca foram amigos, mesmo estudando na mesma escola, mas no verão de 1995 eles tiveram um caso, algo grande e especial, que terminou bruscamente. Os dois não tinham nada em comum: amigos, metas etc., Marian queria ir para a faculdade, tinha planos delineados, uma família importante e Conrad adorava sua música, não pensava em ir para a faculdade. Marian nunca mais teve notícias dele, o que deixa Kirby entristecida, mas o que a deixa furiosa é saber que Marian não contou ao seu pai biológico sobre a gravidez. 

De volta para St. Louis, Kirby está decidida a encontrar o seu pai, o que parece ser uma tarefa impossível. Ela está perdida e Marian não a ajudou em nada. 

"- Oi, Kirby - eu digo -, é a Marian.

- Eu sei - ela responde. - Oi.

(...)

- Eu simplesmente estava tão... apavorada - confesso. 

- Eu sei - ela concorda comigo. - Eu também estava.

(...)

Ambas ficamos quietas por alguns segundos e então, ela pigarreia e diz: - Então... de... onde a gente continua?

- Eu não sei - respondo. - Mas eu espero que a gente possa descobrir juntas.

- Sim - ela concorda. - Eu também". (p. 237)

A partir desse momento conhecemos ainda mais a fundo Marian e seus pais, o quanto Marian é frágil e o quanto vai amadurecendo. Kirby me conquistou logo, é uma personagem cheia de coragem e muito forte. Apaixonei-me por Conrad, um personagem carismático, livre, espontâneo e também pelo pai de Marian, Jim, apesar do personagem não aparecer muito na história. 

Janeiro - Tema Livre