Promoção - Fragmentados + 172 Horas Na Lua

Hoje começa a promoção de dois livros lançados recentemente pela Novo Conceito: a distopia Fragmentados e o suspense com uma pitada de terror 172 Horas Na Lua + três marcadores de Fragmentados e dois livretos. Boa sorte pra todo mundo!


Prêmios:

- 1 Exemplar do livro Fragmentados, de Neal Shusterman
- 1 Exemplar do livro 172 Horas Na Lua, de Johan Harstad
- 3 marcadores de Fragmentados
- 2 livretos da Editora Valentina


a Rafflecopter giveaway

Como participar?

É bem fácil. Você deve ter endereço de entrega em território nacional e preencher o formulário.

Observações:

- A promoção começa hoje (24/09/2015) e termina no dia 24/10/2015
- O resultado será divulgado aqui no blog, no Twitter e na Fan Page do blog no dia seguinte
- Entrarei em contato com o(a) ganhador(a) por e-mail que terá 72 horas (3 dias) para responder
- Caso o sorteado não entre em contato no prazo determinado outro sorteio será feito
- O blog não será responsável por extravio, roubo ou perda ocasionado pelos Correios ou por reenvio em caso de endereço incorreto
- O envio será feito no prazo de até 30 dias

172 Horas Na Lua


Título: 172 Horas Na Lua
Título original: Darlah - 172 timer på månen
Autor: Jonah Harstad
Editora: Novo Conceito
Páginas: 288
ISBN: 9788581637099

Ninguém mais está interessado em missões lunares, pelo menos desde o último lançamento, em 1972, e para mudar essa situação a Nasa resolve transformar o quinquagésimo aniversário da primeira missão tripulada a pousar na lua em uma grande festa. A ideia que os grandões tem é a de enviar adolescentes para a lua, fazendo assim com que todo o mundo se interesse por uma nova missão (e, consequentemente, conseguindo apoio financeiro para mais missões).

O ano é 2018 e através de um sorteio três jovens são selecionados para passar uma semana na base lunar DARLAH 2, lugar desconhecido pela maioria das pessoas até então (na verdade, escondido pelos altos funcionários do governo americano).

Mia, a adolescente norueguesa que tem uma banda de rock e deseja fazer sucesso e viver de música, não tem a mínima vontade de participar do sorteio, mas seus pais acreditam que essa pode ser uma grande oportunidade para ela e a garota acaba sendo uma das sorteadas. Antoine, jovem francês que está arrasado com o término do seu namoro, tenta fazer de tudo para esquecer a sua ex, e uma viagem para um lugar tão longe parece ser uma boa ideia. Midori, uma jovem japonesa que deseja, mais do que qualquer coisa, ir embora de seu país e, assim, escapar de uma cultura opressora e restritiva, vê na viagem à lua uma oportunidade de ouro para dar o primeiro passo rumo a sua liberdade.

Os três adolescentes sorteados passam por uma bateria de testes e exames. Preparados, partem para a lua na companhia de astronautas experientes, sem saber o motivo da Nasa nunca mais ter enviado pessoas para onde eles estão indo. Logo, coisas estranhas começam a acontecer e ninguém mais tem certeza se conseguirá voltar para casa. 

Mais num clima de terror do que de ficção científica, Jonah Harstad traz ao leitor uma leitura realmente aterrorizante que, infelizmente, tem um início um tanto devagar e quando chega na parte boa acaba ficando rápido demais. 172 Horas Na Lua perde sua força em alguns momentos, tornando-se uma leitura cansativa, mas retoma a atmosfera perturbadora e inquietante ao final, quando o autor consegue desenvolver um desfecho surpreendente. 

Alguns erros de (acredito eu) tradução, acabaram fazendo com que a leitura "emperrasse" em alguns momentos, no entanto, 172 Horas Na Lua é um livro fininho e de leitura fácil, possui diversas imagens para fazer com que o leitor se sinta dentro da história e o clima de mistério faz tudo fluir bem rapidamente, o que torna a leitura bem leve. 

Os Detetives Selvagens


Título: Os Detetives Selvagens
Título original: Los Detectives Salvages
Autor: Roberto Bolaño
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 624
ISBN: 9788535908749

2666 (resenha aqui), de Roberto Bolaño, me deixou sem fôlego. É um livro-experiência que me fez querer conhecer mais as obras do autor e, felizmente, a Companhia das Letras enviou para mim um exemplar de Os Detetives Selvagens, vencedor do prêmio Rómulo Gallegos de 1999 e eleito em 2006 o livro chileno mais importante dos últimos 25 anos. 

