É verdade, eu matei o cozinheiro. Em momento algum deste livro negarei que matei o sórdido cozinheiro com minhas próprias mãos de escrever versos.
Logo na apresentação, o autor Allan Pitz, no seu primeiro romance ficção, deixa bem claro que matou o cozinheiro com suas facas imundas de trabalho banal. A Morte do Cozinheiro é um livro que flui de forma energizante, fazendo com que seja impossível o leitor desgrudar os olhos por um minuto da narrativa (se fizer isso, parece que toda a história perde o sentido). A Morte do Cozinheiro parece ter sido escrito para ser lido de uma vez só, como uma tragada que entra rasgando na garganta.
O protagonista, Luiz Aurélio, encontra-se em um estado de perturbação mental após perder Carmem para o cozinheiro. Não existe mais verdade ou ilusão, mas apenas a sua realidade tragicômica. Luiz está, na verdade, corroendo-se de ciúme e com uma baita dor de cotovelo.
Seu amor doentio por Carmem é exaltado toda hora no livro, assim como as explicações que Luiz dá pelo assassinato de Lucas, o cozinheiro.
O tom da narrativa é raivoso, cheio de ódio. Luiz acredita cegamente que sua infelicidade é culpa do cozinheiro, e é por esse motivo que decide exterminá-lo.
O final do livro só nos faz querer uma continuação, mais uma narrativa frenética e louca, mais um pouco sobre a vida de Luiz e sua amada Carmem (personagem que nos deixa um tanto intrigados).