Parceria: autora Danielle Medeiros

Oi, gente! Estou muito contente em anunciar a parceria com a Danielle Medeiros, autora de Dores e Amores. (:

A autora


Danielle Medeiros de Souza nasceu em 1985 e mora no Rio de Janeiro. Gosta de ler, ouvir música e ir a shows e ao cinema, sua grande paixão (e necessidade) é passar para o papel tudo aquilo que sente, pensa e vê.

Seu primeiro contato com a poesia aconteceu aos 13 anos, quando estava na 6ª série e sua professora de Português e Literatura mostrou para a turma alguns poemas e poesias e passou um trabalho onde os alunos deveriam criar os seus próprios poemas e poesias. Danielle gostou tanto do exercício que acabou escrevendo outra poesia além daquela do exercício. 

Nesse mesmo período, ganhou de seus pais o livro "Poemas Escolhidos", de Fernando Pessoa, pelo qual se apaixonou. Daí em diante um novo universo se abriu diante de seus olhos: o universo da escrita.

Durante um tempo, Danielle escreveu apenas por hobby, expressando seus sentimentos. Com o tempo, começou a pensar que poderia lançar um livro, mas ainda era nova e não fazia idéia de como era lançar um livro e do que era necessário para tal. Parou de pensar no assunto e continuou escrevendo.

Em 2011, quando percebeu que já escrevia há 13 anos e vendo a quantidade de poemas que já havia escrito, voltou a pensar na possibilidade de publicar seu livro. Assim, registrou seus poemas junto à Biblioteca Nacional.

Procurou editoras e buscou se informar sobre o assunto, mas não fazia idéia de como era o mundo da edição e publicação de livros. Descobriu que não era fácil, especialmente em se tratando de poemas. Apesar da aprovação de algumas editoras, o investimento acabaria saindo muito alto. 

Danielle acabou conhecendo o Clube de Autores, um site onde poderia inserir o seu livro e publicá-lo de forma mais livre. A autora optou por um projeto menor, mais livre e dinâmico. Assim, Dores e Amores foi lançado pelo Clube de Autores e conta com 42 poemas. Mas Danielle ainda possui muitos poemas escritos e, quem sabe, não os vemos sendo lançados futuramente? 

Danielle inaugurou o blog Dores e Amores no dia 3 de setembro de 2012 e lá conta toda a sua trajetória como escritora, além de todo o caminho traçado até o lançamento do seu primeiro livro.


O Livro


O livro Dores e Amores reúne 42 poemas escritos entre 1998 e 2001. Poemas que falam de amor e de sentimentos despertados por ele, como alegria, tristeza, medo, angústia e euforia.

Facebook (autora)

Adquira o livro (versão impressa ou e-book) aqui (Clube de Autores).

Lançamentos do mês de junho - Novo Conceito

Indomável (Nick Vujicic)



Milhares de pessoas já conhecem o rosto sorridente e a mensagem revigorante de Nick Vujicic, o coach motivacional que é, ele mesmo, uma motivação para todo o mundo. Apesar de ter nascido sem braços nem pernas, Vujicic não deixou de desfrutar de grandes aventuras, desenvolver uma carreira excepcionalmente compensadora e viver significativos relacionamentos amorosos.

Nick Vujicic consegue superar as provações e dificuldades de sua vida ao concentrar-se na certeza de que nasceu com um propósito único e relevante. E não importa o quanto tudo pareça, às vezes, desesperador e difícil, Nick continua a acreditar, porque ele sabe: seu poder é desencadeado quando a fé entra em ação.

E esta experiência de fé, esta certeza de que a dificuldade está aí para ser superada, pode ser conquistada por qualquer pessoa que realmente queira ter uma vida inacreditavelmente maravilhosa.

As adversidades do mundo moderno como: problemas de relacionamento; desafios da carreira e do trabalho; preocupações com a saúde; pensamentos autodestrutivos e vícios; bullying e intolerância são infortúnios que podem ser descartados.

É realmente possível conquistar o desejado equilíbrio entre corpo e mente; coração e espírito. Mas esta é uma conquista que demanda know-how; um conhecimento que Nick Vujicic tem de sobra — e está disposto a compartilhar.

De Volta Para Casa (Karen White)


Cassie Madison fugiu de Walton, Geórgia, para Nova York quando soube que sua irmã, Harriet, e seu amor, Joe, tinham-na traído e iam se casar. Ao chegar em Manhattan, sua ideia era se reinventar, mergulhar de cabeça na carreira e até mesmo perder o sotaque provinciano. Tudo para apagar seu passado marcado pela traição e por uma família que não lhe tratara com o devido cuidado.

Mas, numa noite, um único telefonema de sua irmã trouxe de volta tudo que ela pretendia esquecer. Com o pai muito doente, ela foi obrigada a fazer a viagem de volta e, enquanto arrumava as malas, seus maiores medos eram que o pai morresse sem que ela pudesse estar com ele e… encontrar a família feliz que Harriet e Joe tinham construído.

Já em Walton, Cassie percebe que enfrentará uma imensa batalha particular, porque, afinal, ela não consegue deixar de amar seus sobrinhos — e nem deixar de se sentir em casa, naquela cidadezinha de sua infância.

