Talvez uma história de amor


Talvez uma história de amor nos incita a seguir, até o epílogo, o protagonista em sua incerteza quanto a Clara, que lhe deixa na secretária eletrônica um recado em que diz terminar seu namoro com ele. Como nada se lembra dela, Virgile não sabe se se trata de um engodo, de uma brincadeira de mau gosto, ou de uma aberrante manifestação de sua amnésia. Aos leitores, cabe deixar-se levar pela narrativa sinuosa de Martin Page e seu inegável talento de dissimular até o fim.

Esse é o quinto romance de Martin Page, e para quem não é fã de histórias românticas com melação e tudo o mais, pode ficar despreocupado. Esse livro é incrível por não contar com um herói sobre-humano (sem cavalo branco, sem espada e com uma barriguinha de 30 anos) e por não ter em sua trama um desenrolar melodramático cheio de pieguices. Virgile é um anti-herói e me lembrou bastante Joel, personagem de Jim Carrey em Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças

O autor, Martin Page, consegue em poucas páginas (160), envolver-nos de uma forma incrível na história desse anti-herói e sua busca por Clara, da qual ele não tem nenhuma lembrança. Os detalhes são maravilhosos, como as comidas, os cheiros, os lugares, o que nos insere ainda mais na história, mas são detalhes que nos fascinam e não enfadonhos. 

A busca por Clara parece ficar em segundo plano quando começamos a conhecer Virgile, seus pensamentos e seu modo de ver o mundo. Dá vontade de grifar as falas e os pensamentos do personagem de tão incríveis, ilógicos ou simplesmente óbvios demais (por que não pensei nisso antes?).

Imperdível! E é por isso que vou sorteá-lo aqui no blog. (: 

No próximo post explico tudo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário