Retalhos


Simplesmente adorável, cativante, inteligente, sincero, dolorido, ma-ra-vi-lho-so. Estou falando de Retalhos, de Craig Thompson. Ele foi vencedor de três prêmios Harvey (melhor artista, melhor graphic novel original e melhor cartunista), dois prêmios Eisner (melhor graphic novel e melhor escritor/artista), e, em 2005, do prêmio da crítica da Associação Francesa de Críticos e Jornalistas de Quadrinhos.

Além da história maravilhosa, os desenhos são incríveis! Traços belíssimos, diálogos interessantes, personagens engraçados, enigmáticos, confusos, obsessivos, uma caricatura de tantas pessoas que conhecemos. Vale a pena, e como disse Jules Feiffer: "É o que eu chamo de literatura".

A história é a seguinte: um relato da vida no Meio Oeste americano. Thompson retrata a sua própria história, da infância até o início da vida adulta, em uma cidadezinha de Wisconsin, sempre coberta de neve. O seu crescimento é marcado pelo temor a Deus, que é transmitido pela sua família, seu colégio, seu pastor e as trágicas passagens bíblicas que lê, que se interpõe contra seus desejos, como o de se expressar pelo desenho. Thompson também descreve a sua relação com seu irmão mais novo, de dividirem a cama na infância até o seu distanciamento. Na adolescência, seus desejos tomam forma: Raina, uma garota que é o oposto de Craig, e com quem irá mudar as visões que ele tem da família, de Deus etc.

Em entrevista concedida a Folha, o autor disse que tinha "uma motivação simples", quando começou a escrever a obra. "Estava frustrado com o predomínio das histórias de fantasia bombásticas no meio da HQ. Queria fazer um livro longo que deixasse de lado as sequências de ação para capturar uma experiência íntima e silenciosa, como a de dividir a cama com alguém pela primeira vez. Os temas autobiográfico e religioso se encaixaram".

A Morte de Paula D.



A Morte de Paula D., que encontrei por acaso na livraria da Ufal. Não tinha sinopse, mas o nome me chamou a atenção, especialmente por ter meu nome nele e pela capa, uma borboleta em um fundo verde. Mas ela não está voando. Há outra borboleta dentro dela. E suas asas parecem o mundo, o peso do mundo, e a borboleta parece estar carregando tudo isso e dá a impressão de que a qualquer momento irá tombar.

O livro de estréia de Brisa Paim, foi finalizado em 2007 e lançado em 2009, ganhando o Prêmio LEGO. A autora, que nasceu em Salvador, foi para Manaus, resolveu voltar para Salvador e depois passou um tempo em Maceió, onde estudou Direito, é mestra e doutoranda em Direito pela Universidade de Coimbra, Portugal, dedicando-se ao estudo do movimento Law and Literature.

Fiquei feliz e surpresa por encontrar um livro tão interessante, tão envolvente, assim, só pelo nome e pela capa. Estava claro que o tema abordado seria o suicídio, mas não da forma como foi expressado pela autora.

Paula D., que não é Paula D. (na verdade ela tirou o nome de um livro), mas que agora é Paula D., narra a história. O tema é totalmente voltado para o psicológico da personagem, em uma linguagem ora bem coerente, ora com quebras na sequência. É uma verdadeira diarréia mental pela qual a personagem passa. Ela reflete, questiona e questiona.

O tipo de linguagem me lembrou muito Kerouac, ainda mais Ginsberg, pelo fato de ser uma narrativa desenfreada. Parece que você vai perder o fio da história se largar o livro, e é impossível deixá-lo descansando, quando você mal espera continuar na mente de Paula D.

Muitos valores e costumes são postos em xeque, é uma verdadeira explosão, um insight. Os devaneios pré-morte da personagem são desconexos, mas ao mesmo tempo, interligam-se, fazendo com que as frases não percam seu sentido.

Paula D. é puro niilismo contra tudo aquilo a sua volta (o sistema, as normas etc.), mas, em vez de lutar contra aquilo que questiona, ela conserva algo completamente autodestrutivo em si.

Excelente leitura.

Anne Hathaway by Mert & Marcus

Anne foi fotografa para o editorial do mês de setembro desse ano para a Interview Magazine.