Os Detetives Selvagens é extraordinário, um livro desconcertante e comovente, que traz ao leitor a experiência da literatura como forma de vida, experiência representada pelos dois personagens principais, Arturo Belano (alter ego de Bolaño) e Ulises Lima (baseado em Mario Santiago, poeta mexicano e amigo de Bolaño) que, curiosamente, são sempre vistos de viés. 

Belano e Lima, poetas e pais do real-visceralismo, movimento que aqui homenageia o infrarrealismo, movimento ideológico-literário idealizado por Bolaño e outros poetas no México em 1975, são apresentados ao leitor através dos olhos de outros personagens em testemunhos vários. O detetive, nessa obra, é o próprio leitor, que percorre um longo caminho que resulta não numa revelação da verdade final, mas na descoberta de um mundo repleto de ambiguidade. 

Dividido em três partes, Os Detetives Selvagens inicia na forma de um diário, onde acompanhamos o jovem aspirante a poeta García Madero. Estamos no México e o ano é 1975. García Madero conhece Belano e Lima e os reais-visceralistas, vive suas primeiras experiências sexuais e uma vida boêmia. Na segunda (e mais longa) parte do romance encontramos mais de cinquenta testemunhas que conheceram Belano e Lima. Essa segunda parte vai de 1976 a 1996 e é através de múltiplos olhares que encontramos os dois poetas que desapareceram do México numa busca por Cesárea Tinajero, a misteriosa (e desaparecida) poeta do início do século XX. Os testemunhos são de pessoas que tiveram contato com os dois e muitas vezes prolongam-se com histórias pessoais das próprias testemunhas, histórias que parecem não ter nada a ver com Belano e Lima ou com o romance em si, mas acabam tendo um significado, um sentido, através de uma narrativa que conduz a história de forma imperceptível e eficaz. Nessa parte, além da multiplicidade de personagens, abundam os cenários: México, Nicarágua, Estados Unidos, França, Espanha, Áustria, Israel, África. 

Na terceira parte, retornamos ao diário de García Madero e então temos um final fora do comum e original, o único, talvez, capaz de traduzir o significado desse grande livro. Comovente, divertido e belo, Os Detetives Selvagens é um livro-experiência essencial.

Pergunte ao Pó


Título: Pergunte ao Pó
Título original: Ask the Dust
Autor: John Fante
Editora: José Olympio
Páginas: 208
ISBN: 9788503007535

Faz bastante tempo que assisti ao filme Pergunte ao Pó (2005) e confesso que não me lembro muito bem do filme, mesmo assim, sei que o longa chamou a minha atenção e quando descobri que era baseado em um livro fui correndo atrás dele, se bem que ele ficou lá na estante, pegando pó (ba dum tss)... Felizmente tive um tempinho e o tirei da estante, minha grande surpresa foi o Prefácio, assinado por Bukowski, do qual sou grande fã e quem considerava Fante seu deus. 

Bukowski encontrou o livro na Biblioteca de Los Angeles quando jovem, passava fome, bebia e tentava ser escritor. É claro que Bukowski deve ter se identificado com Arturo Bandini, personagem central de Pergunte ao Pó e alter ego de John Fante (um dos precursores da geração Beat), e não só isso, mas encontrado nele um amigo ou irmão. 

Bandini, como Bukowski se descreve no momento em que põe as mãos em Pergunte ao Pó, é um jovem aspirante a escritor, que passa dificuldades na Cidade dos Anjos, ávido por experiências que possam tornar sua escrita grande. Bandini não tem dinheiro e estamos na década de 1930, época da Grande Depressão. Los Angeles está decadente, encarquilhada, mas numa narrativa em primeira pessoa, enquanto seguimos os passos de Bandini, observamos poesia em tudo, numa atmosfera de ausências: ausência de caminhos, respostas e objetivos. 

Bandini apaixona-se por Camilla. Ela é mexicana, ele é de origem ítalo-americana. O aspirante a escritor e a garçonete logo desenvolvem uma relação tempestuosa e inconstante. Mas Pergunte ao Pó não é sobre uma história de amor, é desesperado como os seus personagens e flui num ambiente desapiedado, onde o leitor encontra dor e humor (sardônico) em uma escrita arrebatadora.

Pergunte ao Pó faz parte de uma série de quatro romances (publicados entre 1938 e 1985) chamados hoje de "O Quarteto Bandini" que trazem o mesmo personagem, no entanto, não se faz necessária a leitura dos livros na ordem cronológica (todos os títulos já foram lançados aqui no Brasil).

Wait Until Spring, Bandini (1938) 

Espere a Primavera, Bandini

The Road To Los Angeles (cronologicamente, essa á a primeira novela escrita por Fante, mas só foi publicada em 1985)

Rumo a Los Angeles

Ask The Dust (1939)

Pergunte ao Pó

Dreams from Bunker Hill (1982)

Sonhos de Bunker Hill