O gato por dentro


O gato por dentro é uma viagem sentimental e particularíssima pelo ancestral convívio entre gatos e humanos – e pela relação de alguns gatos com um ser humano específico: William S. Burroughs (1914-1997), célebre escritor beat, autor de Almoço nu e Junky, e inveterado amante de felinos. Escrito na maturidade do autor (entre 1984 e 1986), O gato por dentro traz inventivas e espirituosas reminiscências e reflexões. Burroughs relembra os gatos que passaram pela sua vida, tudo o que fizeram por ele e por sua saúde mental, e parece concluir que, afora as particularidades físicas, pouca diferença há entre humanos e felinos. Um livro-revelação tanto para fãs de Burroughs quanto de gatos.

Gostei bastante do livro, especialmente porque sempre esperei algo diferente de Burroughs, no entanto, parece que realmente este livro é diferente dos demais. É um livro-diário, um tanto desconexo e quem não está acostumado com Burroughs (assim como eu, afinal foi o primeiro livro dele que li), pode ficar um pouco perdido. E eu fiquei, pois havia lido muito sobre sua vida enquanto lia sobre os beats, e não o imaginava um cara apaixonado por gatos! Mas é um livro gostoso de se ler, especialmente para os fãs dos felinos e, especialmente para aqueles que, como eu, só podem ler sobre gatos, já que são alérgicos. ¬¬ 

O autor


Considerado um dos maiores escritores da geração beat, William S. Burroughs nasceu em St. Louis,  Missouri, Estados Unidos, em 1914. Estudou em uma escola para garotos no México e graduou-se em Harvard em 1936. 

Durante um período, foi morar na Alemanha, onde pretendia estudar Medicina. Conheceu Ilse Herzfeld Klaper, uma judia alemã, com a qual acabou se casando. Foram  morar nos Estados Unidos e tornaram-se muito amigos, mas nunca viveram como marido e mulher, afinal se casaram para que Ilse pudesse sair da Alemanha. Separaram-se oficialmente na década de 1940, quando Burroughs casou com Joan Vollmer. 

Burroughs era homossexual e preocupava-se em escrever sobre todo o tipo de vício que leva a um tipo de modelo de controle. Seu estilo de vida era bastante incomum, era viciado em morfina. 

Conheceu Jack Kerouac, o primeiro que incentivou Burroughs a escrever. No ano de 1951, Joan foi morta por acidente por Burroughs enquanto eles estavam "brincando", tentando reproduzir a cena de Guilherme Tell, em que ele deve acertar uma flecha na maçã sobre a cabeça de seu filho, só que no lugar da maçã, colocaram um copo na cabeça de Joan, e Burroughs segurava um revólver (ambos estavam bêbados). 

Em 1956 Burroughs escrevia relatos sobre todas as suas experiências com drogas (opiáceas, estimulantes, alucinógenos, álcool etc.), o que acabou se tornando o início de seu livro de maior sucesso, Naked Lunch, publicado no ano de 1959. O livro chegou a ser proibido nos Estados Unidos por ser considerado obsceno. 

Burroughs morreu em 1997, aos 83 anos, de um ataque cardíaco.

Um comentário:

  1. Também sou alérgica mas tenho 6 aqui (e já tive mais). É muito bom :)
    Esse livro também entrou pra lista.

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