A Dama-Morcega


A escritora Giulia Moon tem três livros publicados: Luar de Vampiros (Scortecci, 2003), Vampiros no Espelho & Outros Seres Obscuros (Landy Editora, 2004) e A Dama-Morcega - Narrativas de Terror Fantástico (sobre o qual vou falar aqui). Também publicitária, Giulia já trabalhou como diretora de arte, ilustradora, diretora de criação e foi sócia em agência de propaganda. Hoje trabalha como freelancer. Atuando sempre na literatura fantástica, edita o fanzine FicZine em parceria com a escritora Martha Argel, e também é co-editora da Scarium Magazine, onde organiza os números especiais de terror.


A Dama-Morcega compreende onze contos fantásticos, com narrativas que trazem personagens do imaginário brasileiro ao lado de vampiros e outras criaturas sobrenaturais clássicas de terror universal: de demônios e fantasmas a sacis e lobisomens. 

A autora se inspirou ao ler sobre o caso verídico de Julia Pastrana, uma mulher que foi explorada como uma monstruosidade circense no século XIX por ter o rosto simiesco e o corpo coberto de pêlos para escrever o conto que dá nome ao livro (conto que se passa em São Paulo, no início do século XX).

Os onze contos compreendidos na obra são os seguintes:

Luna Errante
Júnior e o Seu Gnuko
O Vampiro e a Donzela
Perdido!
O Paraíso
O Ser Obscuro
O Herói e o Diabrete
Perigosa Ilusão
A Tia-Madrinha
A Dama-Morcega (leia um trecho do conto aqui)
Pé-de-Moleque em Dezembro

São histórias das mais variadas nuances, como prefacia Rubens Francisco Lucchetti, que percorrem o terror, a fantasia e o humor-negro.

Literatura Fantástica


No livro Introdução à Literatura Fantástica, Tzvetan Todorov coloca em primeiro plano a ambiguidade do gênero fantástico para defini-lo. É realidade ou sonho? Verdade ou ilusão? O coração do fantástico está aí, em um mundo que é nosso, que conhecemos de antemão, sem vampiros, demônios etc., onde se produzem acontecimentos impossíveis de serem explicados pelas leis de nosso mundo. Existem duas soluções: ou se trata de uma ilusão dos sentidos, produto próprio da imaginação ou é parte de uma realidade desconhecida para nós. O fantástico irá ocupar o tempo dessa incerteza. Ao se escolher uma das alternativas, deixa-se o terreno do fantástico para adentrar em um gênero vazio: o estranho ou o maravilhoso. 

O conceito de fantástico, então, define-se com relação ao real e imaginário. O conceito, enunciado primeiramente pelo filósofo e místico russo Vladimir Soloviov, explicitando que a vontade de vacilar ambas causas (naturais ou não), cria o efeito do fantástico: "No verdadeiro campo do fantástico, existe sempre a possibilidade exterior e formal de uma explicação simples dos fenômenos, mas, ao mesmo tempo, esta explicação carece por completo de probabilidade interna". Com relação as definições do fantástico mais recentes que aparecem nos trabalhos de autores franceses, são diferentes das definições já citadas, mas tampouco as contradizem. Castex afirma que "O fantástico se caracteriza por uma intrusão brutal do mistério no marco da vida real". 

Mas quem vacila nas alternativas? A personagem ou o leitor? Se o leitor conhecer de antemão a "verdade" e souber por qual dos dois sentidos (natural ou sobrenatural) terá que se decidir, a situação fica bem distinta. Sendo assim, o fantástico irá implicar em uma integração entre o leitor com o mundo das personagens. Mas é a vacilação do leitor que irá ser a primeira condição do fantástico. 

Obs.: Essa é uma pequena explanação sobre um gênero que aprecio tanto. Para quem estiver interessado, pode dar uma olhada na obra do autor na íntegra aqui

Com relação aos subgêneros do fantástico, estão entre eles: a Ficção Científica (FC) ou Sfi-Fi (SF), que consiste na extrapolação sobre fatos e princípios científicos (como em O Médico e O Monstro, de Robert Louis Stevenson); a Fantasia, que usa a magia e elementos sobrenaturais como elementos principais (como em O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien); o Horror, que possui histórias que descrevem por vezes acontecimentos macabros ou sobrenaturais, regadas de seres como demônios, vampiros, espíritos etc. (entre eles, Drácula, de Bram Stoker); entre outros. 