Enquanto se divide entre o rancor e a esperança, velhas e queridas lembranças e uma mágoa insustentável, o destino arrumaria uma forma de aproximá-la do que realmente importa: o verdadeiro amor.

Bruxos e Bruxas (James Patterson e Gabrielle Charbonnet)


No meio da noite, os irmãos Allgood, Whit e Wisty, foram arrancados de sua casa, acusados de bruxaria e jogados em uma prisão. Milhares de outros jovens como eles também foram sequestrados, acusados e presos. Outros tantos estão desaparecidos.

O destino destes jovens é desconhecido, mas assim é o mundo sob o regime da Nova Ordem, um governo opressor que acredita que todos os menores de dezoito anos são naturalmente suspeitos de conspiração.

E o pior ainda está por vir, porque O Único Que É O Único não poupará esforços para acabar com a vida e a liberdade, com os livros e a música, com a arte e a magia, nem para extirpar tudo que tenha a ver com a vida de um adolescente normal.

Caberá aos irmãos, Whit e Wisty, lutar contra esta terrível realidade que não está nada longe de nós.

Eternamente - Beijada Por Um Anjo 6 (Elizabeth Chandler)


Os apaixonados, Tristan, o anjo, e Ivy, a mortal, finalmente conseguem se tocar. Isto só pode acontecer porque Tristan ocupou um corpo, o corpo de Luke. Mas Luke era procurado pela polícia — que não sabe que ele está morto e continua a persegui-lo. Portanto, Tristan torna-se, sem querer, um alvo da polícia. Da polícia e do verdadeiro criminoso, a quem não interessa ver Luke vivo. É preciso dar fim a esta perseguição. O casal precisa esclarecer rapidamente toda a confusão em que Luke se meteu.

Mas, ao conviver com pessoas perigosas e chantagistas — e insistir em fazer o que for para ficar perto de Ivy —, o anjo aproxima-se das coisas ruins que podem levá-lo a fraquejar e perecer, especialmente agora, que ele é um anjo caído.

Por causa de Ivy, Tristan vem se aproximando cada vez mais das forças mundanas e das trevas — e de Gregory também. Por outro lado, Gregory vem aumentando seu poder, especialmente depois que possuiu o corpo de Beth. E esse desequilíbrio de forças pode acabar em uma triunfante vitória do mal.

A não ser que Ivy tome a frente dessa batalha…

Aconteceu em Paris (Molly Hopkins)


A dieta não funciona, a academia é uma chatice, e ela não tem emprego… Tudo anda bem morno em sua vida, até que ela consegue marcar uma entrevista, para um emprego de guia de turismo, em uma agência especializada em excursões por toda Europa.

Entrevista marcada, é bom estudar um pouco dos pontos turísticos sobre os quais deverá falar. Nada que uma boa lida na Vogue Paris e um filme como "Alfie, o sedutor" não possam resolver. Ainda que ela não saiba muito bem onde fica a França! Determinada como é, e cheia de coragem por causa de um ou outro drink, ela logo começa a "melhorar" seu currículo. Agora é só uma questão de se firmar como profissional demonstrando o seu melhor. Mas os vinhos franceses são tão gostosos… E seu tutor, Rob, é bonito demais!

O primeiro romance de Molly Hopkins é um livro que todo mundo gostaria de ler. É verdade que alguns leitores podem se incomodar com o comportamento de Evie quando ela descobre que Rob é muito rico, e pode até ser que alguém ache que Rob é exageradamente controlador. Mas nada é maior que as gargalhadas que você dará quanto mais conhecer a garota descomedida, apaixonada e com um imenso coração que é Evie. Uma moça como muitas que conhecemos.

A Menina Que Semeava (Lou Aronica)


Chris Astor é um homem de seus quarenta e poucos anos que está passando pelo mais difícil trecho de sua vida. Ele tem uma filha, Becky, de 14 anos, que já passou imensas dificuldades até chegar a se tornar uma moça vibrante e alegre, mas que parece que terá que enfrentar mais um grande problema em sua vida.

Quando Becky era pequena e teve câncer, Chris e ela inventaram um conto de fadas, uma fantasia infantil que adquiriu vida e tornou-se um terrível, provavelmente fatal, problema.

Agora, Chris, Becky e Miea (a jovem rainha da fantasia criada por pai e filha) terão que desvendar um segredo: o segredo de por que seus mundos de fantasia e realidade se juntaram neste momento. O segredo para o propósito disso tudo. O segredo para o futuro. É um segredo que, se descoberto, irá redefinir a mente de todos eles. A menina que semeava é um romance de esforço e esperança, invenção e redescoberta. Ele pode muito bem levá-lo a algum lugar que você nunca imaginou que existisse.

Uma fantasia que trabalha assuntos densos como a separação dos pais, oncologia infantil, separação de filha e pai, adolescência. A menina que semeava não é um livro sobre adolescentes comuns. É sobre uma que se deparou prematuramente com a ameaça do fim e teve de tentar aprender a lidar com ele.

O Livro do Amanhã



Título: O Livro do Amanhã
Autor: Cecelia Ahern

Editora: Novo Conceito
Páginas: 368
ISBN: 9788581630342
Tamara Goodwin é uma adolescente de 16 anos que vive em uma mansão contemporânea de 650 metros quadrados, seis quartos, com piscina, quadra de tênis e uma praia particular em Killiney, na região de Dublin. Seu quarto tinha uma vista panorâmica para a praia, um banheiro completo com chuveiro, banheira Jacuzzi, uma TV de plasma acima da banheira, um armário cheio de bolsas de grife, um computador, um video game e uma cama com dossel. Quando descobriu uma forma de escapar de seu quarto, encontrava-se com seus amigos à noite e ia até uma área da praia particular beber e ficar com os garotos. Tamara costumava passar os verões com seus pais em sua mansão em Marbella, Espanha, o Natal no chalé de Verbier, nos Alpes suíços e a Páscoa no Ritz de Nova York. 

Um Mini Cooper conversível pink com seu nome a esperava em seu décimo sétimo aniversário, além de um amigo de seu pai que possuía uma gravadora a esperava cantar e talvez contratá-la.

Mas tudo isso agora não pertencia mais à Tamara. Ela encontrara seu pai morto no chão de seu escritório com um frasco de pílulas ao lado e uma garrafa vazia de uísque na escrivaninha. E suas finanças gozavam de tanta saúde quanto seu pai. O banco já havia decretado a ordem de retomada da posse da casa e de todos os outros bens da família, o que obrigava sua mãe a vender tudo o que tinham para pagar as dívidas que não sabiam existir.

"Quando percebi que papai ia nos deixar passar por tudo aquilo sozinhas - soprar o ar em seu corpo morto, deixar mamãe arranhar o caixão diante de todo mundo e, depois, nos observar destituídas de tudo o que já havíamos possuído -, tive absoluta certeza de que ele se fora para todo o sempre". (p. 12)

Tamara amava o pai, mas sabia que ele não era um homem bom. Raras vezes se falavam e quando conversavam, sempre acabava em briga. Já sua mãe não era uma pessoa muito afetuosa e por esse motivo não costumava receber afeto de mais ninguém. No entanto, Tamara acreditava que isso não significava que ela não se importasse, mesmo tendo sentido isso algumas vezes.

"(...) eu era um pesadelo de filha, grosseira, respondona, esperava que me dessem tudo e, pior ainda, achava que merecia tudo, apenas porque todos que eu conhecia mereciam". (p. 14)

Tamara nunca pensou no amanhã, sempre viveu no aqui e agora. Nunca deu um passo para fora de seu mundinho e, sem saber o por quê, sempre dizia ou fazia coisas com a intenção de magoar a outra pessoa.

Com a morte de seu pai e a linha de suas vidas rompida, Tamara e sua mãe foram morar com Arthur, irmão de sua mãe e Rosaleen, sua mulher, em uma antiga guarita reformada, anexa a um antigo castelo no campo, em um lugar chamado Meath, no meio do nada e com quase ninguém por perto. A moradia media um quarto do tamanho da antiga casa de Tamara, com três quartos, uma sala de estar e cozinha.

Rosaleen sempre está pra lá e pra cá, arrumando e limpando as coisas. Os temas de sua conversa são completamente sem importância: o tempo, a triste notícia de alguém que vive do outro lado do mundo, vizinhos etc. Já Arthur é quieto e reservado, expressando-se através de grunhidos, meneios da cabeça e bufos nasais.

Em frente à ex-guarita em que estava morando, havia um bangalô. Tamara não fazia idéia de quem podia morar lá, mas Rosaleen partia depressa para lá todos os dias com pequenos embrulhos de comida. Há alguns quilômetros podia-se encontrar uma agência de correio e, em frente, uma pequena escola.

A vida de Tamara não estava de maneira alguma do jeito que ela planejara.

"Em vez disso, moro na roça, numa antiga guarita reformada, com três pessoas loucas e as quatro coisas mais próximas de nós são: um bangalô ocupado por gente que nunca vi, uma agência de correio instalada de fato na sala de estar de alguém, uma escola vazia e um castelo em ruínas. Não tem nada a ver com meu estilo de vida". (p. 30)

Ou pelo menos era assim que Tamara pensava...

Torcia para que sua mãe, Jennifer, melhorasse. De início pensava que ela estava agindo como uma boa viúva, mas quando seu comportamento não mudou, perguntava-se o quanto de sua mãe ainda continuava lá. Parecia que aquele fissura que iniciara logo após a morte de seu pai apenas aumentara e logo que as pessoas pararam de olhá-la e retomaram suas vidas, Tamara parecia ser a única a enxergá-la.

Sua mãe não saía do quarto, dormia ou ficava sentada em uma cadeira de balanço, sem se balançar e olhando pela janela que dava para o quintal. Sempre exibia um pequeno sorriso no rosto, mas nunca passava das mesmas breves palavras e suspiros nas conversas.

