Diário da Sibila Rubra


Título: Diário da Sibila Rubra
Autor: Kizzy Ysatis
Editora: Novo Século
Páginas: 269
ISBN9788576791706

"As bruxas aqui vão além das brumas e retomam as raízes mitológicas gregas. Uma homenagem sincera a força feminina em todas as suas tonalidades, mas enfatizando o vermelho, símbolo daquelas que dão seu sangue e toda a paixão e amor pela construção do mundo e a formação de sua história. As esposas, as santas, as amantes, as bruxas, as mães".

(Trecho do prefácio, por Claudio Brites)


Sempre deixo para ler sobre o autor depois de ler o livro mas com o Diário da Sibila Rubra foi diferente, talvez por ter ficado intrigada por meio do prefácio, por isso li antes sobre Kizzy Ysatis (nome artístico utilizado por Cristiano de Oliveira Marinho) e fiquei feliz em saber que o autor é natural de Santos, assim como eu (moro em Maceió há 13 anos), e é sempre bom encontrar um santista, mesmo sendo através das páginas de um livro, rs. Para quem quiser ficar sabendo mais sobre o autor e as suas obras vale visitar o seu blog.

Estava receosa em ler Diário da Sibila Rubra, pois o livro é uma continuação de Clube dos Imortais, mas lendo o prefácio vi que não há uma ordem correta para ler os livros e depois de ler Diário da Sibila Rubra não fiquei nem um pouco perdida, mas a vontade de ler Clube dos Imortais (que recebeu o prêmio Rachel de Queiroz) só aumentou. 

É difícil fazer um resumo da história em si pois o que mais me agradou e encantou no livro (e que também é seu ponto forte) é a narrativa: parece poesia e você não quer largar, parece que se o fizer vai perder o "fio da meada" (isso não acontece, é claro, mas não dá vontade de soltar o livro!). 

A história é interessantíssima e o próprio título do livro já diz, trata-se de um diário escrito por uma sibila no ano de 1952, mas o que Elaine relata no diário são acontecimentos anteriores, que datam de 1902. O diário já não se encontra mais em suas mãos, estamos um ano depois da Páscoa de 2002 e o vampiro Luar quer o diário, mas devido à um encanto não pode ler, será tarefa de Alessandra ler o diário para o nosferatu. 

Assim conhecemos a história de Elaine, das sibilas rubras, da Mãe Vermelha e como estas mulheres vivem até uma delas se tornar a Matriarca das Sibilas Rubras. 

As bruxas aqui não são boas nem más, são bruxas, feiticeiras, existem curandeiras, magia negra, lobisomens, vampiros etc. Encantei-me com a relação das mulheres que vivem na casa, garotas que estão aprendendo com a Matriarca os segredos da Vecchia Religione. No entanto, vivem em uma cidade onde devem manter as aparências, indo à Igreja e mostrando-se cidadãs exemplares. É claro que existe medo, o preconceito é grande e existem muitos segredos pela cidade. 

A magia não é boa ou ruim, depende do uso que se faz dela e temos a adorável Matriarca, Vivian, que no decorrer da história nos mostra o quanto a tolerância é necessária e que o preconceito e o medo levam a atitudes extremas.

O final é surpreendente e fica claro desde o início o quanto Kizzy é fã de Álvares de Azevedo (por quem Luar é obcecado), Poe, Byron etc., e é com base nestes autores, acredito eu, que o escritor se inspirou. 

E por falar no vampiro Luar, ele é um personagem um tanto intrigante e adoraria ler mais sobre ele (Clube dos Imortais já, rs!). 

Adorei o livro e o recomendo, é uma leitura deliciosa e com um final de tirar o fôlego, além de uma narrativa diferente da que estamos acostumados hoje em dia (ah, e viciei em leite quente com mel depois de ler o livro). x:

8 comentários:

  1. Ah que legal... eu pensei que não seria uma boa leitura.... mas gostei dos pntos positivos que vc mostrou... escrita com poesia... e o fato de não haver magia boa ou má... o mais interessante para mim foi a questão de manter as aparências e agirem como cidadãs comuns... isso deve ser bem complicado... o nome do vampiro é interessante. =)
    Bonita a capa!!!

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    1. Luar... um vampiro que quero conhecer mais, rs. Só não pode me conquistar mais do que o Lestat! É uma ótima leitura e adoro quando as histórias se passam por territórios nacionais.

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  2. Oi, Paula!
    Primeiro preciso falar dessa capa. Que coisa mais linda! Adoro capas com desenhos. Dá uma personalidade e exclusividade ao livro, que eu gosto muito! ^^

    Confesso que fiquei bem curiosa sobre a história apesar de não estar com tanto ânimo pra ler histórias mais "fantasiosas", porém, nunca li nada que envolvesse bruxas, feiticeiras, magia, etc. E o cara recebeu o prêmio Rachel de Queiroz, OMG! Só pode ser muito bom mesmo! Vou colocar os dois lá no meu skoob pra leituras futuras.

    Por que viciou em leite quente com mel? O_o Tem alguma referência dentro do livro? Fiquei curiooooosa! haha

    Beijoka,
    @jana_keanuloka

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    1. Também adoro capas com ilustração, dá mesmo uma personalidade ao livro e não fica "bem na cara" como são os personagens, só dá uma idéia. Apesar de envolver fantasia não é aquele tipo de leitura "os unicórnios estão à solta!" (não sei de onde tirei isso, hahaha) x:

      Ah, elas tomam muito leite com mel, não lembro se o leite é quente, mas eu tomo assim (é uma delícia!). Só lembrei da época em que li As Brumas de Avalon e sonhava com aqueles cafés da manhã com pães, queijos e cerveja (uma cerveja diferente, imagino. Vou pesquisar, rs).

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  3. Eu ñ gosto de jugar u livro pela capa, mas essa ai tá bem legal. É o meu tipo de leitura então eu com certeza vou dar uma olhada.

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    1. Como dizem, "vai que o designer é melhor que o autor", rs. Mas nesse caso tanto a capa quanto a história são ótimas!

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  4. adoro bruxas,então logo pelo tema fiquei interessada no livro,a capa e sinopse me deixaram com mais vontade ainda de ler *.*

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    1. Ah, para quem gosta de bruxas é um prato cheio! Especialmente porque elas são tratadas de uma forma bem natural, feminina e humanas.

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