De início, o romance de Vladimir Nabokov foi recusado por diversas editoras. Foi finalmente lançado em 1955, por uma editora parisiense, gerando opiniões antagônicas: alguns acreditavam que era o melhor livro do ano, outros consideraram pura pornografia. Nos Estados Unidos, só foi publicado em 1958, e rapidamente tornou-se um dos livros mais vendidos.
Depois de anos de críticas, análises e comentários, Lolita, hoje, parece mais com uma história de amor, escrita de forma desesperada. Um amor obsessivo de um homem de meia-idade por sua enteada de 12 anos, que é relatado pelo protagonista, Humbert Humbert, quando está na cadeia, a espera de julgamento.
O livro teve duas adaptações para o cinema: uma em 1962, dirigida por Stanley Kubrick; e outra em 1997, dirigida por Adrian Lyne (essa versão eu considero mais fiel ao livro).
O autor
Vladimir Nabokov nasceu na Rússia, em 1899. Era filho de um eminente jurista e estadista e aprendeu a ler inglês antes mesmo de dominar o russo. Após a Revolução bolchevique a família deixou o país. Na Inglaterra, estudou literatura russa e francesa e formou-se em 1922. Foi para Berlim, onde se reencontrou com a família e permaneceu por lá até 1937. Seu primeiro livro, Mashenka, é de 1926, seguido de King, queen, knave, de 1928, The defense, de 1930 e Despair, de 1936.
Nessa época foi colaborador da revista Contemporary e do jornal Rudder, de exilados russos. Passou uma temporada em Paris, entre os anos de 1937-1940, e partiu para os Estados Unidos, tornando-se cidadão americano e escrevendo em inglês. Nos EUA, lecionou literatura russa e técnicas de redação em universidades, além de continuar publicando livros.
A fama e o reconhecimento vieram em 1958, com Lolita. Em 1959 foi para a Suiça e passou a dedicar-se exclusivamente a sua obra: Nabokov's dozen (1958), Ada (1969), Glory (1972), Transparent things (1972), Strong opinions (1973), entre outros.
O último livro do autor é uma publicação póstuma, O original de Laura (2009), feita pelo seu filho, que não atendeu a recomendação do pai de destruir o material.
Gostava de ser reconhecido também como entomologista. Costumava dizer que sua paixão por borboletas era maior do que pela literatura, e só depois da riqueza obtida com Lolita, pode-se dedicar com mais intensidade a esse hobby.
Morreu em Montreaux, no ano de 1977.
O livro é muuuito sutil! Mas a realidade nua e crua é perturbadora. Acho que a última versão de Lolita no cinema retrata mais esse lado sombrio.
ResponderExcluirEny de Souza (Docinho ou enyta).