Brooke Shaden

A fotógrafa Brooke Shaden, que vive em Los Angeles, leva-nos para seu mundo a partir de um labirinto de histórias que são suas próprias imagens, meticulosamente trabalhadas e detalhadas. Brooke diz que sua fotografia faz com que nós pensamos no significado de estarmos vivos. As fotos possuem uma estética de pintura e até certo ponto, chegam ao sombrio ou, quem sabe, ao inconsciente de cada um. 









Nika Zupanc

Nika Zupanc se formou com honras na Academia de Belas Artes e Design na Ljubljana, capital e maior cidade da Eslovênia em 2000. Depois de graduada passou a trabalhar de forma independente e hoje é membro de vários projetos de design pelo mundo. 

A maioria dos itens da designer aparece em edição limitada, com um tom por vezes romântico, outras vezes, gótico. 


Cherry Lamp





Nika e seu trabalho

Pegue seu café/Sorteio

Relaxe, tome uma xícara de café e se estiver muito tarde e você tiver problemas de insônia, opte por um café descafeinado (MAS ISSO NÃO É CAFÉ!). Mas eu digo que sim, senhores e senhoras, um milagre para os insones. Mas isso não é uma discussão, oras. É a apresentação do blog, aliás, blog que pretendo manter e não desistir, assim como desisti de aprender a andar de bicicleta com meus 4 anos e amaldiçoei a probrezinha, toda rosa e cheia de fitinhas, por não me obedecer. Ok, eu continuo com o blog e tento andar de bicicleta, afastando o pensamento que algum cano dele irá atravessar meu corpo em alguma queda (dramático, mas é o mesmo medo irracional de cavalos e derivados (imaginem só eles dando voltas com a cabeça assim como a garota do Exorcista!)). Aham, vamos parar por aqui. 

O blog vai tratar de quê, afinal? 

Do que eu gosto e do que me vier a cabeça *medo*. Arte, design, moda, cinema, literatura, anime, música e café, entre outras coisas que poderão surgir. (: 

E para começar o blog de forma bem bacana, vou realizar o sorteio de um livro: Guia de drinques dos grandes escritores americanos, de Edward Hemingway e Mark Bailey. 


Sinopse

43 autores. 43 drinques clássicos. E uma sucessão de histórias de bar, festas glamorosas e farras pelas madrugadas.

Para chegar à mistura perfeita de álcool e literatura, pegue as receitas dos coquetéis favoritos dos melhores (e mais boêmios) escritores americanos, como Bukowski, Capote, Dorothy Parker e Tennesse Williams. Acrescente trechos inebriantes de suas obras literárias. Junte casos saborosos dos bons e velhos tempos regados a Martinis - como F. Scott e Zelda Fitzgerald aparecendo de pijamas em festas ou Ernest Hemingway quebrando a bengala de John O'Hara contra a própria cabeça... Decore com deliciosas caricaturas. E leia sem moderação.

Idioma: Português
Encadernação: Capa dura
Formato: 13x18
Páginas: 104
Ano da obra: 2009
Ano da edição: 2010
Edição: 1
Editora: Jorge Zahar

43 autores e 43 receitas bem explicadas. No início do livro você pode adentrar esse "mundo" conhecendo os "instrumentos do ofício", como os utensílios, tais como o copo misturador, a coqueteleira, a coqueteleira Boston; os copos, como o old-fashioned, o highball; e os diversos tipos de decoração. As ilustrações de Edward Hemingway são ótimas e o livro cai bem para quem quiser brindar com o drinque favorito de seu escritor no dia de seu aniversário! Apenas beba com moderação. (;

Para participar é bem simples:

1) Siga o blog;
2) Deixe um comentário com o seu nome, nome de seguidor e e-mail.

Só isso!

Para ter mais chances:

- Divulgue o sorteio no seu blog e deixe mais um comentário com o link do seu blog. 

O sorteio começa dia 29 de agosto e termina no dia 20 de setembro. O resultado sai no dia 21 de setembro e eu estarei enviando um e-mail para o(a) ganhador(a). O resultado também irá sair aqui no blog. Boa sorte! 

Obs.: Se a pessoa que ganhar não responder o meu e-mail em 48 horas, o sorteio será feito novamente.