Querida Sue

Gente, desculpa pela sumida sem aviso prévio. Vários trabalhos para fazer do meu curso (terminei todos!) e bastante coisa para estudar. Mas agora estou de volta. \o/ E trago para vocês a resenha de um livro pelo qual me apaixonei. (x


Título: Querida Sue
Autor: Jessica Brockmole
Editora: Arqueiro
Páginas: 256
ISBN: 9788580412635

"Prezada senhorita, 
Espero que não me considere atrevido, mas quis escrever-lhe para expressar minha admiração por seu livro Do ninho da águia. Admito que não sou chegado a poesia. O mais comum é me encontrarem com um exemplar cheio de orelhas de Huckleberry Finn ou com alguma outra coisa que envolva correr perigos mortais e escapar por um triz. Mas algo em seus poemas me tocou mais do que qualquer outra coisa em anos." (p. 7)

Assim começa a primeira carta de David para Elspeth, no ano de 1912, ele, um universitário de Urbana, Illinois, Estados Unidos e ela, uma poetisa pouco conhecida que vive na remota Ilha de Skye, na Escócia.

Nem David nem Elspeth poderiam imaginar que a carta do rapaz admirado pelas poesias de uma mulher desconhecida viria a se tornar uma correspondência assídua entre os dois, onde ambos vão se abrindo completamente, descrevendo seus medos, anseios e segredos.

A amizade, tímida de início, vira amor, mas existem muitos obstáculos entre eles, como o fato de Elspeth já ser casada e que o mundo que eles conhecem está desmoronando, com a Primeira Guerra Mundial chegando.

"(…) O tal lago faz ondas e eles sentem medo de se afogar, se não tomarem cuidado. Agarram-se com força e fazem qualquer promessa que lhes venha à cabeça. Não se pode acreditar em nada do que é dito em tempos de guerra. As emoções são tão fugazes quanto as noites serenas." (p. 33)

Anos depois, no início da Segunda Guerra Mundial, Margaret, filha de Elspeth, está noiva de Paul, um piloto da Força Aérea Real, e o noivado repentino deixa a mãe realmente furiosa, sem que Margaret entenda o porquê.

Elspeth nunca falara de seu passado com sua filha, mas Margaret sabia que a mãe fugia de arrependimentos e fantasmas. Então, durante um bombardeio, uma parede da casa acaba sendo destruída e de dentro dela surgem várias cartas amareladas pelo tempo, cartas de um americano endereçadas para alguém chamada Sue. No dia seguinte, Margaret volta a casa da mãe mas não a encontra lá, nem as cartas.

Com apenas uma carta datada de 1915 em mãos, Margaret, que sempre gostou de acompanhar um bom mistério, vai atrás da mãe e deve se preparar para enfrentar a verdade do que realmente aconteceu com a sua família.

"Pense em quando você trava conhecimento com uma pessoa pela primeira vez, Sue. É preciso passar por todas aquelas bobagens superficiais, pelas avaliações dos sotaques e dos paletós xadrez. Um questionamento das aparências. Depois que cada um considera que o outro vale a pena, os dois podem de fato tratar de se conhecer, de dar início àquelas primeiras sondagens. Descobrir que tipo de coisa move o outro - o que o faz gritar, o que o faz rir, o que o faz tremer. Você e eu temos sorte. Nunca tivemos que nos preocupar com a primeira parte, a avaliação visual. Entramos direto na parte interessante. Em conhecer as profundezas e a amplitude da alma um do outro." (p. 64)

Querida Sue, romance de estreia de Jessica Brockmole, se passa entre dois períodos, o da Primeira e o da Segunda Guerra Mundiais, e os capítulos são intercalados entre as narrativas de David e Elspeth (as cartas que enviam um para o outro) e as narrativas de Margaret e outros personagens (também em cartas). Uma narrativa assim poderia não dar certo, ser cansativa ou deixar o leitor "por fora" de alguma coisa, mas a autora conseguiu fazer com que esse tipo de narrativa trabalhasse totalmente a favor da história, empregando-lhe intensidade e tornando os personagens mais reais, como se pudéssemos ouvir suas vozes através do que estão escrevendo, envolvendo o leitor ainda mais.

Jessica Brockmole criou uma história de amor encantadora e sensível, repleta de detalhes de épocas diferentes e, assim como seus personagens, com pontos de vista diferentes, além de um mistério que acompanha toda a leitura. Impossível não se apaixonar e emocionar com Querida Sue.

4 comentários:

  1. É tão bom quando leio uma resenha falando de um livro que quero e ela é positiva, desde o lançamento Querida Sue me chamou a atenção, justamente por não saber como a autora usaria essa questão das cartas a seu favor e pelo visto usou muito bem, narrar entre as Primeira e Segunda Guerras e ainda com a filha descobrindo e investigando essas cartas dão um toque mais especial ainda ao livro, o que cada um escreveu para o outro tanto David e Elspeth deve ser tocante e carregado de poesia. A autora se for medido pelo romance de estreia terá um longo caminho na literatura, espero que os próximos livro dela sejam tão bons quanto esse e que eu faça essa leitura o mais rápido possível, para que assim como você eu me apaixone por essa história!

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  2. Oi Paula,
    Simplesmente amei este livro, é tocante e muito lindo. As cartas são viciantes e sempre sabemos quem está escrevendo e o que está sentindo com clareza e precisão.

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  3. Pra ser sincera, a primeira vez que vi esse livro não me interessei, mas depois de ler uns quotes me apaixonei pela história.

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  4. Nossa, esse livro parece ser uma delícia de ler.
    Adoro narrativas intercaladas e também o fato de conter cartas, deve tornar a leitura muito fácil. Fiquei bem curiosa.

    Bjok

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