Passarinha

Título: Passarinha

Autor: Kathryn Erskine

Editora: Valentina

Páginas: 224

ISBN: 9788565859134 

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Caitlin é uma menina de dez anos que vê o mundo de modo diferente. Tudo é preto ou branco, as coisas são boas ou más, qualquer coisa no meio disso é confuso. Com Síndrome de Asperger, transtorno do espectro autista, Caitlin possui dificuldades na forma de interagir com as pessoas que estão ao seu redor e entende as coisas de forma extremamente literal. 

Seu irmão, Devon, sempre esteve ao seu lado, ajudando-a no momento de escolher as roupas e aconselhando-a o que falar para as crianças não rirem de Caitlin. Ele também sempre fazia pipoca e chocolate quente para ela e os dois jogavam basquete. Mas desde O Dia Em Que A Nossa Vida Desmoronou as coisas mudaram bastante. 

"É verdade, diz devagar. Uma parte de Devon sempre vai estar com você. 

Fico pensando que parte será essa. Não restou parte alguma do corpo de Devon porque ele foi cremado. Isso quer dizer que foi queimado até virar cinzas.

Você sente a presença dele?

Olho para o ar ao redor. Olho para as minhas mãos. Será que tem partes de Devon me arranhando? É isso que eu deveria sentir? O calor sopra da saída de ar no teto e isso eu posso sentir. Mas é só ar vindo da calefação. Ou será que Devon está nele? Para onde a gente vai quando é totalmente queimado e vira fumaça? Só se a pessoa fica presa nos sistemas de aquecimento central e é soprada pelas saídas de ar. Dou de ombros." (p. 24 e 25)

A orientadora da escola de Caitlin tenta ajudá-la, especialmente neste momento em que o seu mundo muda completamente. Seu irmão tão querido foi morto em um tiroteio na escola e seu pai não consegue lidar com isso, passando a maior parte do tempo chorando, desolado. 

Agora a garotinha sente a sensação de recreio no estômago mais vezes, sem saber o porquê. Caitlin detesta o recreio, existe uma gritaria estridente e há luz demais, além dos cotovelos pontudos e perigosos dos outros, o que faz com que seja difícil respirar e seu estômago fique embrulhado. 

Caitlin não gosta que invadam seu espaço pessoal e nem de olhar diretamente para as pessoas, é por isso que ela se volta para seus desenhos, sempre em preto e branco, pois assim é muito mais fácil de enxergar, sem qualquer borração, e também para o seu dicionário. 

Quando ela encontra a palavra desfecho em seu dicionário e lê a sua definição, tem certeza de que é disso que ela e seu pai precisam para superar a perda. 

A Sra. Brook tenta fazer com que Caitlin consiga Captar o Sentido, mas às vezes parece que os outros é que não conseguem captá-lo. 

"Bem a única coisa que me ocorre assim de imediato é pedir ajuda ao tempo. O tempo é o melhor remédio.

Não é não. Como poderia ser? Um relógio não é como um comprimido ou um xarope. E eu não preciso de remédio. Preciso de um Desfecho." (p. 74)

Passarinha, de Kathryn Erskine, é simplesmente lindo e encantador. Só de lembrar da história já dá vontade de chorar e sorrir ao mesmo tempo. Extremamente cativante e comovente, com uma narrativa perspicaz e preciosa. Assim como Caitlin, a autora nos oferece algo bom e forte e bonito. 

Passarinha fala de superação e descoberta e mostra o processo de readaptação e reintegração de Caitlin através da sua busca por um desfecho. Ganhador de diversos prêmios, é um verdadeiro presente repleto de sentimento e uma experiência única. Um livro que irá agradar e "agarrar" o leitor.

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Faz tempo que assisti, mas lembro que gostei muito desse filme. Adam (2009) é uma comédia dramática norte-americana escrita e dirigida por Max Mayer. Max se inspirou para escrever o roteiro do filme depois de ouvir uma entrevista na rádio com um homem que tinha Síndrome de Asperger.

Adam é um jovem com Síndrome de Asperger e que mora sozinho em Manhattan desde a morte do seu pai. Harlan é um velho amigo de seu pai do exército que está sempre por perto para ajudá-lo. Por causa da sua condição, Adam tem dificuldade de comunicação com outras pessoas e tem uma verdadeira paixão pelo espaço. Sua fixação por detalhes, os comportamentos repetitivos e a apatia, acabam custando-lhe o emprego em uma empresa de fabricação de brinquedos e quase acabam prendendo-o por confundi-lo com um pedófilo. Adam não quer deixar o apartamento, apesar da hipoteca, da falta de emprego e do futuro incerto. 

Beth é professora e uma escritora aspirante de livros infantis que se muda para o apartamento acima do de Adam. Os dois começam, então, uma estranha amizade.