"- Tem razão, mamãe. Tudo ficará bem. - Minha voz tremeu. Decidi avançar mais um passo. - E veja o elefante branco no quarto, não é lindo?
Mamãe fitou a árvore no jardim, o mesmo sorriso nos lábios pink.
- Sim, é lindo.
- Foi o que imaginei que você acharia". (p. 56)

Rosaleen dizia que Jennifer estava apenas passando por uma fase difícil e que logo melhoraria. Mas Tamara se sentia perdida, achava que a mãe deveria ver um médico. Ocorrera-lhe que os problemas dos Goodwin eram resolvidos assim, na superfície, sem chegar às raízes, ignorando sempre o elefante branco no quarto. Depois daquela conversa com sua mãe, compreendeu que sempre vivera com um grande elefante em cada aposento.

Sem nada para fazer naquele local, acaba passando os dias em casa, até que conhece Marcus que, em um ônibus com livros, vai até cidades que não possuem biblioteca. Como na cidade não existe serviço de ônibus, Tamara fica feliz com o convite de Marcus em levá-la para a cidade, o que acaba por decepcioná-la: a cidade é composta por uma igreja, um cemitério, dois bares, uma lanchonete, um posto de gasolina com uma banca de jornais e uma loja de ferragens.

Apesar da decepção, Tamara conseguiu se divertir viajando ao México com Marcus através de um livro que o rapaz encontrou na seção de viagens e saiu com um livro que logo chamou a sua atenção: grande e encadernado de couro na seção de não ficção. Marrom, grosso, sem nome do autor nem título na lombada. Além disso, o livro tinha as páginas fechadas com uma barrinha dourada, presa à um pequeno cadeado dourado.

Tamara não era do tipo explorador e tudo que envolvia movimento a aborrecia, nada parecia intrigar-lhe a ponto de se aprofundar um pouco e entender melhor, mas ela se sentia tão entendiada... ultimamente pensava muito e falava pouco, coisa que fazia pela primeira vez na vida.

Andando ao redor da propriedade encontrou a autoritária ruína do castelo, com cicatrizes expostas, ferido e coberto do sangue das batalhas. Parada, naquele momento, sentiu-se com suas cicatrizes expostas e no mesmo instante Tamara e o castelo se uniram.

A antiga guarita em que Tamara estava vivendo, protegia a entrada lateral do castelo Kilsaney, nos anos 1700. Gerações haviam passado por lá e os descendentes dos Kilseney continuaram a viver no castelo até a década de 1920, até que um incêndio transformou o local em um lugar inabitável, restando apenas uma pequena seção do prédio, e como não tinham recursos para reerguê-lo, os Kilseney acabaram se mudando na década de 1990. Tamara não sabia quem era o proprietário atual, mas o estado do castelo era deplorável, no entanto, sentia-se atraída pelo local.

Percorrendo mais uma vez as redondezas, encontrou um jardim, um pequeno oásis.

"Não sabia ao certo o que esperar, mas, decididamente, não esperava o que vi. No fim do jardim, a origem da cantoria e a pessoa, que então me encarava como se eu tivesse chegado de outro planeta, vestida no que parecia um macacão espacial branco, a cabeça coberta por um véu branco, nas mãos um par de luvas de borracha e nos pés um par de botas de borracha na altura da panturrilha. Parecia que acabara de descer de uma nave espacial de encontro a um desastre nuclear". (p. 101)

Tudo fez sentido quando Tamara observou o armário de vidros com mel, as dezenas de caixas no jardim murado e o ridículo macacão espacial. Despindo-se das peças, Tamara deparou-se com uma senhora de 70 anos, que logo se apresentou. Tratava-se da irmã Ignatius, uma freira extremamente divertida, com uma risada cantarolada, meiga e clara. A irmã Ignatius percebeu o livro que Tamara carregava e disse que ajudaria a garota a abrir o cadeado com algumas de suas ferramentas.

Mas quando abriram o cadeado, o livro se revelou algo um tanto estranho: não havia escrito nada nele. As páginas creme encadernadas, duplas, pareciam vir de outra época.

"- Páginas brancas à espera de serem preenchidas! - continuou com aquela voz maravilhosa.
- Que emocionante! - Revirei os olhos.
- Mais emocionante que um já preenchido, pois você, sem a menor dúvida, não poderia usá-lo.
- Então, eu poderia lê-lo. Daí se chamar livro - respondi irritada e mais uma vez senti que esse lugar me decepcionava.
- Preferiria que lhe dessem uma vida já vivida também, Tamara? Desse modo você pode relaxar e observá-la. Ou preferiria você mesma vivê-la? - perguntou, com um sorriso nos olhos". (p. 113)

Tamara nunca escrevera um diário, não via utilidade alguma nisso e nem suas amigas. Faziam contato por Twitter e Facebook, postavam suas fotos quando estavam de férias, nas noites fora e ao experimentar vestidos nos provadores. Enviavam mensagens de textos e e-mails umas às outras, acerca de assuntos genéricos divertidos, mas tudo se limitava a informações superficiais. Nada emotivo ou com profundidade. Mas por que não tentar? Apenas não conseguiria escrever em casa, com Rosaleen para lá e para cá, entupido-a de carboidratos.

O castelo seria o local ideal para escrever um diário. Tamara queria que as primeiras palavras escritas significassem realmente algo e quando pensou em um início, abriu o livro. No entanto, seu queixo caiu: a primeira página já havia sido escrita com a sua própria caligrafia. A data remetia ao dia seguinte e não ao atual.

A garota pensou que aquilo fosse uma brincadeira de mau-gosto, mas conforme ia lendo, percebia que apenas sua mãe poderia saber daquelas coisas e sua mãe não saía do quarto. Terminada a leitura, percebeu que só ela mesma poderia ter escrito aquilo. Mas como? Enquanto isso, sentia que era observada naquele castelo em ruínas.

Logo pensou que a irmã Ignatius poderia ter respostas ou estar envolvida com aquilo. Foi ao encontro da freira no dia seguinte e lhe mostrou o diário, contou a freira que escrevera coisas que não poderia saber que iriam acontecer, mas aconteceram.

"- Nossas mentes fazem coisas estranhas às vezes, Tamara. Quando procuramos coisas, ela toma sob sua responsabilidade seguir o próprio rumo. Só nos resta acompanhá-la. 
- Mas não estou procurando nada!
- Não?" (p. 146)

Tamara pensou que poderia ser sonâmbula e aquelas anotação não passavam de uma simples escrita ininteligível, inconsequente. Mas o fato era que todo dia Tamara verificava o diário e lá ela encontrava algo escrito sobre o dia de amanhã e, como em um script, tudo acontecia como o diário havia previsto.

Mas Tamara tinha o poder de transformar o que o amanhã lhe reservava, poderia mudá-lo, pelo menos tentar. Mas seria possível mudar completamente o seu destino?

Além disso, Tamara precisa lidar com a estranha relação de Arthur e Rosaleen, o estado de sua mãe, que apenas parece piorar e cavar fundo para descobrir o que se passa naquele pitoresco vilarejo.

O Livro do Amanhã, de Cecelia Ahern (P.S. Eu Te Amo e A Vez da Minha Vida) não me agradou de início, mas só de início mesmo. Logo me vi presa à trama e torcendo, vibrando, além de formar diversas suposições sobre o que aquela cidadezinha poderia estar escondendo ou qual a verdadeira intenção de cada um dos personagens.

Com uma narrativa em primeira pessoa que destaca a voz de uma adolescente sem papas da língua e que sofre todo um processo de amadurecimento, o livro torna-se envolvente e compreende uma história verdadeiramente encantada, onde apresenta um mundo que mistura fantasia e realidade, cheio de risos e lágrimas, aprendizados e superações.

O Livro do Amanhã é lindo, com personagens de personalidades variadas e mistérios que me fizeram não conseguir largar o livro. É um verdadeiro conto de fadas moderno. 

Lançamento: Adeus, Facebook

A Editora Valentina estará lançando este mês o livro Adeus, Facebook - O Mundo Pós-Digital, de Jack London


Textos essenciais para compreender o futuro das mudanças 
e as mudanças do futuro. 

"Em um universo cheio de surpresas, Jack é um especialista em surpreender." Max Gehringer, comentarista da TV Globo

Parar e pensar sobre como as novas tecnologias transformarão o mundo parece algo impossível de se fazer. Sempre preocupadas em atualizar o status online, cada vez mais as pessoas têm menos tempo livre. Além disso, a natureza volátil das redes sociais permite que tudo nessas plataformas possa mudar de um dia para o outro. Este novo cenário já alterou a forma de empreender tanto no Brasil quanto no mundo. Empresas como o Google e o próprio Facebook surgiram do nada e hoje são gigantes no mercado, enquanto outras que eram consideradas quase infalíveis tiveram que se readaptar para não morrer. A forma de empreender mudou. 

Ao mesmo tempo, as marcas nunca estiveram tão conectadas com seu público e a criatividade não tem limite. Barreiras linguísticas e geográficas estão ficando sem importância, e aquele que deseja empreender deve saber que seu público alvo pode estar do outro lado do mundo, da mesma forma que seu concorrente direto. Surgiram startups com sucesso em um dia e desastre noutro. Quantas empresas conseguiram, de fato, se manter no mercado com mais de 1 ano de existência? Como aprender com elas para não cometer os mesmos erros? 

O escritor Jack London, considerado em um levantamento feito pelo site IDG NOW como um dos 10 nomes mais importantes da internet no Brasil, vem acompanhando de perto todos esses processos em sua coluna sobre empreendedorismo na revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios e agora, com essa coletânea de seus mais instigantes artigos, aulas e palestras, podemos traçar com detalhes o panorama atual da nossa sociedade: digital, imprevisível e mutante. 

Adeus, Facebook – O Mundo Pós-Digital fala sobre o que está acontecendo no mundo digital, sobre o futuro das redes sociais e sua influência em nossas vidas, como o Brasil lida com essa nova realidade e como empresas e empreendedores podem usar isso em seu favor. O livro ainda nos remete a algumas perguntas essenciais e nos faz questionar: O que nos espera quando todo esse sistema entrar em crise? É possível imaginar o futuro?

O autor


Jack London é economista, consultor, professor e empresário. Foi um dos pioneiros da Internet no Brasil ao criar o site Booknet.com.br, que depois foi vendido e renomeado para Submarino. Fundador e primeiro presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, tem no currículo mais de mil palestras e aulas em vários países sobre tendências da sociedade com os impactos da Tecnologia da Informação. Foi Presidente do Conselho Consultivo da Ideiasnet, a primeira empresa do setor de TI a se tornar pública no Brasil e é professor convidado do ITA, da FGV e da COPPEAD. Foi contratado em 2005 pelo Google para exercer no Brasil a função de Google Ambassador, espécie de Conselheiro Sênior, cargo que exerceu até 2007. É colunista da edição online da revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios, onde parte dos textos aqui compilados foram originalmente divulgados.

Como o autor é brasileiro e por sugestão do próprio Jack London, acontecerão lançamentos e palestras pelo Brasil. Confira se ocorrerá um evento próximo da sua cidade: 

14/05 - São Paulo - Fecomércio/SP
19/05 - Rio de Janeiro - Livraria Cultura (Fashion Mall)
27/05 - Salvador - Fecomércio/BA
10/06 Fnac (Barrashopping) 

Também ocorrerão eventos em Curitiba e Florianópolis em junho, mas as datas ainda não estão confirmadas. 

Fique por dentro dos eventos através da página da Editora Valentina no Facebook. (:

Promoção - Top Comentarista Maio

O Top Comentarista de Maio começa hoje, valendo um exemplar do livro Meu Amor, Meu Bem, Meu Querido, de Deb Caletti + marcador do livro. 


Regras gerais:

1) Seguir o blog publicamente via GFC;
2) Residir em território nacional;
3) O período de participação vai do dia 03/05/2013 até o dia 02/06/2013. O resultado sai no dia seguinte aqui no blog;
4) Entrarei em contato com o(a) ganhador(a) por e-mail que terá 72 horas (3 dias) para respondê-lo;
5) Deixe um comentário neste post com seu NOME DE SEGUIDOR + E-MAIL para validar a sua participação;
6) Se houver empate farei um sorteio via Random.org.

Regras sobre os comentários:

1) É válido apenas um comentário por postagem;
2) Só serão aceitos comentários feitos entre os dias 03/05/2013 à 02/06/2013;
3) Os comentários em posts de Sorteios, Promoções, Divulgação de sorteios e Resultado de sorteio não serão válidos.

Observação:

O livro será enviado no prazo de até 30 dias.

Boa sorte à todos!

Sorteio - A Grande Rainha + 15 marcadores nacionais

Como ontem foi o Dia da Literatura Brasileira, hoje o blog irá sortear um livro pelo qual me apaixonei, de um autor nacional. A Grande Rainha (resenha aqui), do autor parceiro Sérgio Roberto de Paulo, é o primeiro volume de A Saga de Mitrax, um prato cheio para os amantes da literatura fantástica. O(A) ganhador(a) também irá levar para casa 15 marcadores (nacionais, é claro, e 5 estão autografados). (:



Regras: 

- Residir em território nacional
- Preencher o formulário corretamente

Observações: 

- A promoção começa hoje, dia 02/05 e termina no dia 02/06. O resultado sai no dia seguinte e irei enviar um e-mail ao ganhador que terá 72 horas (3 dias) para responder
- O livro e os marcadores serão enviados no prazo de até 30 dias

IMPORTANTE: 

Se o blog atingir 1500 seguidores até o final da promoção, será sorteado um segundo exemplar para outra pessoa. Por isso não deixem de compartilhar bastante! ^^

Participe e boa sorte!

a Rafflecopter giveaway

Meu Amor, Meu Bem, Meu Querido



Título: Meu Amor, Meu Bem, Meu Querido
Autor: Deb Caletti

Editora: Novo Conceito
Páginas: 240
ISBN: 9788581631585
Ruby McQueen, também conhecida como a Garota Calada, é uma adolescente de 16 anos que vive no nordeste da cidade de Nine Mile Falls. A relação com sua mãe, Ann, e seu irmão mais novo, Chip Jr., é ótima, mas Ruby sentia falta de alguma coisa e com o verão se aproximando ansiava por uma vida emocionante e cheia de aventuras, uma vida como as dos livros da biblioteca em que sua mãe trabalhava. Afinal, Ruby acreditava que o verão é uma época em que grandes coisas acontecem, especialmente para as pessoa caladas. Nesse curto período de tempo ela não precisaria ser o que todo mundo pensa que ela é, haviam tantas possibilidades e todo aquele clima parecia dar a coragem que ela não teve ao longo do ano. Além disso, Ruby poderia ser quem quisesse, sem que ninguém ficasse reparando nela, e poderia ser alguém sem passado, alguém que poderia deixar de lado todas as coisas embaraçosas que passara no colégio e a tornara uma pessoa tímida e fechada, mas nada que nenhum adolescente já não houvesse passado, apenas episódios de uma garota que entrava no tão apavorante mundo da puberdade.

