Gente, terminei de ler Graffiti Moon, de Cath Crowley (Editora Valentina) essa semana e me apaixonei pela história da primeira até a última página. ~:
E como o livro fala bastante em arte, algo que eu gosto muito e que também é a minhas área, pensei em trazer para vocês uma breve história do grafite, algo bem básico mesmo, mas que apresente algo interessante e novo para quem não conhece essa história e, depois, postar a resenha desse livro tão lindo.
Ah, e quem quiser enviar fotos dos grafites de sua cidade, manda para o e-mail do blog, electricbeansblog@gmail.com, que eu irei postá-las na Fan Page. (:
Nos últimos tempos o artista acabou se tornando um artista-empresário, o que fez com que se tornasse como qualquer pessoa inserida no mundo dos negócios e, consequentemente, alguém que devia alinhar-se com a filosofia da conveniência, aceitar que ocasionalmente é preciso negociar com o diabo. E dessa forma, é muito mais difícil evitar a hipocrisia. Quer dizer, como sair por aí criticando o estabilishment, quando é membro de um círculo esclusivo? Ou produzir uma arte que procure lançar uma luz sobre a injustiça em uma sociedade em que claramente é um beneficiário?
Não é possível. Ou melhor, só é possível se esse artista estiver atuando inteiramente fora do mercado e sem nada a perder, o que é que acontece com os artistas de rua. Na década de 1980, o grafite, supostamente uma das formas mais antigas de arte urbana moderna, surgiu como o mais recente produto do mundo artístico institucional. Antes rejeitada como atividade ociosa de uma classe baixa criminalizada.
A arte urbana se originalizou no fim da década de 1960 e início da década de 1970, na Filadélfia, com os grafiteiros pioneiros Cornbread e Cool Earl, e ganhou notoriedade em Nova York, com os grafiteiros Taki183 e Stan153, que deram vida à Escola Nova-Iorquina de grafite moderno.
No entanto, as raízes da arte de rua podem ser encontradas nas pinturas rupestres que inspiraram vários artistas modernos, como Picasso e Pollock.
De início, o grafite se concentrava nas "marcas", um pseudômino resumido inscrito em qualquer superfície pública disponível, para logo depois evoluir em "peças ou obras-primas", ilustrações caligráficas grandes e complexas, feitas com o uso de latas de tinta spray e cuja principal mídia era o sistema de transporte público. Nesse período o grafite se inspirava na cultura popular e nos desenhos animados.
No início da década de 1980, houve uma verdadeira "batalha" entre as autoridades da cidade de Nova York contra os "vândalos" grafiteiros. Enquanto isso, galerias e instituições artísticas, aos poucos, apreciavam o potencial dessa nova forma de arte.
Dondi White (1980)
Keith Haring (1986)
O interesse do mundo da arte tradicional pelo grafite acabou diminuindo depois que ele perdeu o posto de "novidade", no entanto, esse tipo de arte continuou prosperando e se desenvolvendo como um movimento artístico quase clandestino. No fim da década de 1990, uma nova estética de rua pós-grafite ganhou destaque e, apesar de manter o caráter antagonista do grafite, seguia direções artísticas novas e técnicas inovadoras.
Barry McGee (1998)
Banksy (2008)
Os artistas usavam várias mídias, como adesivos, cartazes e estênceis e suas obras ocupavam os mesmos espaços públicos proibidos do grafite, mas eles se dedicavam a imagens que iam além das formas caligráficas. Muitos artistas pós-grafite também combinavam as técnicas de grafitagem com uma estética artística mais refinada, isso deu origem a uma mistura do grafite com tradições como o folclore, a metalurgia e a caligrafia.
Nina Pandolfo, Nunca e Os Gêmeos (2007)
Acho muito lindo grafites, mas não tenho muito interesse no livro graffite moon.
ResponderExcluirAi que imagens lindas, amei a do metrô e esta última, soam mais alegres, porém a de Bansky é bem criativa. =)
ResponderExcluirA praça daqui quando revitalizada ganhou grafite nos brinquedos, pena que os arruaceiros picharam por cima, senão enviaria a foto.
É uma das formas de arte que mais admiro, por ao mesmo trazer uma mensagem atrelada a uma forte crítica, hoje no mundo todo os grafiteiros são reconhecidos como artistas e tem suas obras tendo o valor devido, é preciso ter muito talento para conseguir criar algo assim que ficará exposto para todos, mais um motivo para eu ler Graffiti Moon, me convencendo cada vez que deve ser uma das minhas próximas leituras.
ResponderExcluirQue legal conhecer um pouco mais sobre a história do grafite.
ResponderExcluirAcho grafite muito bonito e realmente tem grafiteiros que mereciam muito destaque pelas belas obras de arte que são capazes de criar.
Belos grafites você postou.
Bjok