Seu pai era um artista, um cantor que trabalhava em um parque de diversões com motivos do Velho Oeste, no Oregon. Ele partira, deixando Ann, Ruby e Chip Jr., para entrar no show business, embora ele tivesse outra idéia de show business na cabeça. E ainda tinha. Ele esperava que algo grande fosse acontecer, como um produtor que fosse contratá-lo ou em um cantor de música country que desejasse gravar uma de suas composições.

A mãe de Ruby sempre imaginava que Chip McQueen voltaria para casa. Dez anos haviam se passado e ele ainda não voltara.

"Eis o que Peach, uma das Rainhas Caçarolas, diz sobre os homens, as mulheres e o amor: sabe aquela cena de Romeu e Julieta em que ele está debaixo da sacada olhando para ela? Um dos momentos mais românticos da história da literatura? Peach diz que de jeito nenhum Romeu iria confessar sua devoção por Julieta. A verdade é que Romeu estava apenas tentando olhar a calcinha dela". (p. 26)

Ruby acaba conhecendo Travis Becker, um garoto lindo e rico, e que também é louco por emoções. Para Ruby, Travis poderia ter sido um príncipe mimado e doente de muito tempo atrás, um artista condenado dos anos 30 ou Vronsky, de Ana Karenina, era um rapaz elegante, o tipo de cara que atrai as mulheres e por quem elas se atiram embaixo de um trem. E Travis parecia ter consciência disso, vestia roupas antiquadas, que pareciam de outro tempo, mas que nele ficavam maravilhosamente bem.

"Sempre achei uma maravilha poder voar, como em As mil e uma noites, talvez, sobre um tapete voador, sobrevoando países estrangeiros, cidades com pequenas torres, ou mesmo com minhas próprias asas, levitando contra a gravidade, vendo coisas sob uma perspectiva rara. Pegar carona na moto de Travis Becker foi uma experiência próxima a voar, para mim". (p. 31)

Ao lado de Travis, Ruby não se reconhecia, era como se fosse outra pessoa e não tinha certeza se gostava dela. Essa "nova" Ruby não tinha medo, mas deixava a "velha" Ruby nervosa. Mas ela poderia ser daquele jeito, da forma que Travis acreditava que ela fosse, poderia, aliás, ser muitas coisas que não havia considerado antes. Mas de uma coisa Ruby tinha quase certeza: Travis Becker era meio louco.

Enquanto Ruby encara o seu novo papel, na sua casa existe outra transformação: Ann, sua mãe, deixa de ser a bibliotecária eficiente para se tornar de um minuto para o outro na perfeita dona de casa dos anos 1950, isso porque seu pai está de visita.

"Para minha mãe, ele não parecia nem um pouco menor, no entanto. A julgar pelo brilho em seu olhar, a falta dele fazia que ela o imaginasse possuidor de uma força que a realidade não poderia alterar. Ela se apegaria aos detalhes de sua visão pessoal, do mesmo modo que fazemos quando lemos um bom livro de ficção. Ela gostava da imagem que criara. Não havia dúvida de que se ela visse o filme, teria odiado e reclamado de que não tinha nada a ver com o original ou com as intenções do autor". (p. 40 e 41)

Ruby preocupava-se com sua mãe. As visitas de seu pai faziam com que Ann o perdoasse por tudo, talvez por não querer lidar com a perda, mesmo sabendo que a pessoa em questão não merece o perdão. A partida de Chip sempre deixava sua mãe com o coração aos pedaços e ao mesmo tempo esperançosa, mas essa visita revelou-se mais triste que as outras, surpreendendo Ann e até mesmo Ruby.

Enquanto sua mãe sofria e isolava-se, Ruby se aproximava mais de Travis. Acabou conhecendo seus amigos, dos quais não gostou nem um pouco. Aquilo era muita "patricice" para ela, mas Travis parecia não ter sido "infectado" por toda aquela superficialidade, pelo menos era o que parecia.

"Eu não tinha medo de nada, porque era isso que o que ele queria de mim. Talvez fosse melhor eu ser quem ele queria do que quem eu pensava que era. De qualquer modo, tudo o que sei é que fiz a minha parte, que era segurar a onda e segui-lo. Daquele dia em diante, as coisas se aceleraram demais. Travis Becker era um pouco louco. Mas os nossos corações batiam em uníssono, e era isso que importava". (p. 62)

Estar fazendo coisas grandes, ter uma vida escondida, fazia Ruby sentir-se única, e ela gostava disso. Mas as coisas acabaram saindo do controle, fazendo Ruby seguir de forma voluntária o estilo de vida de Travis, repleto de privilégios e ilegalidade. Ela se arrisca cada vez mais e quando faz o impensável não pode aguentar a culpa e a vergonha. Ao mesmo tempo, seus pensamentos sempre se dirigem para Travis de forma descontrolada, como um alcoólatra ou chocólatra. Sua mãe sabia sobre Travis, mas não tudo.

"- Ele é um cara legal? - ela perguntou.
- Não - respondi com sinceridade.
- Bom, então você está tentando parar de se encontrar com ele. Pelo menos, é o que eu espero.
- Certo". (p. 88)

Mas é tão difícil! Travis é como um visitante indesejado, que controla os impulsos de Ruby. Para ajudar a filha e a si mesma, Ann leva Ruby até as Rainhas Caçarolas, grupo de estudos de literatura composto por senhoras que Ann lidera. Elas se autodenominavam "as Rainhas Caçarolas" por sempre levarem comida para a casa das recém-viúvas, na esperança de arranjar um marido. E mesmo que entre elas houvesse um membro masculino, ainda se chamavam assim. Aliás, Ann dizia para Ruby que Harold havia sido aceito por ter sido um chef e por fazer ótimos brownies.

"- Acho que a maioria das pessoas não é sábia; elas são só velhas - disse Miz June.
- A gente é tão ferrado como qualquer um - falou Peach.
- Fale por si - disse Harold.
- E dóceis! Eles pensam que somos dóceis só porque somos velhos. Pelo amor de Deus!
- Tenho certeza de que você não tem este problema - disse Harold.
- Lembre-se disto. - Peach balançou o dedo na minha cara. - Se uma pessoa é velha e dócil, provavelmente ela sempre foi dócil. Se ela é sábia, provavelmente sempre foi inteligente. Ninguém muda tanto.
- Bem, todo mundo muda bastante. - Miz June suspirou.
- Eu acho que a pele do meu pescoço parece uma laranja, se você tirar as sementes com o dedo - disse Anna Bee. E levantou o queixo para que a gente visse. Tinha razão. 
- Você devia ver minha tatuagem de borboleta que fiz no traseiro há anos. Agora está na parte de trás da coxa - disse Peach. - Como se tivesse voado". (p. 102)

O grupo discutia o livro A vida multiplicada por dois, de Charles Whitney e, claro, comiam e discutiam entre eles, além de Harold adorar pregar peças nelas. Peach tinha certeza que Rose, personagem do livro de Charles, era o amor da vida do autor e que Rose era Lilian, uma das Rainhas Caçarolas que acabara de sofrer um derrame e havia perdido a voz, além dos movimentos do braço e da perna esquerdos. Frágil, em uma cadeira de rodas, Lilian ainda mantinha os olhos vivos, alertas, observadores. Mas digamos que Peach já havia se enganado muito e ninguém deu muita bola para ela, menos Ann.

No entanto, após a leitura de alguns trechos do livro de Charles, Lilian chorou bastante e fora impedida de ir no próximo encontro do grupo por suas filhas, que também tomaram o livro do autor da mãe.

"Lilian saiu pela porta e seguiu pelo jardim, tão longe quanto pôde, até que as rodas da cadeira de rodas a impediram de ir adiante e a desesperança daquele ato a dominou. Alguém chamou a polícia e descreveu ter ouvido um "grito de angústia". Quando a polícia chegou, encontrou Lilian com a cabeça jogada para trás na cadeira de rodas, o cabelo e as roupas encharcados. O peito soluçava. Mesmo assim, ela não soltaria o livro que tinha nas mãos. Ela o protegeu da chuva com toda a força do seu corpo diminuto". (p. 138)

Infelizmente Lilian é levada para a Casa de Repouso Anos Dourados, o que enfurece as Rainhas Caçarolas. Mas elas tem um plano e enquanto Ruby gostaria de dizer que não pensa mais em Travis, ele arranja um jeito de entrar em sua cabeça, como se caminhasse por ali e pegasse coisas que não lhe pertenciam. Agora ela irá embarcar em uma missão com sua mãe, seu irmão e as Rainhas Caçarolas que irá render uma rica jornada para todos.

Meu Amor, Meu Bem, Meu Querido, de Deb Caletti, autora de Um Lugar Para Ficar (resenha aqui), é um livro lindo, encantador, envolvente, emocionante e cativante! Ri e chorei com os personagens, as situações, os diálogos... a narrativa é impecável, em primeira pessoa, inteligente e divertida, e é impossível não se encantar por Ruby e nutrir um enorme carinho pelas Rainhas Caçarolas.

O livro compreende diversas gerações. Temos Ruby, uma adolescente que ainda está tentando se encontrar, mas que possui uma personalidade forte e opiniões bem formadas, mas que acaba sendo levada por algo que pensa que é amor; temos Ann e Chip, seus pais, que também passam por problemas, adultos que sonham, sentem, choram, são egoístas etc., e não super-heróis que imaginamos quando crianças. Temos as Rainhas Caçarolas, hilárias, prontas para dar conselhos e divertirem-se. Chip Jr. é uma figura, um garoto inteligente e engraçado, e juntamente com sua mãe e irmã, formam uma família unida e amorosa, onde um ajuda o outro. Travis é o bad-boy pelo qual tantas garotas se apaixonam, mas que possui uma personalidade autodestrutiva, seu mundo é completamente diferente do de Ruby. E não posso esquecer de Poe, o terrier da família, ou como Ruby o descreve "um terrier Jack Russell", capaz de fazer estragos homéricos.

As paisagens descritas no livro são de tirar o fôlego, são lindas e é possível sentir a temperatura enquanto está se lendo. Ruby é extremamente bem-humorada e irônica e somando-se essa personalidade à narrativa mais a história que é ricamente emotiva e de uma sensibilidade enorme, temos um livro repleto de energia.